Música

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Absolution

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2 Julho 2018
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Apenas uma visão, para mim, redutora. Sobre quem faz música, como faz e sobre quem gosta dela ou não gosta tanto. Até por que "se pode" gostar de vários estilos. Para mim nunca será só Sol ou chuva.
Eu acho que a subjectividade estava subjacente até porque eu dei a minha opinião sobre Nirvana. Não ouso pensar que estou correcto.
 
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MiguelDeco

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2 Setembro 2013
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  • Alfredo Quintana
Quando Nirvana atingiu o ponto alto eu ainda era um miúdo. Demasiado novo (sou de 85) para ter noção ou mesmo apreciar a sonoridade de Nirvana.

Quando comecei a ouvir Nirvana com alguma atenção já os Foo Fighters iam no 2º álbum. Por isso, todo o fenómeno passou-me ao lado, ou melhor, veio com uma meia dúzia de anos atrasado e, obviamente, não me causou o mesmo impacto que certamente causou a quem nasceu nos anos 70.

Relativamente ao som da banda, não há muito a dizer além de rasgados elogios.
A bateria de Ghrol trouxe o peso que faltava mas é na simplicidade das músicas, mais concretamente na guitarra, que está a magia da banda.

O Cobain nunca foi grande guitarrista. Tecnicamente limitado. Mas a beleza da música, na sua generalidade, reside nisso. Transformar o simples em memorável.
Riffs básicos que qualquer pessoa com os dedos todos consegue reproduzir facilmente na guitarra mas que, em alguns temas, (Smells Like Teen Spirit, por exemplo) são autênticas obras de arte.

Contudo, quando comecei a dar atenção às líricas, não me consegui rever nem um bocadinho no que o Cobain escrevia.
Demasiada depressão, demasiado corta pulsos. Não encaro assim a vida e, sinceramente, ninguém devia encarar.

Talvez fosse esse o sentimento que vigorava na época entre os adolescentes e a música deles acabava por ir ao encontro disso mesmo mas quando chegou à minha vez era-me completamente estranho e não me revia em nada daquilo.

Eu sou da geração do Britpop. Música com mais notas maiores que proporcionam outra predisposição e sentimento.
As letras são mais positivas. A vida é celebrada. Mesmo a rotina quotidiana é cantada e apreciada (Parklife dos Blur, por exemplo).

Com Nirvana, e o grunge na sua essência, tudo é o lado lunar, como escreveu Carlos Tê. Mas eu gosto de sol.
 
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bluevertigo

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26 Maio 2014
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Eu acho que a subjectividade estava subjacente até porque eu dei a minha opinião sobre Nirvana. Não ouso pensar que estou correcto.
Sim, ok, mas, para mim, nem há correto aqui...
Deixa dizer que como Nirvana, já adorava Pogues! naquela voz rouca de quem tens no teu avatar! Ambos a marcarem-me imenso naquela época, Shane até desde mais cedo.
 
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Absolution

Tribuna Presidencial
2 Julho 2018
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Sim, ok, mas, para mim, nem há correto aqui...
Deixa dizer que como Nirvana, já adorava Pogues! naquela voz rouca de quem tens no teu avatar! Ambos a marcarem-me imenso naquela época, Shane até desde mais cedo.
Sou um grande apreciador de folk irlandês.
Aliás, de todo o folk ou como lhe chamam "World Music".
Neste momento, ando a ouvir Lankum que vão mesmo às raízes do folk.

Mas em relação a Nirvana, concordas que as letras são depressivas, certo?
 

MiguelDeco

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Vou ter de ouvir isso ao fim do dia. Mas se puderes sintetizar o que disse ficava-te grato 😊
Basicamente é a opinião técnica desses músicos sobre a técnica do Kurt. Sobre essa simplicidade complexa que encantou milhões de pessoas e eles tentam explicar isso à maneira deles. Tem vários vídeos e é uma entrevista muito porreira e com alguns detalhes curiosos. Um deles e que achei curioso, termos o Grohl a dizer que quando o pat smear entrou para a banda eles viram-no e pensaram.. ""finalmente temos um músico a sério na banda" LoL
 

Absolution

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2 Julho 2018
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Basicamente é a opinião técnica desses músicos sobre a técnica do Kurt. Sobre essa simplicidade complexa que encantou milhões de pessoas e eles tentam explicar isso à maneira deles. Tem vários vídeos e é uma entrevista muito porreira e com alguns detalhes curiosos. Um deles e que achei curioso, termos o Grohl a dizer que quando o pat smear entrou para a banda eles viram-no e pensaram.. ""finalmente temos um músico a sério na banda" LoL
Afinal de contas eram miúdos a tentar vingar na música.
Essa história faz lembrar a da entrada do Ringo nos Beatles. Aqueles 3 génios olhavam para ele com admiração pois o Ringo era o único que já tinha traquejo.
 

Treinador de Bancada

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Quando Nirvana atingiu o ponto alto eu ainda era um miúdo. Demasiado novo (sou de 85) para ter noção ou mesmo apreciar a sonoridade de Nirvana.

Quando comecei a ouvir Nirvana com alguma atenção já os Foo Fighters iam no 2º álbum. Por isso, todo o fenómeno passou-me ao lado, ou melhor, veio com uma meia dúzia de anos atrasado e, obviamente, não me causou o mesmo impacto que certamente causou a quem nasceu nos anos 70.

Relativamente ao som da banda, não há muito a dizer além de rasgados elogios.
A bateria de Ghrol trouxe o peso que faltava mas é na simplicidade das músicas, mais concretamente na guitarra, que está a magia da banda.

O Cobain nunca foi grande guitarrista. Tecnicamente limitado. Mas a beleza da música, na sua generalidade, reside nisso. Transformar o simples em memorável.
Riffs básicos que qualquer pessoa com os dedos todos consegue reproduzir facilmente na guitarra mas que, em alguns temas, (Smells Like Teen Spirit, por exemplo) são autênticas obras de arte.

Contudo, quando comecei a dar atenção às líricas, não me consegui rever nem um bocadinho no que o Cobain escrevia.
Demasiada depressão, demasiado corta pulsos. Não encaro assim a vida e, sinceramente, ninguém devia encarar.

Talvez fosse esse o sentimento que vigorava na época entre os adolescentes e a música deles acabava por ir ao encontro disso mesmo mas quando chegou à minha vez era-me completamente estranho e não me revia em nada daquilo.

Eu sou da geração do Britpop. Música com mais notas maiores que proporcionam outra predisposição e sentimento.
As letras são mais positivas. A vida é celebrada. Mesmo a rotina quotidiana é cantada e apreciada (Parklife dos Blur, por exemplo).

Com Nirvana, e o grunge na sua essência, tudo é o lado lunar, como escreveu Carlos Tê. Mas eu gosto de sol.
Atenção que tecnicamente o Cobain não era grande guitarrista, mas como compositor era um ás e um mestre.

Do nível do Joey Ramone, com 3 acordes fazia uma canção memorável, mais era menos.

Quanto às letras, não sou tão taxativo como tu, há depressão e muita, mas também há rebeldia.

Um Stay Away, um Territorial Pissings, um Radio Unit Friendly Shifter, um Hairspray Queen, são claros exemplos disso.
 

MiguelDeco

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Afinal de contas eram miúdos a tentar vingar na música.
Essa história faz lembrar a da entrada do Ringo nos Beatles. Aqueles 3 génios olhavam para ele com admiração pois o Ringo era o único que já tinha traquejo.
Percebo o que dizes mas o caraças do Grohl era um músico de um nível absolutamente absurdo.. E vê-lo dizer esses tipos de coisas mostra-nos que também têm as suas inseguranças e medos, como todos nós. Mesmo um génio como ele. Gostei imensa dessa entrevista e sempre deu para perceber muito da forma como eles viam o Kurt.
 

wolfheart

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30 Novembro 2015
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Bragança
Os Nirvana hoje passariam praticamente incógnitos apesar do talento e génio musical de Cobain. O Rock está em mínimos históricos. O Grunge tinha a estrada asfaltada pelo hard rock/heavy metal. Cobain roubou a clientela (e eu fui um deles) a Guns n Roses, Skid Rows, motley Crue e a outras tantas da altura. Hoje vingar seria muito mais difícil, simplesmente porque os géneros dominantes não têm nada a ver com o espirito Rock.
 
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Os Nirvana hoje passariam praticamente incógnitos apesar do talento e génio musical de Cobain. O Rock está em mínimos históricos. O Grunge tinha a estrada asfaltada pelo hard rock/heavy metal. Cobain roubou a clientela (e eu fui um deles) a Guns n Roses, Skid Rows, motley Crue e a outras tantas da altura. Hoje vingar seria muito mais difícil, simplesmente porque os géneros dominantes não têm nada a ver com o espirito Rock.
OS Nirvana foram a tempestade perfeita.

Sou de 79 portanto vivi essa era na sua plenitude.

OS Nirvana são o epitomo da transição dos loucos e extragavantes anos 80, para uns anos 90 em que a dura realidade bateu-te na cara e todo o look e imagem artificial que rodeava a sociedade se esbateu. O grunge foi à essência dos teenagers dessa era servir de veículo dos seus medos, ansiedade, inseguranças e rebeldia. Kurt Cobain e os Nirvana foram o seu maior catalizador.
 

Absolution

Tribuna Presidencial
2 Julho 2018
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Atenção que tecnicamente o Cobain não era grande guitarrista, mas como compositor era um ás e um mestre.

Do nível do Joey Ramone, com 3 acordes fazia uma canção memorável, mais era menos.

Quanto às letras, não sou tão taxativo como tu, há depressão e muita, mas também há rebeldia.

Um Stay Away, um Territorial Pissings, um Radio Unit Friendly Shifter, um Hairspray Queen, são claros exemplos disso.
Sem dúvida.
Aliás, acho que o facto de ser limitado acabou por se focar mais na melodia do que andar tipo macaquinho de corda a fazer shreds e afins.
 

Absolution

Tribuna Presidencial
2 Julho 2018
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Os Nirvana hoje passariam praticamente incógnitos apesar do talento e génio musical de Cobain. O Rock está em mínimos históricos. O Grunge tinha a estrada asfaltada pelo hard rock/heavy metal. Cobain roubou a clientela (e eu fui um deles) a Guns n Roses, Skid Rows, motley Crue e a outras tantas da altura. Hoje vingar seria muito mais difícil, simplesmente porque os géneros dominantes não têm nada a ver com o espirito Rock.
O facto do rock não vender tanto disco como o pop ou rap não significa que não seja a música mais ouvida.

Repara que a nível de concertos, as maiores afluências continuam a ser no rock e nos seus diferentes sub géneros. Os maiores festivais são de rock.
Vais vendo um ou outro artista pop a acartar muito povo mas acabam por ser artistas efémeros. Hoje é o Bieber mas amanhã é um outro qualquer.

O que eu acho é que há muito que a venda de discos ou os streams não são o melhor indicador da grandeza dum artista. Já foram mas agora não acho.
A prova do algodão está nos concertos/festivais e na capacidade de mobilização das bandas.
 

Barrigana

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3 Novembro 2014
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  • Fevereiro/18
Folgo em ver que outros partilham a minha opinião sobre o Cobain.
Paciência, @MiguelDeco aka hipster.

E até vou mais longe: Cobain nem era especialmente original. Ouves Pixies, por ex., e já entendes de onde vem aquela originalidade.

Butch Vig e Grohl. 2 nomes que explicam bem a diferença entre ser mais uma do pacote do grunge dos 90 ou ser a banda n°1 do panorama.
 

Edgar Siska

Presidente da Associação Ódio Eterno ao Panelas
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Ao pé da praia
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Quando Nirvana atingiu o ponto alto eu ainda era um miúdo. Demasiado novo (sou de 85) para ter noção ou mesmo apreciar a sonoridade de Nirvana.

Quando comecei a ouvir Nirvana com alguma atenção já os Foo Fighters iam no 2º álbum. Por isso, todo o fenómeno passou-me ao lado, ou melhor, veio com uma meia dúzia de anos atrasado e, obviamente, não me causou o mesmo impacto que certamente causou a quem nasceu nos anos 70.

Relativamente ao som da banda, não há muito a dizer além de rasgados elogios.
A bateria de Ghrol trouxe o peso que faltava mas é na simplicidade das músicas, mais concretamente na guitarra, que está a magia da banda.

O Cobain nunca foi grande guitarrista. Tecnicamente limitado. Mas a beleza da música, na sua generalidade, reside nisso. Transformar o simples em memorável.
Riffs básicos que qualquer pessoa com os dedos todos consegue reproduzir facilmente na guitarra mas que, em alguns temas, (Smells Like Teen Spirit, por exemplo) são autênticas obras de arte.

Contudo, quando comecei a dar atenção às líricas, não me consegui rever nem um bocadinho no que o Cobain escrevia.
Demasiada depressão, demasiado corta pulsos. Não encaro assim a vida e, sinceramente, ninguém devia encarar.

Talvez fosse esse o sentimento que vigorava na época entre os adolescentes e a música deles acabava por ir ao encontro disso mesmo mas quando chegou à minha vez era-me completamente estranho e não me revia em nada daquilo.

Eu sou da geração do Britpop. Música com mais notas maiores que proporcionam outra predisposição e sentimento.
As letras são mais positivas. A vida é celebrada. Mesmo a rotina quotidiana é cantada e apreciada (Parklife dos Blur, por exemplo).

Com Nirvana, e o grunge na sua essência, tudo é o lado lunar, como escreveu Carlos Tê. Mas eu gosto de sol.
Eu meu amigo preciso sempre de uma camada de lado lunar, ou neste caso preciso de um tempo açoriano na música, um reflexo da vida, por vezes sol, dia lindo, espetáculo, depois longos períodos de nuvéns e chuva e a dura realidade, e dpois de ovo o aguardado sol que nos vem resgatar, e depois de novo o escuro e a chuva para nos mostrar que não podemos relaxar.
 
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MiguelDeco

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  • Alfredo Quintana
Folgo em ver que outros partilham a minha opinião sobre o Cobain.
Paciência, @MiguelDeco aka hipster.

E até vou mais longe: Cobain nem era especialmente original. Ouves Pixies, por ex., e já entendes de onde vem aquela originalidade.

Butch Vig e Grohl. 2 nomes que explicam bem a diferença entre ser mais uma do pacote do grunge dos 90 ou ser a banda n°1 do panorama.
Temos claramente uma ferida em aberto com este assunto :LOL: :sneaky: . Só um génio é que ficaria eternizado na música não sendo excepcional a:
1 - cantar
2 - tocar
3 - entreter

É lidar :)
 
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Absolution

Tribuna Presidencial
2 Julho 2018
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Eu meu amigo preciso sempre de uma camada de lado lunar, ou neste caso preciso de um tempo açoriano na música, um reflexo da vida, por vezes sol, dia lindo, espetáculo, depois longos períodos de nuvéns e chuva e a dura realidade, e dpois de ovo o aguardado sol que nos vem resgatar, e depois de novo o escuro e a chuva para nos mostrar que não podemos relaxar.
Eu também preciso.
Também tenho os meus dias de chuva mas quando vou lá baixo prefiro levar o Bon Iver comigo.
 
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Edgar Siska

Presidente da Associação Ódio Eterno ao Panelas
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Ao pé da praia
  • Alfredo Quintana
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  • Agosto/22
Folgo em ver que outros partilham a minha opinião sobre o Cobain.
Paciência, @MiguelDeco aka hipster.

E até vou mais longe: Cobain nem era especialmente original. Ouves Pixies, por ex., e já entendes de onde vem aquela originalidade.

Butch Vig e Grohl. 2 nomes que explicam bem a diferença entre ser mais uma do pacote do grunge dos 90 ou ser a banda n°1 do panorama.
O Cobain sempre nomeou os Pixies como uma das suas influências.
Acho normal como artistas sermos influenciados pelos artistas que gostamos.

Sem dúvida que a produção do Butch Vig foi top notch.