Então o Sergio com 7 anos de clube, com plantel feito "por ele", jogadores com as caracteristicas para o modelo dele e com poder enorme no clube tinha uma tarefa mais dfiicl que um treinador que vem da argentina, já tinha um plantel pior que o ano passado e ainda perde 2 dos principais jogadores na semana que entra e 0 jogadores escolhidos por ele?
Estar 7 anos num clube como o FC Porto é privilégio mas também é muita pressão acumulada.
E quando um ciclo entra em rutura, como estava o dele, isso afeta tudo: intensidade, moral, confiança no discurso, ligação ao balneário.
Aí isso já não é vantagem. É desgaste.
E ainda assim, com uma equipa que já não respirava, com um ambiente muito complicado, conseguiu ganhar uma Taça.
Se isso não serve para limpar erros — também não pode ser usado para empurrar a narrativa de que "teve tudo".
Aliás, é até falacioso dizer que tinha o plantel moldado ao modelo.
Não tinha um box-to-box desde Herrera. Não tinha um criativo desde o Vitinha.
Nico, por exemplo, foi adaptado ao longo da época — cresceu com ele, tornou-se o que era por mérito próprio e de quem o enquadrou.
Ele com os seus erros moldou vários mesmo jogadores como Otávio, Taremi ou Uribe — todos moldados para funcionar num sistema pragmático, reativo e competitivo.
Mas é um ciclo que se fechou, as pessoas precisam de deixar de estarem mentalmente reféns do Sérgio.
Agora, o caso do Anselmi.
Sim, perdeu dois jogadores.
Mas o que se vê não é só a ausência de talento. É a ausência de estrutura.
É uma equipa que:
Perde bolas com o bloco aberto;
Deixa zonas centrais desprotegidas;
Não fecha por dentro;
É ultrapassada em transição com muita facilidade.
E isso, desculpa, não é culpa do Nico nem do Galeno.
É sistema.
É posicionamento.
É treino.
A perda de dois jogadores pode afetar rendimento ofensivo, pode cortar criatividade ou imprevisibilidade no último terço.
Mas não explica levar com bolas nas costas todas as semanas.
Não explica o bloco desorganizado.
Não explica jogadores sempre fora do lance, descoordenados, mal posicionados.
E quanto ao argumento do tempo — o Anselmi teve semanas limpas para treinar.
Não competiu num calendário sobrecarregado.
Teve reforços, que nem utiliza mesmo com jogadores em sub rendimento.
Comparar este cenário com o fim de um ciclo esgotado como o de Conceição não é o mais correto.
Um ciclo gasto é previsível que morra.
Um projeto que se quer ser novo, fresco, apoiado não é um fim de ciclo como o de Conceição.