Estamos em segundo à condição, mas o mais provável é sermos 3º em breve, com uma diferença significativa no confronto direto. É a realidade que enfrentamos e que precisa de ser encarada sem muitas ilusões.
Este treinador, não só não valorizou um único jogador, como está a desvalorizar o plantel inteiro. Jogadores como Diogo Costa, Varela ou até os jovens talentos da formação (Vasco, Mora, Martim), que poderiam ser ativos importantes para o clube, estão a perder valor a olhos vistos. Até o Samu que começou bem já perece estar a ser arrastado pela ineficácia dos planos de jogo promovidos pelo treinador. Se continuarmos neste ritmo, chegaremos ao final da época em 3º lugar, fora da Champions, obrigados a jogar uma pré-eliminatória da Liga Europa (depende da final da Taça) e sem argumentos para negociar vendas vantajosas. O impacto desportivo vai arrastar-se para o plano financeiro, e não podemos ignorar que o sucesso financeiro depende diretamente do desportivo. Neste momento, Vítor Bruno é um empecilho. Para mim é simples.
A prestação europeia é uma autêntica vergonha. Perder com o Bodo, empatar com um United reduzido a lances de bola parada e andar a fazer contas para passar uma fase de liga onde éramos um dos favoritos é um atestado de incompetência total. Vamos ser claros: ter sequer de jogar a fase a eliminar extra da Liga Europa, uma competição em que devíamos estar tranquilos, é o reflexo do estado atual da equipa. Não adianta tapar o sol com a peneira ou usar chavões para defender o indefensável. O cúmulo foi o treinador nem ter tido coragem para falar com os jogadores depois da goleada na cesta do pão. Isto é sintomático de uma liderança frágil e sem rumo.
Enquanto os nossos rivais com o Lage a apostar num modelo básico, mas que vai resultando, e o outro rival a viver uma incógnita mas com bases que podem ser utilizadas – nós parecemos uma equipa de meio da tabela, sem processos defensivos sólidos, sem construção de jogo decente e incapazes de criar uma única oportunidade contra uma defesa do Moreirense em 45 minutos. Isto não é o FC Porto. Acreditar que as coisas vão mudar só porque se dá confiança a Vítor Bruno é wishful thinking. Não há varinhas mágicas no futebol, há trabalho bem feito e competência, e ele já provou que não tem nenhuma das duas. Pode ter trabalho, mas é muito mal excetuado, aliás trocar os exercícios e a abordagem de treino provou isso e mesmo depois da troca ainda piorou a equipa.
Os sinais estão todos à vista. A equipa não melhora – pelo contrário, piora jogo após jogo. A resposta "esperada" foi um desastre, e, mesmo assim, continuamos a arrastar este treinador pelos bancos. Neste momento ele parece um excursionista que vai visitando os estádios onde vamos jogar. Se perder ou empatar o próximo jogo, vai bater outro recorde negativo com mais de 40 anos. Isto é inadmissível para um clube com a nossa história e ambição.
Com o VB não vamos conseguir nada. A Taça de Portugal já foi; contra os rivais, fomos goleados por um e abdicámos de competir com o outro. Na Liga Europa, qualquer jogo é um pesadelo porque a equipa demonstra enormes dificuldades contra qualquer equipa. O que nos foi disfarçando foram as vitórias contra adversários internos mais frágeis, algumas com exibições assustadoras como a primeira parte contra o Arouca ou a segunda contra o Santa Clara e o jogo no Dragão com o Braga. Mal a pressão aumentou, fomos afastados com uma exibição má, muito má.
A verdade é esta: não há sinais de que Vítor Bruno vá dar a volta. Continuar a acreditar nisso é uma ilusão perigosa que pode custar muito caro ao clube.