Um desabafo

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Tribuna Presidencial
1 Julho 2016
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  • Pinto da Costa
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  • Lucho González
Nem sei por onde começar.

Ultimamente já não ando ativo pelo fórum, pois a minha vida mudou drasticamente para melhor e este ano tinha tudo para ser um excelente ano, só que isso não aconteceu. Neste momento sinto-me no fundo do poço, embora saiba que há situações muito piores que as minhas.

Para quem não se lembra de mim, era o tipo que passava a vida enfiado nos tópicos de ciclismo, isto até ao escândalo da W52, que me afastou um bocado dessa modalidade que tanto acompanhava. Por acaso, o final da nossa equipa coincidiu com uma altura em que estava numa má fase da minha vida pessoal, só que entretanto conheci uma mulher maravilhosa com quem comecei a trocar cartas através de uma app em pleno século XXI. Essa mulher de certa forma salvou-me a vida e as nossas cartas foram adquirindo proporções tão grandes que nem um nem outro tinha forma de responder, daí termos começado a falar por outros meios com maior regularidade, até eventualmente nos conhecermos pessoalmente e nunca mais nos conseguirmos largar.

Quase um ano depois, começámos a viver juntos em casa dos meus pais, pois estávamos a juntar condições para arranjar a nossa própria casa. Importa dizer que essa mudança dela ocorreu bem mais cedo do que esperava, porque ela vinha de uma família abusiva e em breve as circunstâncias da vida dela iriam mudar, ao ponto de não mais ser possível estarmos juntos. Por isso, priorizámos o amor um pelo outro. Desde aí cortou todas as relações com a família e tinha noção de que, se voltasse lá, a coisa poderia terminar muito mal. Sim, era grave a esse ponto.

Desde aí tivemos quase 3 anos maravilhosos. Não vou dizer que não existiram conflitos, como acontece com todos os casais. Ambos temos falhas e amávamos um ao outro independentemente disso. Tínhamos uma conexão especial que, em quase 30 anos de vida, nunca me pareceu ser possível com ninguém, tanto que evitei relacionamentos ao máximo, sejam de curto ou de longo prazo. Nunca me fizeram sentido até aquele momento.

Só que tudo, de um momento para o outro, desapareceu. Incluindo ela, no passado dia 26 de novembro. Levou alguns produtos de higiene, alguns pertences pessoais e 2/3 peças de roupa e pouco mais. Deixou duas cartas, uma para os meus pais e outra para mim, apagou tudo o que era rede social e bloqueou-me, tanto a mim como à minha família. Esperava encontrar respostas, mas eram cartas genéricas que em nada clarificavam o que aconteceu.

Podia interpretar como um simples término da relação por parte dela. Só que, infelizmente, é bem pior do que isso. Ela não tinha trabalho há um ano, logo não tinha rendimentos, e a conta bancária dela estava literalmente a zeros. Também não tinha propriamente um círculo de amigos, pois ela abdicou de muita coisa quando veio para cá. Tinha apenas um ou outro colega mais próximo na faculdade, onde ingressou com 23 anos, pois os pais não a deixaram fazê-lo mais cedo. Ou seja, todas as despesas dela eram suportadas por mim e pela minha família, o que torna o desaparecimento dela mais preocupante. Por outro lado, ela deveria ter para onde ir, porque senão não levaria o que levou, mesmo não tendo tocado no nosso fundo de emergência.

Mais tarde descobri que ela deixou de frequentar as aulas, mesmo que não saiba se será ou não uma questão temporária, e que andava a ser seguida pela psicóloga da universidade, algo que ela nunca me contou. Eu sei que ela tinha os traumas dela e as suas inseguranças, só que ultimamente parecia muito melhor. Só que, nos últimos três meses, não conseguia passar tanto tempo com ela como queria. Apesar de dividirmos casa, trabalho de segunda a sábado e chegava sempre tarde e ela saía sempre cedo. Praticamente só tínhamos o sábado ao final da tarde para fazermos algo para nós e o domingo inteiro, mas eu tentava sempre arranjar uma forma de lhe fazer um gostinho e saía com ela sempre que possível.

No próprio dia em que ela desapareceu, fomos à polícia. No entanto, disseram-nos que não podiam fazer nada, uma vez que ela é maior de idade. Ainda assim, tentaram contactá-la, mas constataram que o número de telemóvel já não se encontrava ativo.

Neste momento não sei o que fazer, até porque não tenho assim tanta gente para me apoiar. Sonho todos os dias que ela volta e que se resolve toda a situação. Sinto-me vazio e sem motivação, como se não tivesse alegria para viver. Dizem-me que tenho de seguir em frente, só que não me tem sido possível, porque nem a trabalhar horas extra de segunda a sábado me consigo distrair da situação, até porque nem sei se ela consegue sobreviver, dadas as nenhumas condições que tinha para fazer a vida dela. Sinto que tenho de lidar com isto como se ela tivesse morrido, mas pior...
 

zapan

Tribuna
18 Julho 2006
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Só te posso desejar muita força neste momento. O que tu nos contas parece mais do que uma simples separação já que não sabes o que lhe aconteceu e que o mundo anda cheio de histórias estranhas e vidas duplas. Tens de passar por esse período de nojo, não dá para passar logo para a frente. Passa tempo com os teus amigos e a tua família, são esses que estarão sempre aí para ti. Um abraço.
 

Flames

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20 Maio 2021
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  • André Villas-Boas
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Revejo-me muito neste desabafo, porque também já tive muitas vezes que superar (e ainda o estou a fazer neste momento), a dor de ver pessoas com quem pensava estar a construir o meu futuro ir embora. São momentos terríveis e sombrios, só posso dizer que te refugies o máximo que podes nas pessoas que tens e que certamente te amam, são elas que te vão ajudar a sair desse buraco. Não desistas, porque tudo nesta vida tem um propósito e uma razão de ser, por mais que tudo possa parecer sem saída neste momento.

Um grande abraço 💙
 

Ultra1992

Tribuna Presidencial
23 Maio 2016
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Porto
Nem sei por onde começar.

Ultimamente já não ando ativo pelo fórum, pois a minha vida mudou drasticamente para melhor e este ano tinha tudo para ser um excelente ano, só que isso não aconteceu. Neste momento sinto-me no fundo do poço, embora saiba que há situações muito piores que as minhas.

Para quem não se lembra de mim, era o tipo que passava a vida enfiado nos tópicos de ciclismo, isto até ao escândalo da W52, que me afastou um bocado dessa modalidade que tanto acompanhava. Por acaso, o final da nossa equipa coincidiu com uma altura em que estava numa má fase da minha vida pessoal, só que entretanto conheci uma mulher maravilhosa com quem comecei a trocar cartas através de uma app em pleno século XXI. Essa mulher de certa forma salvou-me a vida e as nossas cartas foram adquirindo proporções tão grandes que nem um nem outro tinha forma de responder, daí termos começado a falar por outros meios com maior regularidade, até eventualmente nos conhecermos pessoalmente e nunca mais nos conseguirmos largar.

Quase um ano depois, começámos a viver juntos em casa dos meus pais, pois estávamos a juntar condições para arranjar a nossa própria casa. Importa dizer que essa mudança dela ocorreu bem mais cedo do que esperava, porque ela vinha de uma família abusiva e em breve as circunstâncias da vida dela iriam mudar, ao ponto de não mais ser possível estarmos juntos. Por isso, priorizámos o amor um pelo outro. Desde aí cortou todas as relações com a família e tinha noção de que, se voltasse lá, a coisa poderia terminar muito mal. Sim, era grave a esse ponto.

Desde aí tivemos quase 3 anos maravilhosos. Não vou dizer que não existiram conflitos, como acontece com todos os casais. Ambos temos falhas e amávamos um ao outro independentemente disso. Tínhamos uma conexão especial que, em quase 30 anos de vida, nunca me pareceu ser possível com ninguém, tanto que evitei relacionamentos ao máximo, sejam de curto ou de longo prazo. Nunca me fizeram sentido até aquele momento.

Só que tudo, de um momento para o outro, desapareceu. Incluindo ela, no passado dia 26 de novembro. Levou alguns produtos de higiene, alguns pertences pessoais e 2/3 peças de roupa e pouco mais. Deixou duas cartas, uma para os meus pais e outra para mim, apagou tudo o que era rede social e bloqueou-me, tanto a mim como à minha família. Esperava encontrar respostas, mas eram cartas genéricas que em nada clarificavam o que aconteceu.

Podia interpretar como um simples término da relação por parte dela. Só que, infelizmente, é bem pior do que isso. Ela não tinha trabalho há um ano, logo não tinha rendimentos, e a conta bancária dela estava literalmente a zeros. Também não tinha propriamente um círculo de amigos, pois ela abdicou de muita coisa quando veio para cá. Tinha apenas um ou outro colega mais próximo na faculdade, onde ingressou com 23 anos, pois os pais não a deixaram fazê-lo mais cedo. Ou seja, todas as despesas dela eram suportadas por mim e pela minha família, o que torna o desaparecimento dela mais preocupante. Por outro lado, ela deveria ter para onde ir, porque senão não levaria o que levou, mesmo não tendo tocado no nosso fundo de emergência.

Mais tarde descobri que ela deixou de frequentar as aulas, mesmo que não saiba se será ou não uma questão temporária, e que andava a ser seguida pela psicóloga da universidade, algo que ela nunca me contou. Eu sei que ela tinha os traumas dela e as suas inseguranças, só que ultimamente parecia muito melhor. Só que, nos últimos três meses, não conseguia passar tanto tempo com ela como queria. Apesar de dividirmos casa, trabalho de segunda a sábado e chegava sempre tarde e ela saía sempre cedo. Praticamente só tínhamos o sábado ao final da tarde para fazermos algo para nós e o domingo inteiro, mas eu tentava sempre arranjar uma forma de lhe fazer um gostinho e saía com ela sempre que possível.

No próprio dia em que ela desapareceu, fomos à polícia. No entanto, disseram-nos que não podiam fazer nada, uma vez que ela é maior de idade. Ainda assim, tentaram contactá-la, mas constataram que o número de telemóvel já não se encontrava ativo.

Neste momento não sei o que fazer, até porque não tenho assim tanta gente para me apoiar. Sonho todos os dias que ela volta e que se resolve toda a situação. Sinto-me vazio e sem motivação, como se não tivesse alegria para viver. Dizem-me que tenho de seguir em frente, só que não me tem sido possível, porque nem a trabalhar horas extra de segunda a sábado me consigo distrair da situação, até porque nem sei se ela consegue sobreviver, dadas as nenhumas condições que tinha para fazer a vida dela. Sinto que tenho de lidar com isto como se ela tivesse morrido, mas pior...
Amigo não leves a mal mas na minha opinião que já vivi muito e tive alguns relações complicadas, eu acho que sabes a resposta mas tens de aceitar a decisão dela sair assim. Muita força aí, atrás de uma montanha á sempre outra. Dá tempo ao tempo.
 

Devenish

Tribuna Presidencial
11 Outubro 2006
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  • Reinaldo Teles
  • Março/19
Tem aí muita coisa complicada desde "porque ela vinha de uma família abusiva" a " Desde aí cortou todas as relações com a família e tinha noção de que, se voltasse lá, a coisa poderia terminar muito mal" a "andava a ser seguida pela psicóloga da universidade, algo que ela nunca me contou."
Isto dito de forma sucinta do que saquei do que escreveste sem saber bem a que te referes nas duas primeiras coisas que contaste não dá bem para fazer uma investigação se tivesse agora disponibilidade para o fazer (mas abandonei isso faz mais de 15 anos e prometi a mim mesmo não voltar a isso e eram casos graves e resolvi/descobri a maior parte e eram muito mais complexos).
Sobre a Polícia dizer que é maior de idade não é razão para não ser investigado, não é trabalho que a PSP faça mas a PJ porque o desaparecimento de uma pessoa tem que ser investigado e aberto um processo até porque vocês moravam juntos e tens provas disso.
Poderia fazer mais considerações sobre isso mas não quero para não te perturbar.
O parágrafo anterior aonde falo da investigação das autoridades competentes é o caminho em Portugal ou então um investigador profissional que o faça em paralelo ou não com a PJ para descobrirem o paradeiro e aclararem a situação.
 

brunovale1893

Arquibancada
18 Setembro 2025
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227
Tem aí muita coisa complicada desde "porque ela vinha de uma família abusiva" a " Desde aí cortou todas as relações com a família e tinha noção de que, se voltasse lá, a coisa poderia terminar muito mal" a "andava a ser seguida pela psicóloga da universidade, algo que ela nunca me contou."
Isto dito de forma sucinta do que saquei do que escreveste sem saber bem a que te referes nas duas primeiras coisas que contaste não dá bem para fazer uma investigação se tivesse agora disponibilidade para o fazer (mas abandonei isso faz mais de 15 anos e prometi a mim mesmo não voltar a isso e eram casos graves e resolvi/descobri a maior parte e eram muito mais complexos).
Sobre a Polícia dizer que é maior de idade não é razão para não ser investigado, não é trabalho que a PSP faça mas a PJ porque o desaparecimento de uma pessoa tem que ser investigado e aberto um processo até porque vocês moravam juntos e tens provas disso.
Poderia fazer mais considerações sobre isso mas não quero para não te perturbar.
O parágrafo anterior aonde falo da investigação das autoridades competentes é o caminho em Portugal ou então um investigador profissional que o faça em paralelo ou não com a PJ para descobrirem o paradeiro e aclararem a situação.
O senhor foi detetive privado?
 

Dragaoinvicto

Tribuna
3 Maio 2024
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  • André Villas-Boas
  • Jorge Costa
  • José Maria Pedroto
  • Bobby Robson
Nem sei por onde começar.

Ultimamente já não ando ativo pelo fórum, pois a minha vida mudou drasticamente para melhor e este ano tinha tudo para ser um excelente ano, só que isso não aconteceu. Neste momento sinto-me no fundo do poço, embora saiba que há situações muito piores que as minhas.

Para quem não se lembra de mim, era o tipo que passava a vida enfiado nos tópicos de ciclismo, isto até ao escândalo da W52, que me afastou um bocado dessa modalidade que tanto acompanhava. Por acaso, o final da nossa equipa coincidiu com uma altura em que estava numa má fase da minha vida pessoal, só que entretanto conheci uma mulher maravilhosa com quem comecei a trocar cartas através de uma app em pleno século XXI. Essa mulher de certa forma salvou-me a vida e as nossas cartas foram adquirindo proporções tão grandes que nem um nem outro tinha forma de responder, daí termos começado a falar por outros meios com maior regularidade, até eventualmente nos conhecermos pessoalmente e nunca mais nos conseguirmos largar.

Quase um ano depois, começámos a viver juntos em casa dos meus pais, pois estávamos a juntar condições para arranjar a nossa própria casa. Importa dizer que essa mudança dela ocorreu bem mais cedo do que esperava, porque ela vinha de uma família abusiva e em breve as circunstâncias da vida dela iriam mudar, ao ponto de não mais ser possível estarmos juntos. Por isso, priorizámos o amor um pelo outro. Desde aí cortou todas as relações com a família e tinha noção de que, se voltasse lá, a coisa poderia terminar muito mal. Sim, era grave a esse ponto.

Desde aí tivemos quase 3 anos maravilhosos. Não vou dizer que não existiram conflitos, como acontece com todos os casais. Ambos temos falhas e amávamos um ao outro independentemente disso. Tínhamos uma conexão especial que, em quase 30 anos de vida, nunca me pareceu ser possível com ninguém, tanto que evitei relacionamentos ao máximo, sejam de curto ou de longo prazo. Nunca me fizeram sentido até aquele momento.

Só que tudo, de um momento para o outro, desapareceu. Incluindo ela, no passado dia 26 de novembro. Levou alguns produtos de higiene, alguns pertences pessoais e 2/3 peças de roupa e pouco mais. Deixou duas cartas, uma para os meus pais e outra para mim, apagou tudo o que era rede social e bloqueou-me, tanto a mim como à minha família. Esperava encontrar respostas, mas eram cartas genéricas que em nada clarificavam o que aconteceu.

Podia interpretar como um simples término da relação por parte dela. Só que, infelizmente, é bem pior do que isso. Ela não tinha trabalho há um ano, logo não tinha rendimentos, e a conta bancária dela estava literalmente a zeros. Também não tinha propriamente um círculo de amigos, pois ela abdicou de muita coisa quando veio para cá. Tinha apenas um ou outro colega mais próximo na faculdade, onde ingressou com 23 anos, pois os pais não a deixaram fazê-lo mais cedo. Ou seja, todas as despesas dela eram suportadas por mim e pela minha família, o que torna o desaparecimento dela mais preocupante. Por outro lado, ela deveria ter para onde ir, porque senão não levaria o que levou, mesmo não tendo tocado no nosso fundo de emergência.

Mais tarde descobri que ela deixou de frequentar as aulas, mesmo que não saiba se será ou não uma questão temporária, e que andava a ser seguida pela psicóloga da universidade, algo que ela nunca me contou. Eu sei que ela tinha os traumas dela e as suas inseguranças, só que ultimamente parecia muito melhor. Só que, nos últimos três meses, não conseguia passar tanto tempo com ela como queria. Apesar de dividirmos casa, trabalho de segunda a sábado e chegava sempre tarde e ela saía sempre cedo. Praticamente só tínhamos o sábado ao final da tarde para fazermos algo para nós e o domingo inteiro, mas eu tentava sempre arranjar uma forma de lhe fazer um gostinho e saía com ela sempre que possível.

No próprio dia em que ela desapareceu, fomos à polícia. No entanto, disseram-nos que não podiam fazer nada, uma vez que ela é maior de idade. Ainda assim, tentaram contactá-la, mas constataram que o número de telemóvel já não se encontrava ativo.

Neste momento não sei o que fazer, até porque não tenho assim tanta gente para me apoiar. Sonho todos os dias que ela volta e que se resolve toda a situação. Sinto-me vazio e sem motivação, como se não tivesse alegria para viver. Dizem-me que tenho de seguir em frente, só que não me tem sido possível, porque nem a trabalhar horas extra de segunda a sábado me consigo distrair da situação, até porque nem sei se ela consegue sobreviver, dadas as nenhumas condições que tinha para fazer a vida dela. Sinto que tenho de lidar com isto como se ela tivesse morrido, mas pior...
Tens de ter muita força. Na prática o que estás a viver é um luto e todos os lutos levam parte de nós com eles, mas vais superar.

Nunca te esqueças que há sempre uma luz ao fundo de cada túnel, nenhuma dor nem nenhum sofrimento é para sempre!
 
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emm84

Bancada central
22 Outubro 2014
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não mas não te vou dizer o que fui. essa pergunta nem a devias fazer, devias calcular que não te responderia.
as investigações nem sempre são feitas, a extrema maioria, por detetives privados - sabes disso seguramente.
A questão do colega até foi legítima, a partir do momento em que dizes que já o fizeste e "resolveste grande parte dos casos". Aliás, até nem devias ter dito nada, visto que sub-repticiamente estás a dar esperança ao colega que está a passar por uma má fase, para logo depois dizer que não o podes ajudar.
 

ChamaDoDragao

Tribuna
13 Maio 2016
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Muita força! Pouco posso dizer que te conforte, mas tens um refúgio aqui no fórum e seguramente com amigos/família.

É um cliché, mas os clichés tornam-se clichés por alguma razão: "o tempo cura". Não escrevo o "tudo" porque ficam sempre cicatrizes. Mas são as cicatrizes que nos tornam mais fortes, mais resilientes.

Aquilo que descreveste não é nada mais nada menos do que o reflexo de como somos, enquanto animais sociais. Há aconchego no amor, mas também pode haver e há dor. Yin e Yang, um não existe sem o outro. E compreendo que a dor seja maior porque não tiveste uma explicação, uma forma de fechar o livro. Mas quem sabe, obterás as tuas respostas. Isso tu já não controlas...

Muita força, vais superar isto 💪
 

Mário Jardel

Tribuna
11 Setembro 2024
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É muito pior que uma separação. Tenho a certeza que preferias saber que ela te deixou e não quer mais estar contigo do que viver nessa incerteza de não saber o que se passou. Até porque isso te dá esperanças de que ela possa voltar.

Desejo-te a maior das forças e se quiseres desabafar mais estamos aqui para ti.
 

Devenish

Tribuna Presidencial
11 Outubro 2006
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  • Reinaldo Teles
  • Março/19
A questão do colega até foi legítima, a partir do momento em que dizes que já o fizeste e "resolveste grande parte dos casos". Aliás, até nem devias ter dito nada, visto que sub-repticiamente estás a dar esperança ao colega que está a passar por uma má fase, para logo depois dizer que não o podes ajudar.
A esperança que eu dei foi ele participar aos serviços competentes - o desaparecimento de uma pessoa independentemente de ser maior ou menor de idade tem investigação assegurada e está na lei - se não sabes disso devias saber.
O ter dito que resolvi muitos casos não estava implícito que resolvia este até porque estou reformado - tudo tem um tempo na vida e esse meu acabou e nem foi em Portugal e noutro âmbito de investigação que tem semelhanças (desaparecimento de pessoas) mas o meu era de âmbito criminal e militar.
O meu único erro foi ter respondido ao post porque já "sabia o que poderia vir" num fórum de replies de perguntas que eu não responderia, a ajuda que ele necessita para esclarecer a situação é nas instâncias competentes portuguesas - a resposta que ele recebeu da PSP, se é que contou tudo lá como contou aqui, está errada.
 

Diogo Oliveira 98

Bancada central
12 Agosto 2015
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  • Jorge Costa
  • Pinto da Costa
  • André Villas-Boas
  • Reinaldo Teles
História muito complicada.. pelo que contas se a história familiar dela não era boa e vinha de uma realidade abusiva, para além do facto de andar a ser seguida por uma psicóloga, dá a entender que essa realidade nunca se afastou dela e o repentino desaparecimento dela foi até um ato de proteção para contigo e a tua família.
O facto de somente ter levado as coisas dela e, ainda, vos ter deixado uma carta, ainda que vaga, demonstra que ela tinha carinho e respeito por vcs todos.
Se algum dia vais descobrir a verdadeira razão, não sei, mas espero que sim, porque, caso contrário, nunca será um capítulo verdadeiramente fechado na tua vida.
Agora, tens de ter força para continuar em frente, arranjar distrações e não te isolares, apesar de ser essa a tua vontade, mas se o fizeres, será pior.
Um grande abraço e muita força!!
 

Diogo Oliveira 98

Bancada central
12 Agosto 2015
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  • Reinaldo Teles
A esperança que eu dei foi ele participar aos serviços competentes - o desaparecimento de uma pessoa independentemente de ser maior ou menor de idade tem investigação assegurada e está na lei - se não sabes disso devias saber.
O ter dito que resolvi muitos casos não estava implícito que resolvia este até porque estou reformado - tudo tem um tempo na vida e esse meu acabou e nem foi em Portugal e noutro âmbito de investigação que tem semelhanças (desaparecimento de pessoas) mas o meu era de âmbito criminal e militar.
O meu único erro foi ter respondido ao post porque já "sabia o que poderia vir" num fórum de replies de perguntas que eu não responderia, a ajuda que ele necessita para esclarecer a situação é nas instâncias competentes portuguesas - a resposta que ele recebeu da PSP, se é que contou tudo lá como contou aqui, está errada.
Sim, por todo o historial que advém do desaparecimento, qualquer um de nós percebe que não é um desaparecimento normal. A PSP tem de participar ao MP e abrir investigação
 
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Manageiro de futból

Tribuna Presidencial
25 Julho 2007
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História muito complicada.. pelo que contas se a história familiar dela não era boa e vinha de uma realidade abusiva, para além do facto de andar a ser seguida por uma psicóloga, dá a entender que essa realidade nunca se afastou dela e o repentino desaparecimento dela foi até um ato de proteção para contigo e a tua família.
O facto de somente ter levado as coisas dela e, ainda, vos ter deixado uma carta, ainda que vaga, demonstra que ela tinha carinho e respeito por vcs todos.
Se algum dia vais descobrir a verdadeira razão, não sei, mas espero que sim, porque, caso contrário, nunca será um capítulo verdadeiramente fechado na tua vida.
Agora, tens de ter força para continuar em frente, arranjar distrações e não te isolares, apesar de ser essa a tua vontade, mas se o fizeres, será pior.
Um grande abraço e muita força!!
Isto.

Eu não sou ninguém para dar conselhos. Há quem ultrapasse os problemas refugiando-se nos amigos, nos relacionamentos passageiros, no trabalho, noutro parceiro. E há quem ultrapasse isso sozinho, porque acima de tudo depende muito da estrutura que as pessoas têm para lidar com os seus problemas e há pessoas que têm problemas parecidos e formas totalmente diferentes de os superar.

Mas acredito muito naquela conversa do "aquilo que não nos mata, torna-nos mais fortes" e são estas experiências que levamos desta vida, se fosse tudo fácil também não tinha piada nenhuma.

Que superes isto o mais depressa possível e que sejas feliz. São as únicas coisas que te desejo.

Ah, e parabéns pela coragem de desabafares num sítio público. Isto às vezes é meio impessoal mas há gente que lê isto e torce pelos outros, neste caso, por ti.
 

Gatão1983

"Estaremos sempre a teu lado, pelo nosso FCPorto"
14 Março 2023
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  • Jorge Costa
  • André Villas-Boas
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Nem sei por onde começar.

Ultimamente já não ando ativo pelo fórum, pois a minha vida mudou drasticamente para melhor e este ano tinha tudo para ser um excelente ano, só que isso não aconteceu. Neste momento sinto-me no fundo do poço, embora saiba que há situações muito piores que as minhas.

Para quem não se lembra de mim, era o tipo que passava a vida enfiado nos tópicos de ciclismo, isto até ao escândalo da W52, que me afastou um bocado dessa modalidade que tanto acompanhava. Por acaso, o final da nossa equipa coincidiu com uma altura em que estava numa má fase da minha vida pessoal, só que entretanto conheci uma mulher maravilhosa com quem comecei a trocar cartas através de uma app em pleno século XXI. Essa mulher de certa forma salvou-me a vida e as nossas cartas foram adquirindo proporções tão grandes que nem um nem outro tinha forma de responder, daí termos começado a falar por outros meios com maior regularidade, até eventualmente nos conhecermos pessoalmente e nunca mais nos conseguirmos largar.

Quase um ano depois, começámos a viver juntos em casa dos meus pais, pois estávamos a juntar condições para arranjar a nossa própria casa. Importa dizer que essa mudança dela ocorreu bem mais cedo do que esperava, porque ela vinha de uma família abusiva e em breve as circunstâncias da vida dela iriam mudar, ao ponto de não mais ser possível estarmos juntos. Por isso, priorizámos o amor um pelo outro. Desde aí cortou todas as relações com a família e tinha noção de que, se voltasse lá, a coisa poderia terminar muito mal. Sim, era grave a esse ponto.

Desde aí tivemos quase 3 anos maravilhosos. Não vou dizer que não existiram conflitos, como acontece com todos os casais. Ambos temos falhas e amávamos um ao outro independentemente disso. Tínhamos uma conexão especial que, em quase 30 anos de vida, nunca me pareceu ser possível com ninguém, tanto que evitei relacionamentos ao máximo, sejam de curto ou de longo prazo. Nunca me fizeram sentido até aquele momento.

Só que tudo, de um momento para o outro, desapareceu. Incluindo ela, no passado dia 26 de novembro. Levou alguns produtos de higiene, alguns pertences pessoais e 2/3 peças de roupa e pouco mais. Deixou duas cartas, uma para os meus pais e outra para mim, apagou tudo o que era rede social e bloqueou-me, tanto a mim como à minha família. Esperava encontrar respostas, mas eram cartas genéricas que em nada clarificavam o que aconteceu.

Podia interpretar como um simples término da relação por parte dela. Só que, infelizmente, é bem pior do que isso. Ela não tinha trabalho há um ano, logo não tinha rendimentos, e a conta bancária dela estava literalmente a zeros. Também não tinha propriamente um círculo de amigos, pois ela abdicou de muita coisa quando veio para cá. Tinha apenas um ou outro colega mais próximo na faculdade, onde ingressou com 23 anos, pois os pais não a deixaram fazê-lo mais cedo. Ou seja, todas as despesas dela eram suportadas por mim e pela minha família, o que torna o desaparecimento dela mais preocupante. Por outro lado, ela deveria ter para onde ir, porque senão não levaria o que levou, mesmo não tendo tocado no nosso fundo de emergência.

Mais tarde descobri que ela deixou de frequentar as aulas, mesmo que não saiba se será ou não uma questão temporária, e que andava a ser seguida pela psicóloga da universidade, algo que ela nunca me contou. Eu sei que ela tinha os traumas dela e as suas inseguranças, só que ultimamente parecia muito melhor. Só que, nos últimos três meses, não conseguia passar tanto tempo com ela como queria. Apesar de dividirmos casa, trabalho de segunda a sábado e chegava sempre tarde e ela saía sempre cedo. Praticamente só tínhamos o sábado ao final da tarde para fazermos algo para nós e o domingo inteiro, mas eu tentava sempre arranjar uma forma de lhe fazer um gostinho e saía com ela sempre que possível.

No próprio dia em que ela desapareceu, fomos à polícia. No entanto, disseram-nos que não podiam fazer nada, uma vez que ela é maior de idade. Ainda assim, tentaram contactá-la, mas constataram que o número de telemóvel já não se encontrava ativo.

Neste momento não sei o que fazer, até porque não tenho assim tanta gente para me apoiar. Sonho todos os dias que ela volta e que se resolve toda a situação. Sinto-me vazio e sem motivação, como se não tivesse alegria para viver. Dizem-me que tenho de seguir em frente, só que não me tem sido possível, porque nem a trabalhar horas extra de segunda a sábado me consigo distrair da situação, até porque nem sei se ela consegue sobreviver, dadas as nenhumas condições que tinha para fazer a vida dela. Sinto que tenho de lidar com isto como se ela tivesse morrido, mas pior...
Até me custou a ler isto.

Que situação. Como disse o colega acima, é muito mais difícil que uma separação ou uma morte, porque assim não sabes sequer o que se passa.

Procura ajuda, seja com amigos, familiares ou mesmo algum profissional. Não podes viver "preso" a uma situação que, infelizmente, não controlas.
O que fizeste aqui, já é uma prova de grande coragem.

Envio-te um forte abraço e que consigas ultrapassar isto.
 

Paredes5

Tribuna Presidencial
16 Janeiro 2013
12,151
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  • Fernando "Bibota" Gomes
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  • Jorge Costa
Nem sei por onde começar.

Ultimamente já não ando ativo pelo fórum, pois a minha vida mudou drasticamente para melhor e este ano tinha tudo para ser um excelente ano, só que isso não aconteceu. Neste momento sinto-me no fundo do poço, embora saiba que há situações muito piores que as minhas.

Para quem não se lembra de mim, era o tipo que passava a vida enfiado nos tópicos de ciclismo, isto até ao escândalo da W52, que me afastou um bocado dessa modalidade que tanto acompanhava. Por acaso, o final da nossa equipa coincidiu com uma altura em que estava numa má fase da minha vida pessoal, só que entretanto conheci uma mulher maravilhosa com quem comecei a trocar cartas através de uma app em pleno século XXI. Essa mulher de certa forma salvou-me a vida e as nossas cartas foram adquirindo proporções tão grandes que nem um nem outro tinha forma de responder, daí termos começado a falar por outros meios com maior regularidade, até eventualmente nos conhecermos pessoalmente e nunca mais nos conseguirmos largar.

Quase um ano depois, começámos a viver juntos em casa dos meus pais, pois estávamos a juntar condições para arranjar a nossa própria casa. Importa dizer que essa mudança dela ocorreu bem mais cedo do que esperava, porque ela vinha de uma família abusiva e em breve as circunstâncias da vida dela iriam mudar, ao ponto de não mais ser possível estarmos juntos. Por isso, priorizámos o amor um pelo outro. Desde aí cortou todas as relações com a família e tinha noção de que, se voltasse lá, a coisa poderia terminar muito mal. Sim, era grave a esse ponto.

Desde aí tivemos quase 3 anos maravilhosos. Não vou dizer que não existiram conflitos, como acontece com todos os casais. Ambos temos falhas e amávamos um ao outro independentemente disso. Tínhamos uma conexão especial que, em quase 30 anos de vida, nunca me pareceu ser possível com ninguém, tanto que evitei relacionamentos ao máximo, sejam de curto ou de longo prazo. Nunca me fizeram sentido até aquele momento.

Só que tudo, de um momento para o outro, desapareceu. Incluindo ela, no passado dia 26 de novembro. Levou alguns produtos de higiene, alguns pertences pessoais e 2/3 peças de roupa e pouco mais. Deixou duas cartas, uma para os meus pais e outra para mim, apagou tudo o que era rede social e bloqueou-me, tanto a mim como à minha família. Esperava encontrar respostas, mas eram cartas genéricas que em nada clarificavam o que aconteceu.

Podia interpretar como um simples término da relação por parte dela. Só que, infelizmente, é bem pior do que isso. Ela não tinha trabalho há um ano, logo não tinha rendimentos, e a conta bancária dela estava literalmente a zeros. Também não tinha propriamente um círculo de amigos, pois ela abdicou de muita coisa quando veio para cá. Tinha apenas um ou outro colega mais próximo na faculdade, onde ingressou com 23 anos, pois os pais não a deixaram fazê-lo mais cedo. Ou seja, todas as despesas dela eram suportadas por mim e pela minha família, o que torna o desaparecimento dela mais preocupante. Por outro lado, ela deveria ter para onde ir, porque senão não levaria o que levou, mesmo não tendo tocado no nosso fundo de emergência.

Mais tarde descobri que ela deixou de frequentar as aulas, mesmo que não saiba se será ou não uma questão temporária, e que andava a ser seguida pela psicóloga da universidade, algo que ela nunca me contou. Eu sei que ela tinha os traumas dela e as suas inseguranças, só que ultimamente parecia muito melhor. Só que, nos últimos três meses, não conseguia passar tanto tempo com ela como queria. Apesar de dividirmos casa, trabalho de segunda a sábado e chegava sempre tarde e ela saía sempre cedo. Praticamente só tínhamos o sábado ao final da tarde para fazermos algo para nós e o domingo inteiro, mas eu tentava sempre arranjar uma forma de lhe fazer um gostinho e saía com ela sempre que possível.

No próprio dia em que ela desapareceu, fomos à polícia. No entanto, disseram-nos que não podiam fazer nada, uma vez que ela é maior de idade. Ainda assim, tentaram contactá-la, mas constataram que o número de telemóvel já não se encontrava ativo.

Neste momento não sei o que fazer, até porque não tenho assim tanta gente para me apoiar. Sonho todos os dias que ela volta e que se resolve toda a situação. Sinto-me vazio e sem motivação, como se não tivesse alegria para viver. Dizem-me que tenho de seguir em frente, só que não me tem sido possível, porque nem a trabalhar horas extra de segunda a sábado me consigo distrair da situação, até porque nem sei se ela consegue sobreviver, dadas as nenhumas condições que tinha para fazer a vida dela. Sinto que tenho de lidar com isto como se ela tivesse morrido, mas pior...
Sabes que La famiglia Portista estará sempre aqui para o que for preciso.

Muita força e forte abraço!