pauloans disse:
Antes que aparecam os moralistas de plantão, para falar do que não é, copio para aqui, um texto que apesar de não ser meu, é exactamente o que penso..
"O que se pretende esclarecer nas bases de dados das escolas francesas ao constar nas mesmas a identificação dos progenitores 1 e 2 (pai e mãe biológicos ou legalmente adoptivos) para efeitos de apoio aos alunos é porque nem sempre os progenitores são os encarregados de educação e como sabemos nem sempre são na prática pai e mãe. E há muitas crianças e adolescentes que têm os encarregados de educação em resultado de 3°s e 4°s relacionamentos de pais adoptivos ou biológicos. E até muitas vezes esses encarregados são os avós, ou tios ou até meros conhecidos. Eu não estou a ver qual é o problema desta possibilidade de identificação. Na minha opinião quem critica tal possibilidade legal não se debruçou sinceramente sobre o assunto. Para mim o caso parece-me como a Coca-Cola na boca do Pessoa: 'primeiro estranha-se e depois entranha-se'. Mas o que me interessa realmente são os superiores interesses das crianças e adolescentes. E por isso penso que se esta nova configuração das bases de dados das escolas francesas for avante merecerá certamente o meu aplauso."
É uma questão de lobby, não é uma questão de defesa de crianças.
Os Franceses não terão crianças sem encarregados de educação assinalados, ou se têm, serão casos residuais e tendo em conta q mesmo os residuais precisam de ser resolvidos é preciso sublinhar q eventual falta de resolução não será por falta de opções ou mas opções de formulário.
Deixa-me dizer q nada tenho contra famílias formadas sejam de que tipo for, só tenho contra famílias que cultivam medo e violência dentro delas próprias e isso não é província dum só tipo de família.
Agora, a defesa das crianças é o chavão mais velho da política.
É por lobby da agenda política q por convicção e por entendimento q o q chamam de progressismo reforça franjas da sociedade q lhes dá votos.
Se luta por igualdade é algo digno (e é), o lobby escancarado, agressivo e com constante boca no megafone é prejudicial, não só para quem sofre desigualdade mas para a democracia.
Vão ser precisos quantos populismos mais para perceber?
Há uma elite cujo conceito de diversidade e liberdade é a de NY, Londres e Paris como se o mundo lá coubesse, não cabe há 300.000.000 de outras realidades das q vivem com menos, q conhecem menos, q anseiam menos, q esperam menos. Isto não é o q as séries de TV ou os Oscars vendem, aliás é exactamente o q eles não vendem.
Não me choca nada q haja lobby progressista, num mundo de lobbys tens q combater com lobby mas choca-me a forma como fazem política q é sustentada quase sempre em algo bizarro q é uma ideia de luta pela diferença e diversidade sustentada numa postura ideológica de igreja, com os seus evangelhos, inquisição e policiamento.
Estou a sair um pouco do tema mas pronto.
Nota: Curiosamente os expoentes da diversidade como NY, LA, Londres, parecem-se cada vez mais iguais entre elas. Um prenúncio de como estas coisas escondem um uniformismo e unanimismo sustentado na ideia de que com entretenimento suficiente ninguém reflecte a fundo sobre nada. Os factores identitários ao perderem-se deixam um vazio q não é futebois, games, festivais, TVs e mais mil circos q preenchem, quem quiser lutar para criar novos factores identitários pegue na ideia de forçar a escola a educar, os alunos a estudar, a proibir tlm nas aulas, pegue na urgência de por as pessoas a preocuparem-se com algo real e a questionarem-se...o esforço neste sentido é mínimo...para não dizer nulo.
Igualdade sim, perante a lei e a sociedade, nova polícia de linguagem e pensamento não.