Fazendo 1 reflexão um pouco mais profunda, acho que as comparações com as gerações passadas não fazem grande sentido.
Qualidade:
Claro que pegamos nos outliers (Carvalhos, Jorge Costas, etcs), mas estamos a falar de gerações em patamares completamente diferentes. Em 2000, a nossa selecção tinha craques como Dimas, Vidigal e companhia. Actualmente somos uma das selecções top 3 melhor plantel do mundo. Provavelmente, esta geração do Porto será muito mais competente que os 99% de jogadores de outras gerações. Pelo menos é o que tem acontecido (o que seria um Dalot em 2000).
Visibilidade:
Todos os clubes do mundo têm actualmente muitissima informação sobre os jogadores. Cada vez recrutam mais cedo e desde cedo os craques entram na agenda dos grandes clubes. Isto não existia ha 20 anos. Alguem acredita que se o Ricardo Carvalho tivesse o Wolverampton aos 19 anos teria optado por estar emprestado ao Leça 3 épocas?
Cherry picking:
Voltando ao exemplo acima, é facil pegar nos Carvalhos e Jorge Costas. Eu pego noutra geração com bastante potencial, onde tinhamos jogadores como o Marcio Sousa, Vieirinha, Helder Barbosa, Bruno Gama, Paulo Machado, Ivanildo. Todos ficaram, todos foram emprestados ao carcavelinhos e encaixavam na narrativa -nenhum deu jogador.
Track record do clube:
O Sérgio até tem lançado vários jogadores mas nenhum foi aposta consistente. O que o Fábio diz é verdade, jogou (até surpreendentemente) vários jogadores e de 1 momento para o outro nunca mais calçou. A conduta que temos tido com vários jogadores e o tratamento da sua carreira não tem sido bom.
Por último, acho que em portugal se gosta muito da humildadezinha. Acho que é insuportável existirem "quaresmas" (inicio de carreira) que queriam fintar o mundo e tinham 0 sentido de grupo. Acho que é bem diferente da postura do Fábio e muitos da sua geração: 1) têm muito talento 2) trabalham muito 3) jogam para a equipa. O que precisamos é disso, de malta boa e que trabalhe para isso, não da mentalidadezinha que tem 18 anos por isso não pode ter ambições. Esta evolução nota-se nas selecções em todos os escalões. Agora jogamos cara a cara com qualquer selecção enquanto que ha 20 anos borravamos a cueca com as inglaterras e franças desta vida.