Duvido muito que o SC queira sair. Não me parece que tenha muitos pretendentes e não quer sair com a reputação manchada por uma das épocas mais tristes da nossa história.
Fez campanha descarada pelo PdC, mas não terá problema nenhum em fazer o jogo duplo que melhor convirá os seus interesses.
Se sentir que o melhor para a sua imagem e carreira é ficar no Porto, vai dar as cambalhotas à retaguarda que for preciso, sob o pretexto que é o amor que o mantém por cá.
Também não acredito que o AVB seja fã do treinador. E é demasiado inteligente para cair na cantiga do vigário. O SC não é um treinador de projeto. É um ótimo penso rápido, mas no médio/longo prazo, após alguns meses de lua de mel, irá causar problemas que o AVB e quem votou nele devia dispensar. Está-lhe no sangue. Mais tarde ou mais cedo irá sentir a necessidade de extrapolar as suas funções e de se fazer ouvir quando algo não estiver a correr bem.
Temo é que, como digo há anos, o AVB fique refém da escolha do SC sob pena de precipitar uma clivagem com um conjunto alargado de sócios que inacreditavelmente ainda não perceberam que estão a cometer um erro lesa clube semelhante ao que manteve o PdC como o Rei-Sol do clube, dispondo dele a seu bel-prazer. O erro do endeusamento e da sobrevalorização.
A popularidade do treinador pode ser um entrave à tomada de uma decisão que acredito que seja a que o AVB considera a que melhor serve os interesses do clube. O AVB não quer entrar a matar e, numa fase inicial da presidência, tomar um decisão que ainda será mais impopular do que devia não é tão simples nem fácil quanto parece.
Temo que o culto de personalidade de que há anos falo seja um empecilho inultrapassável para a limpeza de que tanto o clube precisa. De que tanto o AVB, o Jorge Costa e o Zubi precisam.