O que se passou hoje no Dragão não foi vergonhoso, foi histórico. Os que se julgam donos do clube foram esmagados pelos sócios e simpatizantes do FC Porto. Onde antes havia medo e coação, hoje houve coragem e legítima confrontação. E como não via nem sentia há muito, o estádio EM UNÍSSONO saiu em apoio à equipa, e como há muito eu não sentia, a equipa foi apoiada de uma forma extraordinária por cerca de 35 a 40 mil pessoas. Quem visse aquilo hoje, pensava que estava ali um jogo entre dois grandes rivais e não o FC Porto num terceiro lugar sem possibilidades de sonhar com o título, a jogar em casa com o lanterna vermelha do campeonato, o simpático Vizela. Percebeu-se, e muitos comentavam sobre isso, que o apoio à equipa não dependia, afinal, apenas do "esforço e dedicação" de alguns prestigiados da SAD mas sim do amor pelo clube de todos os outros. Foi extraordinário, o que se viveu hoje no Dragão.
E Sérgio Conceição percebeu-o. Ele estava lá, viu (e ouviu) o que se passou. Assim que o jogo terminou, mandou os jogadores irem agradecer, em primeiro lugar, às duas bancadas centrais, de um lado e do outro. Depois ao lado contrário do local da claque. E só no final à zona dos Super Dragões. E mandou fazer a tradicional roda no círculo central, ali, no meio, equidistante de todas as 4 bancadas, entendendo a necessidade de respeitar um estádio que se uniu para puxar pela equipa de uma forma apaixonada, enérgica e barulhenta, quando a principal claque do clube virava as costas à equipa e saiu do estádio por causa de um pedaço de pano.
Vergonhoso? Nada disso. Foi histórico. Foi libertador. Viva o FC Porto.