Eu levava isso muito facilmente para um debate epistémico sobre a validade universal da opinião e a natureza ilógica dos pressupostos que emanam da liberalização deste ideal. O carácter contra-lógico absoluto de uma decisão torna-a intrinsecamente má de um ponto de vista não consequencialista. Mesmo na democracia tens o caso de interdição da capacidade eleitoral por incompetência mental. Para mim, aqui, devia aplicar-se o mesmo princípio. Quem votou na anterior direção não está, para mim, mentalmente equipado com ferramentas de razão e lógica para zelar pelo futuro da organização da qual é associado.
O problema aqui não é tomar uma decisão diferente da maioria, é tomar uma decisão de cariz objetivamente danoso para a instituição. É a mesma coisa que teres um meteorito de 100km de diâmetro a viajar em direção à terra com todas as evidências de que vai causar o fim da humanidade, abrir uma votação mundial sobre se devemos agir em conformidade (tentar fazer uso da nossa tecnologia para o tentar desviar da sua rota) ou se devemos deixar andar e esperar que falhe a Terra, e teres indivíduos a dizer "deixa-o vir, viva o meteorito, meteorito allez".
Existe validade, neste cenário hipotético, de ter este tipo de "opinião" e votar nesse sentido? Censurá-la é DiTaDuRa? Clamar inaptidão cognitiva ou doença do foro psiquiátrico é imoral?
Espero que não venhas a ter decisões importantes na tua vida a depender de indivíduos que se orientam por princípios tão lógicos e objetivos como aqueles que votaram, completamente convencidos do contrário quando o que não faltava eram anos de evidências, a morte do clube que tanto amam.