Focando no risco: Por acaso sabes que antes de qualquer teste detetar a presença do vírus, é possível que quem o tenha já o possa ter propagado? Por acaso sabes que o futebol é um jogo de contacto? Por acaso sabes que jogadores de futebol não são imunes ao vírus? O que vão pedir aos jogadores? Para não se tocarem?
Focando nos recursos médicos: é simplesmente vergonhoso que haja ainda quem venha sugerir em se gastar uns milhares de testes com jogadores de futebol, isto quando há milhares de pessoas que têm que esperar dias para poder fazer o seu, quando profissionais de saúde nem sequer podem ser testados como deviam porque há falta de testes. E já agora, os tais testes rápidos têm uma sensibilidade fraquíssima, pois detetam anticorpos, não detetam o vírus! Ou seja, é altamente provável que mesmo que alguém esteja infetado esse tipo de teste não o confirme.
Focando no respeito (que até devia ser o primeiro tópico de foco): é nojento ainda haver pessoas que neste momento pensem que o futebol deve ser digno de destaque. Isto, quando andamos a pedir às pessoas para que fiquem em casa, a outras que façam sacrifícios para que não falte nada na mesa de cada um, quando profissionais de saúde todos os dias se dirigem para o seu trabalho sabendo que o mais provável é que voltem para casa infetados e infelizmente alguns acabem também a lutar pela vida com um ventilador. A FIFA, a UEFA e todos aqueles que ainda pensam que o futebol, ou o desporto em geral, tem alguma palavra a dar neste momento, deviam era focar-se em perceber como é que é possível ajudar a evitar mais mortos, a evitar mais doentes, a evitar que pessoas sem rendimentos terminem na pobreza. O desporto e o futebol em particular são meios de desenvolvimento e de transmissão de valores sociais. O que neste momento estão a ser é meios de irresponsabilidade e de gocntrismo. Nem sequer estão a proteger as pessoas que durante todo este tempo lhes encheram os bolsos. Porque o que se trata aqui é de proteger seres humanos e o futebol, de campo, neste momento, é completamente insignificante. Não têm com o que se entreter? Leiam livros! Faz muito bem ao intelecto.