J | [Ka!s3r^]. disse:
Este é o grande mais estranho do desporto português. Campeonatos nem vê-los, são de raridade extrema, imprópria de quem pretende ser alguém no futebol. Festeja-se eleições e pouco mais, ah, a euforia de reeleger um presidente que conquistou 0 campeonatos nacionais em
5 anos?, 6
qualquer coisa do género. Sem dúvida um clube diferente.
Ainda assim é o facto de serem um "grande" que os salvou do abismo. O estatuto de "grande" é conferido pela imprensa, pela massa adepta e pelo estatuto do clube na sociedade. O Sporting vive de um currículo conquistado na década de 50 mas isso é porque a imprensa assim o permite. E permite porque é um clube de Lisboa onde a elite portuguesa tem uma importância crucial.
São os Ricciardis, os Barrosos, os Dias Ferreiras, os Rogerios Alves desta vida que não deixaram o Sporting morrer. Entre outros. É esta elite de Lisboa que salvou o Sporting do obscurantismo mediático. Se fossemos nós a ter o historial deles à muito que a imprensa já nos tinha feito desaparecer do mapa.
Que pessoas temos nós em posição de destaque na sociedade portuguesa? Muito menos que o Sporting. E isso acaba por ser normal quando vivemos num Pais onde só se é gente se a vida for feita em Lisboa.
Não deixa de ser curioso que apesar do Benfica ser o grande rival e inimigo é o Sporting que como clube mais está nos antipodas da nossa identidade. Aquela elite de Lisboa, burguesa e arrogante, aristocrata e monárquica, até com laivos de Salazarismo, é totalmente o oposto da cultura que nos fez vencer desde a entrada de JNPC no nosso clube.
Por isso digo tantas vezes que o problema do FC Porto, do ponto de vista estrutural, é muito mais politico do que desportivo. Enquanto a sociedade não mudar, os nossos dois inimigos vão continuar a sobreviver por baixo de um manto protector concedido pelo estatuto de clubes da capital.