Talhantes franceses pediram ao governo proteção contra militantes veganos, acusando-os de tentar acabar com a cultura de consumo de carne do país.
Nos últimos meses, 15 talhos foram salpicados com sangue falso. Algumas lojas foram apedrejadas e outras pintadas com grafitos anti-carne, disse a Federação Francesa de Talhantes, citada pela BBC.
Jean-François Guihard, líder da federação, disse, na carta enviada ao governo, que os ataques aos talhos constituíam uma forma de terrorismo. "Essas pessoas estão a tentar semear o terror, com o objetivo de fazer desaparecer toda uma parte da cultura francesa", escreveu ele.
Cerca de 18 mil talhantes franceses estão "preocupados com a exposição do estilo de vida vegano nos meios de comunicação social". De acordo com Guihard, os veganos pretendem "impor o seu estilo de vida e a sua ideologia à maioria das pessoas".
A federação apontou ainda que, no fim de março, uma ativista vegana apoiou o assassinato de um talhante num supermercado em Trèbes, perto de Carcassonne, por um terrorista islâmico. Numa publicação no Facebook, a ativista escreveu: "Estão chocados com o facto de um assassino ser morto por um terrorista? Eu não, não tenho compaixão por ele, há justiça nisso". A mulher foi condenada a sete meses de prisão por "apoiar terrorismo".
As ameaças de morte, estimuladas pelas redes sociais e encorajadas por grupos de ativistas internacionais, têm feito com que os talhantes e agricultores "vivam com receio", refere a carta enviada ao governo.
Vegetarianos e veganos representam uma pequena percentagem da população francesa. Estudos de 2016 estimaram que 3% dos franceses eram vegetarianos.