Legitimar palavras de apreço do atual presidente sobre um investigado por coação, intimidação, orquestramento de violência contra sócios do NgC mostra a tua agenda. Isabel dos Santos? Poupa-me, fala-me de Bruno de Carvalho para comparar esta postura do presidente.
Tu sempre foste para mim um user de muito relevo intelectual por aqui mas aparentemente até a tua espinha verga, e bem!
Vou correr o risco de ser paternalista/altivo, mas não vou resistir. Estou a citar este teu post, mas ele é só um exemplo. Logo na página anterior tem posts que catalogam potenciais votantes de PdC em tachistas, ou velhos, ou burros ou qualquer outra designação menos própria.
Neste forum se fizesses uma sondagem e colocasses como opções:
a) Quase de certeza que voto em AVB
b) Quase de certeza que voto em PdC
c) Estou indeciso em quem voto, ou se voto.
Eu julgo que a) ganharia de forma esmagadora (80 ou + %) e as alineas b) ou c) seriam residuais.
Esses 80 ou + % daqui não são suficientes para pensar que está ganho. Há muita gente para lá deste forum que vai pela b) e as coisas não estarão desequilibradas.
E depois há gente que tem preferência e até pode nem votar por achar que está no papo (seja qual for o lado) ou que não estará mobilizada para ter que ir votar.
E há gente que até pode estar na c).
Se achas/acham que está no papo, não se preocupem. Podem continuar a destratar quem pensa o contrário porque são burros, mamões, velhos, iletrados, têm agenda ou falta de coluna vertebral.
Vou-te dar o meu exemplo: Eu estou na alínea b), mas poderia estar perfeitamente na c) se gostasse/confiasse na vontade/autenticidade/portismo do AVB.
Não vale a pena estarmos a discutir essa minha percepção, porque não superei o trauma A ou B. Não é isso que se trata.
Quando olho para Luis Montenegro ou Rui Rio há um em que eu podia votar e outro em que nunca votaria. Isso depende da nossa percepção (errada ou não) do lider. Mais do que o projeto, se vai subir ou descer impostos, fazer reformas na justiça ou não. É o personagem.
E até posso ver mais defeitos no que ponderaria votar do que no outro.
Dito isto: Não sendo AVB o candidato e podendo ser outra pessoa com o mesmo impacto que ele está a ter, a mesma possibilidade de vitória eu poderia estar na C. Porquê? Se leres a resposta que dei ao domribeiro perceberás.
Vamos imaginar que era esse o caso e que estava em dúvida por aquilo que o PdC me deu ao longo da minha vida, da tal gratidão, da luta que ele travou contra o regime, etc e tal.
Mesmo tentando ser racional na análise que precede o meu voto, de cada vez que leio o que aqui se escreve, a ausência do minimo dos minimos de consideração que eu acho que o PdC merece ter, o escárnio, tenho um instinto emocional de me querer afastar de vós.
Aqui não é altivez. É a única altura em que entra a gratidão, a memória, a felicidade vivida. Não me posso alinhar com "esta gente".
O mesmo quando ouço os habituais inimigos do Porto a cascar no PdC nas tvs.
Não é nada que deva contar, mas há um instinto do portismo que nos leva a querer distância de certa gente, mesmo que eles até estejam a falar verdade.
Imagina um inglês que até pode estar a criticar de forma certeira o William Wallace. Há todo um instinto Porto, que é mais histórico do que racional a querer aproximar-se do William Wallace.
Nós funcionamos assim: Se um user AVB deste forum que eu considero escrever um post 100% igual ao que o Rui Santos vai dizer hoje á noite há 2 reacções:
1 - O user X poderá ativar o meu lado racional e obrigar-me a tentar refutar o que ele escreve mentalmente para alimentar o meu suposto "pintismo". Se não conseguir arranjar uma explicação interior está lançada a semente.
2 - Se eu ouço o Rui Santos, ele ativa imediata e instantaneamente o meu lado emocional. É quase impossível que ele consiga plantar uma semente porque fico a pensar (desconfiados como os irredutiveis dragões são) de qual a intenção real que está inerente ao ataque.
Se eu estivesse na c) (já confessei que não estou e porquê), passava aqui um dia a ler as crónicas de escárnio à desgarrada ao Pinto da Costa (que é alguém que gosto e a quem estou reconhecido) e o meu instinto era totalmente emotivo: "PQP esta gente que não tem respeito nem memória"
Poderia votar PdC sem qualquer raciocinio lógico senão o de não querer estar junto de quem assim procede. Até podia ser PdC, mas não estar mobilizado e rapidamente me mobilizaria só para vos dar uma lição.
É irracional, não faz o menor sentido, mas nós agimos muitas vezes com base nessas molas.
Mais: se alguém está indeciso se vota no PdC, no Chega ou em qualquer outra votação o conselho que dou (lá está o paternalismo) é o não diminuam, desprezem ou cataloguem essas pessoas.
Podem não ser burros. Podem saber ler e escrever. Podem não ter tacho à espera. Podem saber fazer contas.
Se forem burros, analfabetos, tachistas, mamões e gente sem espinha não vale a pena tentar argumentar contra porque essa agenda será imutável.
Se por acaso não forem (ou não se acharem) nada disto, o resultado será o habitual nessas circunstâncias.
Quando alguém se sente destratado ou insultado por uma parte/facção/individuo há 2 reações possíveis:
a) Cristaliza o seu pré-julgamento, ganha repulsa pelos ofensores e vota sobretudo pela emoção/despeito/ressabiamento.
b) Opta pelo lado defendido pelos ofensores (vamos admitir que é o certo) porque não gosta de ser ofendido.
Qual é que achas que prevalece?