Sou contra o uso obrigatório de máscara ao ar livre. O risco de infecção é significativamente menor, 1 em cada 8000 infecções ocorrem ao ar livre. Estas medidas não vão ter resultado prático. Naturalmente tem que haver sensibilização e recomendação para o uso de máscara ao ar livre em situações onde é impossível ou difícil manter a distância física, de outra forma, não há qualquer tipo de base e suporte científico para este tipo de medidas. Uma coisa são as pessoas que circulam nos centros de grandes cidades onde andam sempre nas ruas grandes aglomerados de pessoas, outra coisa é circular nas ruas de localidades periféricas. Vivemos um período em que é fundamental incentivar as pessoas a cuidarem da sua saúde, no entanto, as medidas adoptadas são sempre no sentido contrário, as de limitar as actividades ao ar livre e incentivar as pessoas a ficar em casa. A importância da vitamina D já está bem estudada. O exercício físico e a alimentação também, mas ninguém se preocupa com isto e em informar as pessoas que alimentos devem consumir, que tipo de alimentação deveriam fazer, etc. Incentivos para a pratica da actividade física, caminhadas, etc. As praias encheram as praias o verão todo, tivemos justiceiros de redes sociais constantemente a colocar imagens das praias cheias com legendas "isto é uma vergonha", "não há civismo", etc. As férias acabaram, as pessoas foram trabalhar, milhões começaram a circular e os transportes públicos começaram gradualmente a encher, as pessoas regressaram aos espaços fechados, escolas, fábricas, escritórios, etc. e os casos começaram a aumentar até atingirmos os números de hoje. Acham mesmo que é pelo que se passa no exterior que o número de infecções aumentou? Depois temos o governo a dizer-nos que não há nenhuma evidência de que os autocarros e os comboios andarem completamente lotados contribuem para o aumento dos casos e a senhor Graça Freitas a dizer que 60% das transmissões ocorrem devido a ajuntamentos familiares... e onde estão os estudos que demonstram isto? A grande maioria dos portugueses não lê os estudos que vão saindo diariamente, mas os transportes públicos estão no topo dos principais vectores de transmissão do vírus. Já informaram os portugueses que, em espaços interiores não ventilados, o vírus permanece durante muito tempo suspenso em aerossóis?
As medidas adoptadas têm que ser coerentes e numa altura como estas, a comunicação tem que ser verdadeira e tem que ser clara, coisa que nunca foi em Portugal, lançando muita confusão nas pessoas.
Vamos ver como vai ficar, no geral, a saúde das pessoas no pós-pandemia.