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Guest
\"Vai ser assim até ao fim\"
HUGO SOUSA / CARLOS GOUVEIA
Às três e meia da manhã de quinta-feira, o autocarro do FC Porto entrava finalmente no Dragão, concluindo a viagem que o trouxera da Luz. A festa, que tinha começado no relvado, prolongara-se por mais de 300 quilómetros, desta vez sem os acordes de Helton. Mas só faltou mesmo o violão, porque, à chegada, Helton estava lá. Não no autocarro, mas junto à porta que dá acesso ao corredor dos balneários, recebendo a comitiva com abraços. \"Não tinha como dormir\", justificava-se ele. \"Queria comemorar esta vitória tão importante, que foi o reflexo de um espírito colectivo e de um sentimento de família FC Porto\". Resumindo: o travesseiro podia esperar umas horas, o capitão não. \"Quando acontece ultrapassarmos uma barreira como esta, temos de estar unidos na comemoração, porque trabalhamos todos pelo mesmo objectivo\", diz, reforçando a ideia com um exemplo concreto que lhe parecia duplamente apropriado. \"Veja-se o caso do Mariano: não é por ele estar aqui ao lado, mas, apesar de não jogar tanto este ano, tem contribuído muito mais. O trabalho no balneário, além do que faz no relvado, revela o profissional que é.\"
Mariano, também ele capitão, estava de facto ali ao lado, a ouvir tudo. E também testemunhara do banco a passagem à final da Taça. \"Não nos cansamos de ganhar. Eu gosto de ganhar, já estou habituado\", ri-se o argentino, sem deixar passar a provocação quando sugerem que se calhar já terá perdido a conta ao que ganhou. \"Não perdi, não! Sei muito bem o que ganhei desde que comecei a carreira e o que ainda quero ganhar. Quero sempre mais.\" Quer ele e Falcao.
O colombiano junta-se à conversa, transformada subitamente numa cimeira de capitães. Todos juntos, com o autocarro ainda próximo e a frase transportada em letras garrafais a servir de cenário. \"Este é o nosso destino\", lê-se nos vidros. Os três aceitam sem reservas deixarem-se fotografar para O JOGO junto desse lema, e Falcao até reforça a mensagem. \"É esta a mentalidade de todos; é neste sentido que nos tentam incentivar. Já conseguimos o primeiro objectivo, que era o campeonato, e demos um passo importante na Taça ganhando ao Benfica no seu estádio. Estamos com muitas \'ganas\' na Liga Europa e com vontade de conquistar tudo o que ainda temos pela frente.\" Mariano é rápido a completar a ideia. \"Para nós, isto ainda não acabou\". Falcao prossegue a deixa: \"Prometemos há tempos que nunca faltaria esforço em todos os jogos e acho que temos mantido essa promessa. Foi um pacto que fizemos com os adeptos e que tem sido cumprido mesmo em situações adversas, como era o caso desta desvantagem com o Benfica. Vai ser assim até ao fim; não podemos perder a cabeça.\"
Pergunta-se aos três se a história desta época não lhes parece demasiado perfeita, considerando a coincidência de até haver o maior rival ligado às conquistas. \"Peço desculpa, mas não digo que as coisas foram fáceis. Este percurso comprova a história da humildade. E sabemos que a humildade não está ao alcance de todos\", defende Helton. Mariano dá corda à pergunta. \"Esta época parece-me a prova de que os sonhos viram realidade\", diz. Falcao vai pelo mesmo caminho, concordando com a ideia de guião perfeito. \"Sim, é verdade. E continuamos a sonhar, assim como os adeptos. Sonhar não custa nada.\"
Já passava das quatro da manhã. Sonhar (e dormir...) parecia uma boa ideia.
Mensagens de capitão
\"Gostaria de lembrar que torcer pelo FC Porto qualquer um pode, mas ser Porto não está ao alcance de qualquer um. Ser Porto é dedicação; é entrega total, como se viu também da parte dos adeptos, que são o nosso 12º jogador\"
Helton
\"Gostaria de dizer aos meus companheiros que me sinto orgulhoso por fazer parte desta equipa que tem feito um trabalho que há-de ficar na história e nunca me esquecerei. Vou ter o que contar aos meus filhos e netos. Faltam dois títulos e não podemos deixar passar essa oportunidade\"
Falcao
\"Ser capitão é ser mais um. Não há ninguém dentro dos 24 que somos agora, ou dos 26, contando com o Castro e o Ukra, que tenha feito um trabalho mais importante. Todos o fizemos. Lutamos por jogar, não vamos ser hipócritas ao ponto de dizer que não queremos jogar, mas o interesse maior é fazer do FC Porto vencedor\"
Mariano
«OJOGO»
HUGO SOUSA / CARLOS GOUVEIA
Às três e meia da manhã de quinta-feira, o autocarro do FC Porto entrava finalmente no Dragão, concluindo a viagem que o trouxera da Luz. A festa, que tinha começado no relvado, prolongara-se por mais de 300 quilómetros, desta vez sem os acordes de Helton. Mas só faltou mesmo o violão, porque, à chegada, Helton estava lá. Não no autocarro, mas junto à porta que dá acesso ao corredor dos balneários, recebendo a comitiva com abraços. \"Não tinha como dormir\", justificava-se ele. \"Queria comemorar esta vitória tão importante, que foi o reflexo de um espírito colectivo e de um sentimento de família FC Porto\". Resumindo: o travesseiro podia esperar umas horas, o capitão não. \"Quando acontece ultrapassarmos uma barreira como esta, temos de estar unidos na comemoração, porque trabalhamos todos pelo mesmo objectivo\", diz, reforçando a ideia com um exemplo concreto que lhe parecia duplamente apropriado. \"Veja-se o caso do Mariano: não é por ele estar aqui ao lado, mas, apesar de não jogar tanto este ano, tem contribuído muito mais. O trabalho no balneário, além do que faz no relvado, revela o profissional que é.\"
Mariano, também ele capitão, estava de facto ali ao lado, a ouvir tudo. E também testemunhara do banco a passagem à final da Taça. \"Não nos cansamos de ganhar. Eu gosto de ganhar, já estou habituado\", ri-se o argentino, sem deixar passar a provocação quando sugerem que se calhar já terá perdido a conta ao que ganhou. \"Não perdi, não! Sei muito bem o que ganhei desde que comecei a carreira e o que ainda quero ganhar. Quero sempre mais.\" Quer ele e Falcao.
O colombiano junta-se à conversa, transformada subitamente numa cimeira de capitães. Todos juntos, com o autocarro ainda próximo e a frase transportada em letras garrafais a servir de cenário. \"Este é o nosso destino\", lê-se nos vidros. Os três aceitam sem reservas deixarem-se fotografar para O JOGO junto desse lema, e Falcao até reforça a mensagem. \"É esta a mentalidade de todos; é neste sentido que nos tentam incentivar. Já conseguimos o primeiro objectivo, que era o campeonato, e demos um passo importante na Taça ganhando ao Benfica no seu estádio. Estamos com muitas \'ganas\' na Liga Europa e com vontade de conquistar tudo o que ainda temos pela frente.\" Mariano é rápido a completar a ideia. \"Para nós, isto ainda não acabou\". Falcao prossegue a deixa: \"Prometemos há tempos que nunca faltaria esforço em todos os jogos e acho que temos mantido essa promessa. Foi um pacto que fizemos com os adeptos e que tem sido cumprido mesmo em situações adversas, como era o caso desta desvantagem com o Benfica. Vai ser assim até ao fim; não podemos perder a cabeça.\"
Pergunta-se aos três se a história desta época não lhes parece demasiado perfeita, considerando a coincidência de até haver o maior rival ligado às conquistas. \"Peço desculpa, mas não digo que as coisas foram fáceis. Este percurso comprova a história da humildade. E sabemos que a humildade não está ao alcance de todos\", defende Helton. Mariano dá corda à pergunta. \"Esta época parece-me a prova de que os sonhos viram realidade\", diz. Falcao vai pelo mesmo caminho, concordando com a ideia de guião perfeito. \"Sim, é verdade. E continuamos a sonhar, assim como os adeptos. Sonhar não custa nada.\"
Já passava das quatro da manhã. Sonhar (e dormir...) parecia uma boa ideia.
Mensagens de capitão
\"Gostaria de lembrar que torcer pelo FC Porto qualquer um pode, mas ser Porto não está ao alcance de qualquer um. Ser Porto é dedicação; é entrega total, como se viu também da parte dos adeptos, que são o nosso 12º jogador\"
Helton
\"Gostaria de dizer aos meus companheiros que me sinto orgulhoso por fazer parte desta equipa que tem feito um trabalho que há-de ficar na história e nunca me esquecerei. Vou ter o que contar aos meus filhos e netos. Faltam dois títulos e não podemos deixar passar essa oportunidade\"
Falcao
\"Ser capitão é ser mais um. Não há ninguém dentro dos 24 que somos agora, ou dos 26, contando com o Castro e o Ukra, que tenha feito um trabalho mais importante. Todos o fizemos. Lutamos por jogar, não vamos ser hipócritas ao ponto de dizer que não queremos jogar, mas o interesse maior é fazer do FC Porto vencedor\"
Mariano
«OJOGO»