CEO do Dortmund, Carsten Cramer, descarta a entrada de investimento árabe no clube e frisa que o futebol tem de continuar a ser «interessante» para as próximas gerações
Num contexto futebolístico cada vez mais marcado pela influência saudita e pelo investimento proveniente do Médio Oriente, continuam a existir clubes que ainda defendem um modelo de financiamento austero e focado na defesa dos interesses do futebol do seu país. Este é o caso do Borussia Dortmund.
O atual CEO do Dortmund, Carsten Cramer, questionado sobre a possibilidade da entrada de fundos árabes para aumentar a posição do clube no contexto internacional mostrou-se taxativo, e frisou que isso irá contra os valores do clube: «Não. Nós preocupamo-nos com a origem do dinheiro, logo descarto a Arábia Saudita e o Qatar nas atuais circunstâncias políticas. O Dortmund está focado em proteger a regra dos 50+1- lei do futebol alemão que e protege os seus clubes de investimentos estrangeiros e que garante que os associados de determinado clube permaneçam com 51% das ações-no reforço da competitividade nacional e optar por um marketing centralizado e não individual. O futebol tem de continuar a ser acessível», disse Cramer, que realçou a importância do adepto na salvaguarda da modalidade.
«O futebol está relacionado com a cultura e rituais. Com tradição e com história. Na Fórmula 1 não tem essa retrospetiva, pois o seu foco é dar sempre o próximo passo com o carro. O futebol está mais lento, contudo, nós temos de crescer. No fim de contas, a nossa concorrência não é o Real Madrid, mas Netflix ou outra atividade de lazer. A nossa missão é garantir que as próximas gerações ainda se interessem por futebol», concluiu