44.5%. Percentagem inferior à obtida pela coligação que lidera Israel. ... não é por aí. Não argumento que todos são isto ou aquilo, antes que o fanatismo do Hamas tem contraponto no fanatismo de Israel. Que, quando alguém afirma que os palestinianos festejaram o ataque do Hamas, pode-se contrapor que grande parte dos israelitas judeus apoiam uma limpeza étnica e ocupação da Palestina. Quando se fala de rockets, pode-se falar de milhares de bombas. Etc. etc. etc. Mas não são comparáveis em grau: Israel faz muitíssimo pior. Mata muitíssimo mais. Mata mais crianças e mais mulheres. Destrói muitíssimo mais. Custa a crer que alguém consiga aludir à "ameaça existencial" que Israel enfrenta mantendo uma cara séria.
Que os palestinianos e os muçulmanos são todos bárbaros e terroristas já nós sabemos, sendo esse o estereótipo recorrente. A imagem, para mais nos dias que correm, é mais do que generalizada.
Porém, olhe-se para o outro lado, para a pretensa democracia aparentada à europeia. Extremismo religioso, extremismo político, discriminação étnica, colonialismo, ocupação ilegal de territórios, chacinas frequentes, bloqueio de auxílio, proibição de acesso aos meios de comunicação social, milhares de palestinianos mantidos em prisões sem acusação nem julgamento... para não falar da condenação sistemática por parte da quase totalidade dos membros da ONU e dos mandados de captura emitidos por crimes de guerra e contra a humanidade a vários líderes israelitas. Que uma organização terrorista faça terrorismo... expectável. Que um estado faça pior... enfim.
Tem piada, quanto à observação do outro colega, a descredibilização dos vídeos e imagens pela sua fonte. Como se a realidade fosse outra caso as imagens não fossem capturadas por árabes/palestinianos. Israel não permite que outros agentes de comunicação façam jornalismo no local. E assim mais facilmente silencia e desacredita o trabalho jornalístico dos actores locais, por serem castanhos, palestinianos, árabes, muçulmanos... e mais facilmente os persegue e mata.
Caso o expulsassem das suas terras, da sua casa, matassem a sua família, controlassem a sua vida... será que se radicalizaria e votaria no Hamas?
Não merece muitos mais escritos o que está a acontecer. Basta usar os olhos. Felizmente, a popularidade de Israel no mundo e a eficácia da sua propaganda encontram-se em declínio.