Partiste, Capitão!
E com a tua partida, foi-se um pedaço do coração do FC Porto. E do futebol português.
Chamavam-te o 'Bicho'.
Mas tu foste muito mais.
Foste muralha, espada, grito de revolta.
Foste sangue, suor, voz de aço.
Na relva, eras um vulcão em erupção.
Eras o rosto da resistência, da entrega total, da determinação sem reservas.
Líder por natureza, com o grito na garganta,
ergueste o Dragão aos céus com a braçadeira no braço e a honra do brasão abençoado ao peito.
Campeão mundial de juniores, campeão nacional oito vezes, vencedor de Taças, Supertaças, Taça UEFA, Liga dos Campeões, Taça Intercontinental.
Foste um coleccionador de glória,
mas nunca deixaste que ela te mudasse.
Não eras elegante como os artistas criativos,
mas tinhas em ti a poesia do guerreiro,
a beleza crua da coragem,
a estética do esforço,
a arte de nunca se vergar.
Jogavas com a alma à flor da pele,
com os olhos em brasa,
com o coração onde outros punham só os pés.
E por isso foste amado, odiado, respeitado e temido.
Jorge Costa, foste o capitão de um FC Porto indomável.
Foste o bastião de um tempo onde o Porto não pedia licença para conquistar e tomar o que era seu.
Agora que partiste, fica um vazio que dói,
a tua ausência pesa como todas as finais perdidas.
Mas permanece a tua herança:
cada corte de carrinho, cada sprint vigoroso, cada grito de incentivo, cada desafio ganho, cada troféu conquistado.
O teu nome ecoará para sempre no Dragão,
nas bancadas onde os verdadeiros portistas nunca são esquecidos,
nos corações de quem entende que o futebol também se faz de combatentes.
Foste sempre frontal, verdadeiro e independente, também incompreendido.
Amaste o teu clube genuinamente até ao último suspiro.
Obrigado por isso.
Número 2 por direito,
foste o capitão dos capitães.
Dragão imortal, de sangue azul.
Um azul teu.
Descansa em Paz!

