O que me volta a levar ao tópico que tenho discutido/debatido, até com quem sabe bem mais do assunto do que eu como o
@Tmgd99, a composição das equipas B.
Mais uma vez e já não é a primeira nem segunda nem terceira vez que abordo isto, eu olho para esta equipa B do regime e: 1 - a grande maioria dos jogadores são portugueses; 2 - não sentem necessidade de no onze titular ter um ou dois (ou três) jogadores "velhos", feitos, experientes.
Se eles conseguem fazer isto, porque é que nós sentimos tanta dificuldade de enveredamos pelo mesmo caminho ?
É a qualidade da formação que dita a diferença apenas ?
É a equipa de sub-23 deles que faz com que o último patamar da formação dos gajos receba os melhores da formação deles já com muito mais rodagem/arcaboiço para a segunda liga ?
É o scouting deles na descoberta dos melhores jogadores portugueses das camadas jovens nacionais ?
Sinceramente, sem palas nem fanatismo, gostava de ver isto mais debatido.
Não é bem assim. Eles não têm nenhum Castro com mais de 30 anos mas têm vários jogadores com 20/21/22 anos.
Analisando os 16 jogadores de cada equipa que foram utilizados neste jogo pelas duas equipas vemos claramente as diferenças entre as duas equipas nesta época.
Dos 16 jogadores utilizados pelo FCP, metade são juniores sendo que 3 deles ainda são de primeiro ano. Começaram a titulares 5 deles.
Dos 16 jogadores utilizados pelo SLB, apenas 2 jogadores são juniores sendo que só um deles foi titular.
Usando a geração de 2004 como bitola (segundo ano de senior) para limite de idade ideal numa equipa B, mais uma vez percebe-se que a equipa B do SLB é claramente mais experiente.
O FCP apresentou-se no 11 titular com o Felipe Silva (2002) e André Castro (1988) acima dessa bitola. Fez entrar também o Marcus (2000). Ou seja, em 16 jogadores apenas 3 jogadores em teoria já não deveriam lá estar.
O SLB apresentou-se no 11 titular com o Lacroix (2003), Gustavo Marques (2001) e Luan Farias (2003). Fez entrar também o Filipe Cruz (2002). Ou seja, em 16 jogadores 4 deles em teoria já não deveriam lá estar.
Da geração "limite" de 2004, o FCP apresentou no 11 inicial apenas 1 jogador (Gabriel Brás) e fez entrar outro (Jorge Meireles).
O SLB apresentou no 11 inicial 4 jogadores (André Gomes, Diogo Prioste, Hugo Félix e José Melro). Não entrou ninguém desta geração.
Num cenário ideal de as equipas B's não terem jogadores acima do segundo ano senior, na próxima época o FCP teria que subir/emprestar/dispensar 5 jogadores enquanto o SLB 8 jogadores.
Fazendo uma avaliação geral a estes factos/números podemos claramente dizer que a equipa apresentada pelo SLB neste jogo tem muito mais rodagem e experiência do que a equipa do FCP e isso ficou bem claro durante o jogo.
O SLB também adota uma política de contratar/manter jogadores com mais experiência para serem competitivos na II Liga e como os números o comprovam numa escala ainda mais alargada e na minha opinião de forma despropositada.
Enquanto o FCP teve um gap de qualidade entre as gerações de 2001 e 2005 e por isso teve de procurar opções fora de portas, o SLB em teoria não teve esse gap de qualidade mas enveredou pelo mesmo caminho.
Fazendo uma abordagem um pouco mais abrangente podemos comparar quantos jogadores o SLB aproveitou na sua equipa A das gerações (2003/2004/2005) que ganharam a YL e fazer a comparação com o que aconteceu no FCP. A diferença é mais uma vez bastante evidente.
Em relação às nacionalidades, e aqui a análise terá que ser feita também em relação aos escalões de formação, sem dados concretos (não tenho pachorra para fazer um levantamento pormenorizado

) diria até que o SLB vai recrutar mais fora do que propriamente o FCP. Repito, não tenho dados concretos mas do que vou acompanhando da formação em Portugal diria que nesse aspeto o FCP contrata menos fora do que SLB e SCP. E quando o faz é quase como último recurso. Apenas quando sente necessidade.
Em relação ao recrutamento no futebol de iniciação, estando eu dentro do meio e tendo contacto com algumas pessoas com mais abrangência de conhecimentos, o que posso dizer é que o FCP trabalha ao nível dos melhores. E isso é claramente visível pela qualidade que anos após anos a nossa formação apresenta.
Claro que há sempre espaço para melhorar mas o que tem sido feito neste capítulo tem sido muito bem feito.
A nível de metodologia de desenvolvimento do jogador tanto individual como coletivamente obviamente que não estou dentro do assunto por isso não me posso alongar muito. No entanto há algo que salta à vista de todos. A dimensão física. Todas as equipas de formação do SLB e do SCP são imensamente superiores a nível físico. E isso não é com gabinetes de performance que se mitiga. É com a construção de uma academia com todas as condições necessárias para esse trabalho ser desenvolvido. Enquanto andarmos com remendos vamos ter sempre este handicap face aos rivais.
Em relação à equipa sub23, a nível competitivo não vejo vantagem nenhuma na evolução dos jovens jogadores. A diferença de uma Liga Revelação para uma II Liga ou até mesmo uma Liga 3 é absurda.
No entanto, e para dar resposta à enorme quantidade de talento que as gerações vindouras apresentam, o clube terá que dar resposta a esta situação. Em teoria seria preferível ter uma equipa C na Liga3/Campeonato de Portugal. Contudo, é uma hipótese de difícil concretização. Por isso, tendo em conta a necessidade de dar minutos não me opunha à criação de uma equipa sub23.
Ps: peço desde já desculpa por me ter alongado um pouco
