A grande diferença entre o 442 do JJ e do SC:
O Jesus jogava declaradamente com um 6 e um 8. E um ficava mais atrás (Fesja/Javi/Matic) e o outro ficava mais à frente (Enzo à cabeça). São na mesma dois jogadores no meio campo mas distintos.
O SC joga declaradamente com dois meio campistas. Para ele não interessa quem joga à frente ou atrás. O Varela joga várias vezes à frente do Eustáquio, tal como o Uribe jogou à frente do Vitinha e o Danilo à frente do Herrera. O que é estúpido porque limita em muito a construção do jogo!
E o 442 do JJ é, na minha opinião e talvez por ter sido executado por outros interpretes, muito melhor que o do SC alguma vez foi.
No entanto, não deixa de ser curioso o que o VP dizia na altura:
"Bola longa, Cardoso na primeira bola e segundas bolas."
"Bola longa, Taremi na primeira bola e duelos"
O 4-4-2 do Jesus esgotou-se tanto como o 4-4-2 do SC, no entanto as equipas sempre pareceram mais afoitas a criar táticas para contrariar o do SC ao fim de um ano de estarem a ser atropeladas do que com o sêlêbê (muitas delas descobrimos depois porquê, enquanto aqui se acusava este e aquele de sermos tolinhos das conspirações hehehehehe).
Era fastidioso ver o sêlêbê do Jesuca a fazer constantes sobreposições na ala até resultar, sempre a mesma jogada da sobreposição e do passe atrasado e certas equipas cairem.
Não considero que fosse superior ou inferior ao do SC, diferente.
O Jesuca nunca atacou muito a profundidade, abusava das sobreposições entre alas, laterais e um médio a apoiar, muitas vezes tentavam 4 vezes na mesma jogada até dar, o 4-4-2 do JJ mais parecido ao do SC foi apenas o da primeira época, sobretudo porque teve o seu "Otávio", um pouco menos criativo e mais físico o Ramires que o tornava mais híbrido. No entanto o SC nunca usou um 6 tradicionalmente posicional, cabeça de área, e o JJ usava, o modelo de meio campo do SC sempre foi mais "britânico", dois MC's com capacidade de ir e vir e se revezarem entre papeis de construção, pressão, recuperação, transporte.
No entanto o do SC foi-se aproximando ao do JJ na dinâmica da dupla atacante quando desaparece o factor Mareguiano. Antes o SC apostava em 2 Strikers declarados, um para jogar na área e proximidades e mais em apoios e tabelas, o outro para atacar a profundidade, comer e galgar metros, libertar a equipa de pressão e a fazer constantes movimentos de "agressão" à linha defensiva em desmarcações, quer para receber um passe na profundidade, ou para arrastar as marcações. Depois passou a ser mais próximo ao do JJ quando perdeu o jogador para esta função, ou quando o mesmo começou a perder rendimento. Com a entrada de Taremi, e com a sua inteligência, principalmente a partir de 21/22 onde esta passou a fazer de "9 e meio", papel similar ao que foram tendo Saviola, Lima e Conas nas táticas vermelhuscas do Djizas.
O próprio Djizas teve fases, a fase all out attack do primeiro 4-4-2 que durou até ao fim da época 10/11.
As goleadas e humilhação dessa época fizeram o Djizas tornar a equipa um pouco mais consevadora, ainda mais nos jogos com o Porto. 11/12 a equipa dele era bem menos "espetacular" e dada a cavalgadas ofensivas, muitos jogos ganhou-os a defender e sair no contra, ou com umas mijas desgraçadas, lembro-me deles estarem na frente e eu ter sempre a sensação que iam acabar por cair, sobretudo porque o Djizas era um pouco peco na contenção.
Manteve o mesmo tom na época seguinte mas melhorou a qualidade, e por isso a liga foi mais disputada, até ao pontapé de fé do Kelvin.
Lá fora Djizas depois de uma CL humilhante em 10/11 (e depois de cair na LE por um milagreiro golo do Lacazete no jogo das outras equipas nos descontos, foi eliminado nas meias pelo Braga) raramente jogou em 4-4-2, quase sempre um 4-2-3-1 em casa e um 4-5-1 fora. Chegou à final da LE com uma das mais descomunais mijas de que me lembro (ao contrário do ano seguinte em que salvo a eliminatória com a Juve onde foi uma grande mijanga, foi sempre bem melhor nas outras eliminatórias), fez um recorde absoluto de levar bolas nos postes, só com o Leverkusen em dois jogos levou 6 bolas nos ferros, 2 fora e 4 em casa, do Newcastle idem aspas levou umas 2 , do Fener levou 3 bolas nos ferros. E a jogar quase sempre em contenção e contra.
No fim a carga de derrotas nas decisões, quer na "final" do campeonato (onde jogou para o empate e para matar tempo do 1º ao último minuto) quer nas finais da Taça e LE "mataram" aquele Djizas.
Que se renovou com uma tática de puro contra-ataque, abdicou do ponta-de-lança mais de área para isso na maioria da vezes, lançando a dupla de 2ºos avançados Rodrigo e Lima aapoiados pelos esticões em velocidade do frágil mas rápido Markovic. Reultou em pleno, por dois motivos, ausência de concorrência devido ao FC Porto ter escolhido um técnico sem "mãos para o carro", e porque os adversários estavam já demasiado mecanizados para o "velho Djizas" e isto acabou por surpreender a Liga. Na Europa casou perfeitamente porque casou perfeitamente com a ideia que o mesmo já trazia de anos anteriores. Mas isto durou uma época, Djizas logo desmontou isto, primeiro porque perdeu o "cavalo", depois porque ele lá tinha a sua ideia base, voltou a ela, já super gasta, às sobreposições abusivas nos flancos, ao mesmo modelo de pressão em "L" etc. E foi uma época fraquíssima, onde acabou campeão por oferenda quando devia ter ficado em 3º ou 4º na luta com o Braga, a equipa só jogou moderadamente a partir de...Abril, quando se sentiu finalmente motivada por tanto colo e de ver que tinha "rede" a cobrir. Mas mesmo assim apenas medianamente, de Agosto a Março foi a equipa que pior jogava dos 4 primeiros.
Se não tivesse treinado do SLB Jesus teria "morrido" taticamente muito mais cedo, e mesmo assim deixaram-no morrer taticamente ganhando um campeonato.
De tal forma que RV depois de falhar rotundamente na aplicação das suas dinâmicas, tirou esta tática morta do caixão, continuou a jogar mal e a degradar a olhos vistos a cada época...mas sempre com o título oferecido, e com muitos jogos ganhos "á priori" porque os adversários entravam não ão surpreendentemente derrotados, ou eram derrotados por padralhadas absurdas.
Desde ai, e fora o périplo pelo Flamengo Djizas nunca mais assentou no modelo, após o falecimento do seu modelo lá atrás, no regresso ao pardieiro perdeu-se entre o 4-2-3-1 demasiado estático que usava na Europa em 2012 e tentativas de emulação do modelo do Amorim, que o levaram a duas épocas (época e meia) péssimas, e a ser esmagado pelo Porto várias vezes seguidas, de tal forma que quando empatou contra um Porto reduzido a 10 (e que esteve mais próximo de ganhar do que perder), baseado em pancada, paulada e agressividade fora da lei, quase festejou como se fosse uma grande vitória moral.
Por isso desconfio sempre de quando se fala do JJ para cá, porque acho que, se o modelo do Sc está esgotado e penso que temos a ganhar se ele aplicar modelos mais próximos ao que vimos ontem estaremos melhor, então com um JJ seria pior, porque os modelos que ele preconizava estão mortos desde 2013, e o homem anda há uns anos a fazer emulações de ideias alheias e a tentar inventar coisas, acho sinceramente que está ultrapassadíssimo, não só modelos base, mas o próprio homem em si.