2001-10-22
F.C. Porto continua a falhar muitos golos Recordou o jogo com o Belenenses e não gostou da falta de pontaria. Por isso, disse que o futebol não foi justo...
Eficácia. Esta terá sido a palavra mais repetida por Octávio Machado na conferência de Imprensa que antecedeu o único treino em Itália. O técnico portista aceitou falar sobre o jogo com o Belenenses e defendeu que a falta de pontaria dos seus jogadores acabou por ser traduzida numa derrota caseira, que já não se verificava há mais de três.
«Faltou-nos, essencialmente, eficácia», resumiu. «Não fizemos uma exibição contínua, mas dominámos e criámos um caudal atacante suficiente para garantir os três pontos. O futebol é que voltou a não ser justo». Desta vez, com a Juventus, os portistas não podem dar-se ao luxo de desperdiçar assim tantas oportunidades de golo. «No fundo, temos de ser muito mais eficazes», concordou Octávio. «O F.C. Porto está a conseguir exibições de grande qualidade. A única deficiência esteve, unicamente, na materialização da superioridade que vem evidenciando».
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2001-12-10
Santa Clara. Depois do desaire do F.C. Porto em Guimarães, os azuis e brancos encontram o Santa Clara em jogo a contar para os 16 avos de final da Taça de Portugal. No entanto, antes de abordar o futuro, a derrota na cidade minhota foi dissecada por Octávio Machado, que recusou o rótulo «falta de eficácia» e a necessidade de contratar um ponta-de-lança.
«A rentabilidade dos jogadores em Guimarães foi altíssima. Isso não nos preocupa», adianta. «O que me preocupa é aumentar os níveis de eficácia, porque temos ritmo e imaginação para criar isso mesmo. Por isso, vamos melhorá-la», disse, reconhecendo que a sua equipa «joga sempre para ganhar».
Talvez seja o optimismo do treinador que o leve a riscar a possibilidade de reforçar a frente de ataque. «Ponta-de-lança? O F.C. Porto tem o segundo melhor ataque, faz mais remates do que os outros. Adversidades são aquelas bolas que entram e não são validadas. É uma situação real», defende, dando a entender estar preocupado com o valor do Santa Clara.
«É uma equipa organizada, determinada e deu provas disso nos últimos jogos com o Benfica e com o Vitória de Setúbal. Por isso, merece-nos respeito», explicou Octávio Machado, antes de dar o repto sobre a postura dos azuis e brancos: «Temos de ser iguais a nós próprios e determinados. Ter ritmos fortes. Quando não entramos com determinação pagámos caríssimo esse facto».
No final fez questão de desvalorizar o já chavão de João Loureiro - «Deus não dorme». «Não são coisas importantes do futebol português. Não desejo o mal dos outros, apenas o bem e é com ele que eu vivo. As coisas importantes são outras, a competitividade do futebol português».
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2016-04-02
O treinador dos Dragões, José Peseiro, admitiu hoje que o FC Porto "não tem margem de erro" e ainda se mantém na luta pelo título, apesar de não depender de si próprio.
Na conferência de imprensa de antevisão da receção de segunda-feira ao Tondela, da 28.ª jornada, o treinador dos 'dragões' mostrou-se confiante na vitória, referindo que "a equipa não quer ficar fora da luta por sua responsabilidade".
"Temos que suportar da melhor forma a pressão de não termos margem de erro. Queremos continuar na luta. Neste momento, o nosso desafio agora é vencer o jogo com o Tondela para lutarmos, para já, pelo segundo, sabendo, ainda assim, que não dependemos de nós. Vamos fazer tudo para ganhar os nossos jogos e esperar por um desacerto dos outros para continuarmos a acreditar", disse José Peseiro.
Em relação ao jogo com o Tondela, o técnico não espera facilidades, apesar de o adversário ocupar o último lugar da tabela classificativa.
"Está em ultimo lugar, é um facto, mas também sabemos as dificuldades que tivemos em vencer em Tondela. Para além disso, é uma equipa que conseguiu tirar pontos ao Sporting, em Lisboa", começou por alertar o treinador.
José Peseiro apontou ainda a fórmula para vencer o jogo: "Também sabemos que somos melhores. Mas isso não basta. O Tondela não tem nada a perder. Vai estar tranquilo. Por isso mesmo, temos que apresentar uma postura profissional, séria e de qualidade para vencer um jogo muito importante para nós. Temos que ser nós próprios com o máximo compromisso e concentração", disse ainda.
José Peseiro desvalorizou ainda o facto de ter tido vários jogadores ausentes ao serviço das seleções, o que lhe pode ter limitado o plano de treino.
"É bom quando temos os jogadores na seleção. E tantos. É sinal que temos qualidade. Era também bom que estivessem connosco. Agora é importante que saibam que o FC Porto é o mais importante e que têm que mudar o 'chip'. Temos que fazer uma boa recuperação para fazermos um jogo sério", esclareceu.
Questionado sobre a falta de eficácia no momento de marcar golos, José Peseiro foi direto: "Temos criado oportunidades, não temos é tido eficácia. O mais importante é continuar a criar essas oportunidades e a eficácia vai melhorar com certeza".
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Os exemplos deste tipo de discurso são infinitos.
Os anos passam e ainda há quem alegremente se agarre a este paleio para justificar resultados.
A falta de eficácia sempre foi e sempre será um problema comum a todos os piores Portos da nossa história.
Temos melhores jogadores do que os adversários. Damo-nos ao luxo de contratar jogadores que marcam 17 golos num Gil Vicente e que aqui deixam de marcar.
Temos estádios repletos de adeptos nossos a empurrar a equipa para a frente.
Sempre tivemos e sempre teremos, em Portugal, mais ocasiões de golo do que a grandíssima maioria dos nossos adversários. Sejamos bem ou mal treinados.
Quando uma equipa tem problemas tão claros na engrenagem quanto a nossa, o argumento da eficácia não é mais do que uma barreira à discussão que se quer produtiva e com o mínimo de sumo.
Se entramos no discurso pateta da falta de eficácia, quando não jogamos de acordo com os pergaminhos do clube, não estamos a fazer mais do que a tapar o sol com uma peneira.
E não vamos estar com meias palavras: há quem o faça porque coloca os interesses próprios/interesses do treinador à frente dos do clube.
Mas estamos aqui pelo Porto ou pelo treinador do Porto caralho???
Epa já chega de desculpar o indesculpável em nome do fanatismo. Já chega, porra!
Mesmo que a partir da próxima jornada começássemos a atinar e a produzir um futebol digno de um Porto, nada pode desculpar os meses e meses a fio de falta de nível dentro e fora do campo, de um discurso miserabilista sem adesão à realidade e de uma gestão de ativos ruinosa.
Chega de desculpas! O F.C.Porto não precisa de desculpas!!
Quem se presta ao papel de defender o que está evidentemente mal, está a prestar um serviço tão mau ao clube quanto aqueles que se aproveitam do poder de administrar um espaço com a visibilidade do Portal dos Dragões para promover personagens e interesses que em nada abonam a favor da saúde do nosso Porto.