São, precisamente, estes 2 parágrafos que consubstanciam a diferença que mencionei.
Tu, acreditas que há um bando de malfeitores a sacar dinheiro do clube à força toda, com negociatas a torto e a direito.
Eu, não.
Não venho para aqui proferir sentenças a cada capa do CM. Capa do CM sobre o Otávio no Sábado, bandidos, gatunos, ladrões no domingo.
Quanto à AG, se eu acreditasse que o Pinto da Costa mandou bater em tudo o que era sócio e espancar o segurança do AVB não votaria nele por 2 motivos:
1.º Ser criminoso ao estilo padrinho da mafia como sempre foi chamado (volto ao post que citaste)
2.º Ser burro que nem um penedo. Os tristes acontecimentos da AG deram um boost inigualável à candidatura de AVB. Se fosse a mando do PdC aquilo eram 5 autogolos duma vez.
Deste-te ao trabalho de recusar a acusação que eu fiz sobre o estilo Chega e nesses 2 parágrafos conseguiste demonstrar tudo aquilo a que eu me referia.
Se não gostamos de ser catalogados de determinada forma, não nos comportamos de acordo com o catálogo.
Estou de acordo em parte do que escreveste. Só não tenho é vergonha de ser chamado de pintista, mesmo que pense que já não sou.
Por isso, esquece lá a medalha ao peito porque não ache que seja alguém superior ou com uma imparcialidade à prova de bala por não ter colocado a cruz em PdC em 2020.
Revelei o meu sentido de voto, num contexto em que tentava explicar ao
fridolfresberg que estava de acordo com a significativa parte factual das criticas.
Votei em branco porque tinha a certeza que PdC ganhava, mas votaria nele se achasse que a coisa estava apertada entre ele e JF Rio.
Votarei em PdC agora, porque apesar de não acreditar que ele vá mudar a linha de gestão que nos guiou até aqui, prefiro que seja ele o Presidente do que AVB.
Prefiro, porque confio que ele faz o que julga melhor pelo clube e não que é um criminoso que manda bater, roubar e afins.
Não ando aqui com lérias e sempre confessei que não gosto/confio no AVB que desde sempre me cheira a Capitão Roby e não houve nada (aparte da enorme coragem de avançar contra PdC) que me ajudasse a mudar de opinião. Todos gostam de catalogar essa resistência como o "sindrome do corno mal resolvido".
Quando nós votamos numa personalidade a nossa interpretação subjetiva do caracter da mesma tem relevância. Vamos imaginar que eu te digo que era capaz de votar no Rui Rio e não no Luis Montenegro. Isso é feito não com base numa diferença substancial programática, mas sim com a credulidade de algumas características que posso ver num e não no outro, de aceitar os defeitos dum mais do que doutro e no grau de confiança que eu tenho que um se fizer merda, a fará convicto que era o melhor e que o outro poderá fazer merda por questões de flexibilidade tactica, interesse grupal, etc etc.
Como em toda a eleição a nossa interpretação subjetiva sobre o cabeça de lista tem um peso decisivo.
Por exemplo, eu votaria AVB contra Baía ou AVB contra Caldeira e conseguiria viver com esse voto sem mudar uma vírgula do que penso hoje.
Se eu não passo aqui a vida a arranjar justificações para que o forum escolha votar AVB apesar dos defeitos que nele eu vejo, é porque a forma como quase todos olham para os 2 candidatos tem exatamente o mesmo cariz subjetivo da minha. Cada cabeça, sua sentença.
Como escreves acima, é perfeitamente possível votar em alguém de quem desconfiamos ou não gostamos se entendermos que esse é o mal menor.
O meu post original é uma critica ao
fridolfresberg por persistir em meter tudo no mesmo saco.
O que é tudo? É fazer criticas contundentes a vários aspectos da gestão de PdC (que merecem a minha concordância numa boa parte) e que são legitimas e próprias do período eleitoral.
Esse é o universo em que eu estou disposto a debater, concordar, discordar e apresentar argumentos que tu poderás achar desculpabilizadores, etc etc.
Depois há outro universo que eu identifiquei como a imensa maioria dos que aqui estão. A turba.
Para quem acompanha a turba, sabe que as insinuações de roubo, vigarice e enriquecimento ilícito estão bem para lá de 10 anos.
Na altura, o principal visado era o bandido do Antero Henrique que fazia contratações tendo em vista o sacar dinheiro em comissões e não o fortalecimento do plantel.
Um dos argumentos base era: "antes mamava-se dinheiro com as contratações que eram precisas para o plantel e agora contrata-se jogadores para maximizar o gamanço"
Essa é a turba que eu identifiquei que têm um argumentário estilo Chega do “limpar Portugal” ou do “acabar com os corruptos”
Em 2020 lias aqui um reputado portista e opositor de Pinto da Costa a dizer que sempre foi livre de falar na Assembleia Geral e que as acusações de ditadura eram excessivas.
Hoje, depois do sucedido na AG de 7 de novembro, a opinião geral e aproveitada pela candidatura de AVB é que o Porto precisa de ser libertado da ditadura e parabéns à Casa do Porto de Ponte da Barca que funcionou como o “Depois do Adeus” do Paulo de Carvalho libertando todas as outras para a coragem de abrir portas.
Como não és ingénuo também sabes que o que alguns dizem e quase todos pensam é que o Pinto da Costa ou alguém por ele, orquestrou/mandou que batessem nos opositores na AG e que o assalto a casa de AVB + agressão ao segurança também foi obra disso.
Esta vontade de utilizar esse argumentário à Chega + Mafioso do Padrinho V é algo a que para além de não me associar, verbero.
Quer tu gostes/queiras foi sempre essa a linha da maquina comunicacional anti Porto desde que somos vivos. E salto quântico é achar da parte da manhã que PdC rouba o Porto, é um verdadeiro mafioso que manda bater, intimidar, assaltar e agredir e que por isso temos que votar no AVB e à tarde a tomar café com amigos mouros, repudiar a acusação dos quinhentinhos do José Guimaro, do Apito Dourado, do Jacinto Paixão, do Guarda Abel, mais o que estiver escrito no livro da Carolina Salgado.
Temos um completo vigarista e mafioso aos nossos comandos nos últimos 40 anos, mas tudo o que conquistamos foi justo e honesto.
Não dá para ficar em cima do muro. Se o argumento para votar AVB é o "40 anos disto" em que o PdC é catalogado como alguém capaz de tudo, então temos que concordar com o Frederico Varandas, Dias da Cunha e todos os outros que citei. Se ele capaz do que o acusam aqui, claro que é capaz de tudo.
Eu sei o país que tenho. E não sou burro, nem finjo ser o paladino da moral e da transparência.
Para o Porto conseguir ganhar o seu espaço, lutar contra um clube que tem, teve e terá muito mais poder do que o nosso foi preciso muitas vezes atuar à margem da lei, ou para lá da lei.
Eu não sei em que tipo de linha critica te situas. Se não te enquadras em todos os quadrantes que aqui deixei (incompetente, ladrão e mandante de crimes/agressões) a critica não te engloba de certeza.
Se te enquadras em 2 deles, podes vestir a carapuça que também serve para ti.
Revoltado é claramente excessivo.
Estou surpreendido pela mudança de estilo argumentativo e pela tímida adesão ao estilo da turba. Estava habituado a um sumo com 100% de laranja.
Podia gostar ou não do sabor, mas sabia que era 100% laranja.
Eu nunca fui capaz de o fazer, sem entrar em 5 ou 6 rotundas como hoje fica claro.
Agora, sei que um post teu também terá TANG e alguns corantes.
TANG + Corantes é sempre que se junta os termos caros á turba pré 2014 e que tu adoptaste com carinho. Nebulosidade, opacidade, golpadas.
O que te diferencia(va) positivamente é escrever posts que não permitiam ao opositor mergulhar na subjetividade interpretativa. É não estar sempre a dizer que este é o bom e o outro é o mau, este é honesto e o outro desonesto.
Quando misturas factualidade, com insinuações, julgamentos morais e tiques McCarthistas que sofreste na pele nas redes sociais é que geras o que consideraste ser revolta. Não é.
Apenas critica.
O último paragrafo que citei fez-me lembrar outra situação.
Vamos supor que tu tens razão no que insinuas e que eu sou um tipo em negação incapaz de ver o que está à vista de todos.
Pinto da Costa está para o FC Porto (tu, por conveniência e paz de espirito, dirás que apenas desde 2013) como o José Sócrates esteve para Portugal.
Para além de gerir mal e deixar os cofres do estado na penúria, ainda por cima andou a roubar o dinheiro de todos e por debaixo do pano a calar/silenciar oposição.
Tu tinhas razão.
Perdoa-me, mas esse teu paragrafo soa a Fernanda Câncio.
Eramos felizes, uma casa formidável, uma vida bela e proveitosa junto do nosso parceiro/a, independentemente de alguns contratempos e coisas menos boas na própria relação, e a relação ia andando.
Certo dia, fruto de situações ainda e cada vez mais graves, ele ao aterrar num voo de Paris ,foi preso, a vida piorou muito e a gota de água mais do que transbordou.
O respeito por esse passado maravilhoso continua a existir .Quando vivíamos bem, com uma casa formidável e férias inolvidáveis era o bom Zé Sócrates.
Agora que entra chuva pelo telhado é um vigarista e eu nunca sonhei que o meu Zé com quem fui tão feliz era capaz dessas trafulhices. Que horroreee.
A conclusão que tiras é a que te deixa mais confortável.
Está aqui a prova provada da irracionalidade do pintismo que vota por gratidão e está mais preocupado em não trair as boas memórias do que com o futuro do FCP.
Assim é melhor.
Quem vota AVB, preocupa-se com o futuro do Futebol Clube do Porto.
Quem diz ser capaz de votar em PdC com 98 anos e de cadeira de rodas, preocupa-se em honrar o passado de glória e ser grato com quem o protagonizou.
Fica bonito e permite citações futuras de outros users que possam dizer, empolgados, que são sócios do Futebol Clube do Porto e não do Futebol Clube Pinto da Costa.
Indo à questão séria da coisa.
Qual foi a base do crescimento exponencial e inimaginável do FCP?
Deixemos os personalismos e se é Pinto da Costa, Pedroto ou o que seja.
Estamos a falar de posicionamento politico. Qual o traço condutor do Porto pré 1982 e pós 1982. O que nos fez crescer?
Na minha opinião foi a forma como se posicionou o clube. Uma liderança truculenta, a roçar o talibanismo irracional que de partida disse ao que vinha, identificou e combateu com clareza quais os travões ao sucesso.
Sabemos que esta luta está num plano inclinado, que o poder dentro e fora das 4 linhas está no benfica que é um clube que é o regime e tem poderes para lá do crível.
A frase do MST que diz que para efeitos de justiça é preferível ser Presidente do Benfica do que estar no governo é a mais pura das verdades.
Temos visto isso nestes anos. Cesar Boaventura, Paulo Gonçalves, Luis Filipe Vieira, seja quem for.
Podem cometer todo e qualquer crime em beneficio do benfica, pode ser evidente que títulos desportivos se decidiram com base nessas práticas, mas mesmo que toda a direcção, funcionários sejam apanhados em flagrante, no final de contas só a Estatua do Eusébio é que pode vincular o benfica a crimes.
Estamos em 2024 e ainda é nesse país que vivemos.
Num país em que já não há Donos da Bola com Jorge Schnitzer que batiam no Porto de forma directa e que acabavam por nos ajudar a agregar o clube.
Hoje a intoxicação é paulatina, diária e muito mais inteligente. Se se quer derrubar um personagem incómodo que falte ao respeito ao poder, faz-se como se fez com Lopetegui ou o Bruno de Carvalho.
O dia a seguir ao despedimento do Lopetegui (com o patrocinio de PdC) é dos piores dias do portismo. Um dos marcos em que percebi que nos podiam fazer implodir por dentro.
Não é despedir o treinador. É perceber o gaudio do portismo que achincalhava, ridicularizava o então treinador do Porto com as mesmas frases que nos foram sendo injectadas desde que ele teve a insensatez de atacar de forma frontal o Benfica com o manto protector e o colinho.
Quando o FJM lia as cartilhas do Janela tenho imensa pena que tenha saltado esse período de 6 meses pré despedimento do Lopetegui.
Percebo que o tenha feito porque a direção tinha sido conivente com a narrativa, mas teria sido um importante documento para o portismo perceber o que enfrenta.
Se este debate que hoje estamos a ter, fosse colocado nas mesmas premissas tu dirias:
“Para ti é mais importante estar a defender o homem que se atravessou politicamente por nós, mesmo que aceites que a equipa não joga nada, e que o tikitaka entre os centrais vai-nos levar ao 3.º lugar”
Eu diria, sim. O posicionamento politico, a forma mais subserviente e mansa com que lidamos com o poder é fundamental para o potencial de sucesso que vamos ter amanhã.
É o suporte de tudo.
Quando se destrata, humilha e patrocina o que vi nessa altura, não se está a perceber as bases do crescimento do FCP, não se está a honrar o passado e está criada a estrada para a nossa normalização. Para sermos um clube mais diplomata, mais civilizado, mais respeitador das instituições.
À priori isso é o ideal. Porquê querer ter defeitos? Para quê andar a lutar moinhos de vento? Estamos em 2024 e não em 1982. Já não faz sentido.
Não faz? Vai lá reler o que assinalei a bold.
E estou mais preocupado com isso do que com a gestão de ativos. Sou muito critico da prioridade que o PdC dá aos homens do futebol vs homens dos números, mas esse instinto não nasceu há 10 anos.
Foi sempre assim. O Nosso grande problema é que hoje a escala é gigantesca e um ou dois passos em falso tem consequências mais nefastas e irreversíveis.
Mas, se tiver que escolher o lado mais importante, será o alinhamento politico do FCP na relação com o país, as instituições desportivas, o poder.
Se tivermos vergonha do bairrismo, do estilo guerrilheiro, da truculência, de cantar o FDP SLB porque é feio, de alguma irracionalidade indesculpável não tenho dúvidas que essa normalização aproximará o Porto dum normal Sporting (sem Ruben Amorim) e o afastará dum normal Benfica.
É minha convicção que o Benfica, no país que temos e com o poder e a força que tem, facilmente se tornará o Bayern de Portugal se o Porto tiver vergonha do que foi e fez e disputar campeonatos de “decência” (já aqui li que bastava o AVB prometer decência para ganhar o voto do portismo), de transparência e de elevação.
Julgo que fica explicada a frase que utilizei caso um qualquer AVB me queira convencer a votar nele porque vai ter uma gestão mais racional e ter um clube menos bairrista, com menos ditadura, menos vigarice, mais transparência e diplomacia.
Qualquer candidato que renegue a nossa história, tenha vergonha dos nossos defeitos e queira fazer disso bandeira não leva o meu voto.