Despedidas do mundo dos vivos

Tails

Tribuna Presidencial
6 Janeiro 2013
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Que descanse em paz.

Foi o Papa que mais tentou aproximar a igreja ao cidadão comum, às pessoas mais humildes.

Espero, mesmo não sendo um crente dos mais devotos/fervorosos, que o seu sucessor não volte a ser daquela ala mais conservadora que quer recuar no tempo, que parece ter em alguns cardeais do outro lado do Atlântico, os seus defensores.

Também era o que faltava ter um Papa yankee, espero que os cardeais tenham juízo na hora de escolher.
 

Teófilo Cubillas

Tribuna Presidencial
25 Maio 2013
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Morreu um grande homem. Depois do Bento, foi uma lufada de ar fresco. Mais próximo do povo. Um de nós. Ficou até ao último segundo, com responsabilidade e espírito de missão. Um exemplo e uma inspiração, por ter a coragem de defender aquilo em que acredita.

Espero que a Igreja Católica mantenha o espírito reformista de abertura e modernização.
 

Mike_Walsh

Tribuna
4 Janeiro 2024
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Foi o quinto papa desde que nasci, mas dos dois primeiros não me lembro.
João Paulo II foi um farsola com carisma. A pedofilia na Igreja Católica estava no auge no seu tempo e ele encobriu tudo até ao fim. Como prémio, foi canonizado.
Bento XVI, o cardeal Ratzinger, era um intelectual. Não era tão dado às massas. Produziu encíclicas importantes, como a da Água, em que se manifestava frontalmente contra a privatização de um recurso que pertence a todos e não só a alguns. Tentou lutar contra a pedofilia no seio da Igreja. Quando viu que era impotente para consegui-lo, resignou.
Francisco foi um grande Papa. Sou ateu (preguiçoso portanto), mas ao ver mulheres e homens de barba rija a chorar com as suas homilias, chegou a dar-me pena de não ser crente. Eu próprio me emocionei, hoje, ao ver algumas reportagens sobre o seu pontificado.
Porque, apesar de ser ateu, sinto-me mais cristão (a nível de valores) do que muitos cristãos.
A defesa dos mais pobres, acima de tudo. A tentativa de modernização da Igreja. A luta contra a pedofilia com acções concretas e não só discursos. A abertura da Igreja a "todos, todos, todos".
Ou muito me engano ou, depois dele, a Igreja Católica vai regredir. Depende do sucessor.
 

Jaburú

Arquibancada
21 Março 2025
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Morreu um grande homem. Depois do Bento, foi uma lufada de ar fresco. Mais próximo do povo. Um de nós. Ficou até ao último segundo, com responsabilidade e espírito de missão. Um exemplo e uma inspiração, por ter a coragem de defender aquilo em que acredita.

Espero que a Igreja Católica mantenha o espírito reformista de abertura e modernização.
Não sabia que o Cardeal Tolentino de Mendonça estava nesta lista, apesar de ser uma figura relevante na Igreja e no Vaticano.
 

J | [Ka!s3r^].

Tribuna Presidencial
7 Abril 2012
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  • Alfredo Quintana
Bergoglio foi uma figura ímpar entre os seus pares e uma das maiores vozes do nossos tempos. Chegou ao centro do poder eclesiástico vindo das margens, abriu a Igreja, aproximou-a do que é terreno, humanizou-a e levou-a de regresso à periferia. Apontou o dedo aos vícios do Vaticano, combateu o clericalismo, rejeitou simbolicamente adereços de luxo e de distinção. Foi peregrino em todos os continentes e esteve onde nenhum outro Papa havia estado: Mongólia, Sudão do Sul, Emirados Árabes Unidos, Timor Leste, Myanmar... Deslocou-se a países em guerra, esteve presente entre comunidades católicas minoritárias, encontrou-se com líderes judaicos e muçulmanos, apelou ao ecumenismo e ao diálogo inter-religioso.

Procurou enfrentar os piores escândalos e as manchas mais tenebrosas da Igreja. Pediu perdão às vítimas de abuso sexual, dando a cara e reunindo-se presencialmente com algumas. Trouxe a Igreja para o século XXI e abriu as suas portas aos divorciados, valorizou o papel da mulher nas estruturas religiosas e resgatou os homossexuais da irremediável condenação canónica. Não terá ido tão longe como muitos desejavam e algumas das suas posições terão desiludido. Apesar disso, movendo-se entre tensões e movimentos de oposição interna, indicou a uma organização profundamente conservadora rumos de progresso e de renovação.

Foi incómodo até ao fim. Atacou a ganância, as disfunções e perversidades do sistema económico. Repreendeu o mundo da finança. Face ao ódio e ao medo crescentes, defendeu o acolhimento de imigrantes e procurou restituir-lhes a sua humanidade. Lampedusa foi o seu primeiro destino de viagem, tendo deixado uma coroa de flores no Mediterrâneo. Deslocou-se regularmente a prisões, onde lavou e beijou os pés de muitos reclusos. Não teve medo de usar palavras severas quando achou necessário: afirmou que o que se passa em Gaza não é uma guerra mais sim terrorismo. A sua mensagem de amor e de perdão devia fazer corar de vergonha muitos dos que se arrogam defensores dos valores cristãos. Hoje morreu e é bom. Amanhã, parte dos que o evocam e elogiam tornarão a voltar as costas ao seu exemplo.

Não me aproximou da fé, mas deu-me alguma esperança nos seres humanos. Se houver um Deus, que o acolha com alegria.
 
Última edição:

Devenish

Tribuna Presidencial
11 Outubro 2006
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  • Reinaldo Teles
  • Março/19
Não vai voltar a haver um Papa Francisco por muito que alguns tentem seguir o seu legado.
Era um homem diferente e puro mas sentia-se imperfeito como qualquer outro, falava do seu passado sem problemas, do que gostava fazer antes de ser Papa e recordo até que tinha saudades de sair à noite para ir comer uma pizza e não o poder fazer agora.Relembro também aquele seu passeio sozinho fora da Igreja pela noite durante a pandemia. Estou convicto que aceitou a missão de ser Papa mas preferiria nunca o ter sido, amava a liberdade de poder fazer o que queria.
Foi talvez o Papa que interpretou melhor o que Jesus Cristo dizia e os apóstolos relataram posteriormente, tolerante com os diferentes, não discriminava ninguém, mas intolerante com as injustiças tendo-lhe isso criado muitos inimigos alguns deles a chorararem hoje lágrimas de crocodilo pela sua morte.
Para ele uma pessoa ser católico, ortodoxo, protestante, judeu, islâmico, hindu, outras confissões religiosas ou mesmo não tendo religião (ateus e agnósticos) era tudo gente que ele respeitava e falava. Tinha dúvidas e notou-se isso em muitas intervençoes o que só demonstrava o seu grande caráter.
 

Panda Azul e Branco

Bancada lateral
14 Janeiro 2025
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Que descanse em paz.

Foi o Papa que mais tentou aproximar a igreja ao cidadão comum, às pessoas mais humildes.

Espero, mesmo não sendo um crente dos mais devotos/fervorosos, que o seu sucessor não volte a ser daquela ala mais conservadora que quer recuar no tempo, que parece ter em alguns cardeais do outro lado do Atlântico, os seus defensores.

Também era o que faltava ter um Papa yankee, espero que os cardeais tenham juízo na hora de escolher.
Que escolham mas é o D. José Tolentino de Mendonça, que não deve haver nenhum melhor entre os 135 cardeais eleitores.
Ia honrar Portugal e o Papado.
Os Yankees mandam pouco ou nada na religião católica, felizmente.
 
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Reações: Dragão_1977