Eu próprio vou a funerais ou velórios, mas de pessoas da família não me aproximo do caixão. A minha mãe vi-a meio segundo por acaso quando estavam a fechar, e do meu irmão nem isso, avó idem.O problema destas discussões é que julgamos sempre os outros a partir do nosso ponto de vista e da nossa forma de pensar/sentir/agir!
Mas a verdade é que não somos todos iguais e, por isso mesmo, a forma como respondemos/reagismos a situações idênticas é diferente de pessoa para pessoa.
Critico X ou Y porque ainda não escreveu nada nas redes, apenas e só porque sei que se fosse eu o tinha feito. Critico X ou Y por fazer uma determinada homenagem, apenas e só porque sei que se fosse eu faria de forma diferente. Critico o X ou Y por aparecer ou não aparecer, apenas porque sei que se fosse eu faria diferente.
O problema é que o X e o Y não sou eu nem és tu. Não fazemos ideia do que está por trás de cada decisão, de cada reação e de cada trauma. Não somos todos iguais e temos que parar de julgar os outros apenas porque os queremos à nossa imagem. Isso nem sempre vai acontecer!
Vou dar um exemplo concreto e pessoal. Quando o meu sogro morreu a minha mulher não foi ao velório, simplesmente não conseguia. Não tinha força nem coragem para “enfrentar” aquela condição da pessoas que mais amou na vida (a par da mãe). Nem toda a gente compreende isso, há quem aponte como uma “falta de respeito”, mas a forma de fazer o luto e processar a perda para ela foi essa. Quer dizer que ela não sentiu e não sofreu? Não. Quer dizer apenas que o choque da perda para ela lhe provocou aquela reação, lhe provocou ataques de pânico e não lhe permitiu entrar no velório. Garanto-vos que, apesar de ela não ter ido e ter ficado a fazer o seu luto na casa onde seu pai viveu e morreu, ninguém sofreu mais aquela perda do que ela.
Não somos todos iguais, não sentimos todos de forma igual, não reagimos todos de forma igual, por isso, paremos de julgar os outros pelo nosso ponto de vista!
Percebo o que se passa internamente, mas como capitão há uma responsabilidade e obrigação inerentes ao cargo.
O Ronaldo, para mim, esteve mal. Mas a minha opinião vale o mesmo que zero. Vivo bem com isso.