Até concordo com algumas coisas mas gostaria de perguntar o que aconteceu com a Ucrânia após ter entregue as suas armas nucleares aos Russos em 94 e as promessas que lhe foram feitas?
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Eu não estou a dizer que os russos estão certos e que os americanos estão completamente errados. Apenas que a retórica utilizada e que vemos espalhada pelas tv's não passa de propaganda e que a realidade é constituída por bastantes mais nuances.
O mundo real é um mundo em que a ordem internacional é uma anarquia, não existe nenhuma autoridade que capaz de punir uma potência internacional porque fez isto ou aquilo. O mundo da ordem internacional merece uma visão realista e desapaixonada, a visão ocidental não é a visão da China, da Rússia, da Índia, dos países do médio oriente ou dos países africanos.
Respondendo à tua pergunta, naturalmente o que aconteceu com a Ucrânia foi que os acordos acabaram por não ser respeitados tanto pelos russos como pelos EUA e UK. Tanto um lado como o outro interferiram na política interna ucraniana. Primeiro os russos, depois os americanos.
A resposta da Rússia de Putin que originou a invasão foi exagerada e eu não estou contra a resposta e o apoio que foi dado aos ucranianos por parte dos americanos e da europa. Mas não podemos esquecer os americanos também instigaram o conflito e sabiam perfeitamente que aquilo ia levar a uma guerra, uma guerra com a qual muita gente poderia fazer muito dinheiro. E depois, pouco tempo depois do início da invasão russa, tivemos líderes europeus como o Boris Johnson, a pedido dos americanos, a sabotar as negociações da paz que iriam ser feitas na Turquia. Houve várias hipóteses para evitar o escalar deste conflito, mas foram sempre sabotadas porque esse foi o pretendido.
E é bom não esquecermos que os EUA tentaram fazer o mesmo com a China, em Taiwan. Provocaram os chineses até ao limite, meteram a Pelosi com um discurso extremamente provocatório. O Blinken quando foi à China usou uma retórica belicista que irritou profundamente os chineses. Só que os chineses são bastante mais metódicos e calculistas que os russos e sabem que iniciar um conflito em Taiwan, que é uma ilha e, portanto, seria uma invasão bastante mais complicada de levar a cabo e que causaria grandes danos ao país. No entanto, os EUA não tiveram problemas em elevar o discurso e a retórica para provocar ao máximo os chineses, a intenção era óbvia.
É uma luta por poder e influência, e particularmente nos EUA, a indústria da guerra é extremamente lucrativa.