Como diziam o problema do FCP era jogar em 442.
Com este 433 em que só o Galeno e o Evanilson é que conseguem marcar um golo é que o SC está bem... entregou todas a chances que tinha agora não tem nada para se agarrar.
Existem os obcecados com o presidente, os obcecados com o treinador. E depois temos o obcecado com o sistema tático.
Nem o 4-4-2 era um 4-4-2, nem o 4-3-3 é um 4-3-3. São ambos variações do 4-2-3-1, onde o Pepê está a desempenhar as tarefas que eram do Taremi, que tanto contemplam ser 3º médio na transição, como aparecer na área como 2º avançado. A equipa continua a atacar da mesma forma. A maior diferença, até ver, é na estrutura defensiva, que iniciava no 4-4-2 (e descambava para 4-2-4 quando os extremos subiam para a pressão lateral) e agora estamos em 4-1-4-1, com menos pressão nos últimos 30 metros, mas com o Pepê e extremos em posições mais conservadoras, o que até tem ajudado a estabilizar defensivamente, como mostram os números de oportunidades e golos concedidos nos últimos jogos.
O ataque continua a não funcionar. E não foi por nenhum sistema tático. Foi por termos entrado lentos e jogarmos os primeiros 45 minutos a passo. Acelerámos no início da 2ª parte, marcámos o golo e entregámos a iniciativa de jogo ao adversário, qual equipa pequena, algo que já nos custou bem mais de uma dezena de vantagens tangenciais nos últimos 7 anos. Sou do tempo em que o FC Porto defendia vantagens mínimas com bola, mas já sei que faço parte do grupo dos que o treinador diz que não percebe nada disto. E os pontos vão ficando pelo caminho...
Depois temos vários problemas na escalada do 11.
• Eustáquio e Varela não funcionam juntos, não há ninguém para pegar na bola.
• O argentino entrou morto, gestão física top.
• Jaime não é jogador para profundidade, é jogador de espaço curto.
• Os nossos laterais são paupérrimos a defender, quer a profundidade, como o segundo poste. Não é de agora, e todos os adversários sabem-no.
Aquilo que foi, e bem, elogiado no jogo contra o Arsenal, é precisamente o que falha nos jogos domésticos. O treinador não estuda os adversários, não prepara a equipa para explorar as suas fraquezas. O Gil colocou a linha de 4 interior, com 2 trincos, apostando nos extremos para fechar as alas. Não soubemos explorar isso, criar superioridade numérica nas alas para ganhar metros e entrar na área, obrigando a linha defensiva a jogar de frente para a baliza. Fomos sempre pela mesma jogada, à exceção de algumas intrusões do Chico. Sempre previsíveis, sempre lentos, sem ideias para contrariar a teia que montaram.
Nem se pode dizer que foi um jogo difícil. O Gil acertou uma vez na nossa baliza. Mal saiu em contra ataque. Numa das únicas duas vezes em que o fez, faz o golo. Nós tínhamos a obrigação de fazer muito mais do outro lado, mas faltou velocidade, faltou criatividade, faltou discernimento e, como sempre, faltou eficácia.