Deco recorda final «emocionante» de Sevilha
21 de Maio de 2003. FC Porto x Celtic. Final da Taça UEFA. Meia hora de jogo. Capucho desmarca Deco, que remata, mas a bola sai à figura do guarda-redes Douglas. Sairiam dos seus pés, mesmo assim, dois dos golos dos dragões. «Era um emblema muito forte», relembra Deco em entrevista ao zerozero.pt, «o Larsson ainda jogava», evoca, lembrando o perigo que o avançado sueco sempre provocava, ele que até marcou dois golos precisamente nessa final em que os azuis e brancos conquistaram a primeira e única Taça UEFA portuguesa.
«Fizemos 1-0, eles empataram, fizemos o segundo e eles voltaram a empatar e acabámos por ganhar o jogo no prolongamento», suspira, ele que armou o primeiro golo, brilhante jogada, remate de Alenichev, Derlei na recarga inaugurou o marcador.
«A final foi emocionante. Estava muito calor, foi em Sevilha, estavam 40 graus». Se calhar estavam mais, Deco. 120 minutos de jogo em plena Andaluzia, aliados aos nervos de uma equipa que estava a um passo de um feito gigante, bem que elevavam a temperatura em torno do Olímpico de La Cartuja, estádio ao ladinho do rio Guadalquivir.
Larsson, (a evocação é justa, Deco!) voltou a fazer das suas e empatou o jogo mas o «mágico número dez» como cantavam os adeptos dos dragões rapidamente tirou um coelho da cartola, serviu Alenichev que voltou a colocar o FC Porto na frente.
Três minutos depois Larsson empata e só aos 115 minutos o ninja Derlei encerrou o festival de golos, coisa rara numa final europeia. «Eu achava que éramos superiores em termos de qualidade mas foi um jogo mais complicado do que esperávamos. Foi muito bom, uma final muito boa», sorriu Deco, lembrando esse minuto 115 e o golo da vitória que Derlei apontou.
De todas as equipas que se atravessaram na caminhada azul e branca Deco relembra a Lazio, que possuía «uma equipa muito boa» mas, o FC Porto acabou por eliminar o emblema italiano «quando ninguém esperava»: «Ganhámos lá e em casa», atira, confundindo o 0-0 da segunda-mão, em Roma, com uma vitória. O sabor terá sido de conquista, com certeza. Foi no Olímpico de Roma, quais gladiadores, que os dragões garantiram o acesso à final de Sevilha.
Sete anos depois o FC Porto volta à final da prova, agora chamada de Liga Europa. O segredo, simplifica o actual jogador do Fluminense, chama-se «estrutura»: «É um clube muito bem estruturado, bem gerido, bem organizado. Sempre que vende jogadores consegue fazer grandes equipas novamente. Acho que esse é o grande segredo do FC Porto, tem uma estrutura muito forte e isso faz com que tenha sucesso», explicou, ele que também saiu da invicta e rumou ao Barcelona, em 2004, logo a seguir ao outro feito dos azuis e brancos, a conquista da Liga dos Campeões.
«Essa equipa que tínhamos era uma equipa muito forte. Se o FC Porto tivesse condições de manter a equipa teria ganho uma ou duas Ligas dos Campeões. Pelo menos mais uma! Com certeza poderia ter ganho porque era uma equipa muito forte», elogia, ele que viu vários dos seus companheiros de equipa a rumarem a fortes emblemas europeus depois desta caminhada.
O eterno «mágico número dez», que continuou a encantar os portugueses na selecção nacional, mesmo depois de abandonar o FC Porto, encontra muitas semelhanças entre os dois FC Portos versão 2003 e versão 2011: «Treinador jovem e a começar, como era o caso do Mourinho na época. Uma equipa com jogadores muito bons mas que na Europa não tinham tanta visibilidade. Hoje têm graças a essa campanha do FC Porto... Acho que tem muita coincidência», analisou, deixando no ar o bom prenúncio para os azuis e brancos.
Video: http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=ZQjKRlbseFw
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