O fim da macacada por José Manuel Ribeiro, antigo director do jornal O JOGO Fernando Madureira, aliás “Macaco”, encarna, há décadas, um dos melhores argumentos que Jorge Nuno Pinto da Costa poderia ter usado para atacar os males do centralismo lisboeta (ou, em concreto, a rarefacção de pluralismo na comunicação social que deriva dele). Dez minutos no Google esclarecem, com facilidade, quais são os jornais e as estações de televisão que glorificam Madureira, a família de Madureira, o periquito de Madureira, os Porsches de Madureira, e que lhe estendem, de bandeja, uma audiência que nunca teria com a minguante imprensa do Porto. Mas Pinto da Costa nem uma vez utilizou o seu tempo de antena para proclamar o imprescindível: “Notem como Lisboa retrata os portistas. Notem como escolhem ver-nos.” Também nunca contestou essa imagem. Nunca corrigiu Madureira em público, nunca o incomodou que o Porto fosse interpretado, à distância de 300 quilómetros, como uma vilazinha do século XIX sitiada por um comum arruaceiro, nem que os portuenses fossem, constantemente, descritos como um rebanho de cidadãos quebradiços e amedrontados, que trancam portas e correm persianas ao menor guincho de Super Dragão nas ruas. Pinto da Costa também nunca condenou comportamentos que, de acordo com a sua própria linha de raciocínio, só podiam servir para prolongar os orgasmos do centralismo, em estado de êxtase perpétuo com a abundância de munições para aprofundar, a um ritmo diário, a identificação entre Madureira e os portistas. Porque é assim que um adepto de outro clube com alguma réstia de empatia deve imaginar o pensamento de um portista quando lê cada oráculo (aquelas legendas que acompanham as emissões em directo) da CMTV: “Então este sou eu? Só posso ser o Macaco ou o maricas provinciano que tem medo do Macaco? Só posso ser um arruaceiro boçal ou um cobarde?” A assembleia geral desta segunda-feira foi a autoconcretização da profecia, o culminar de inúmeros actos de (vá lá) complacência do presidente do FC Porto para com um lado do clube que, na Europa ocidental do século XXI, só lhe traz alguma coisa de positivo nos delírios dos comentadores televisivos. Fernando Madureira é um chefe de claque competente. Nenhuma equipa grande com juízo pode desdenhar alguém que consegue reunir 4000 adeptos para um jogo fora de casa. Isso é conversa para quem só quer conhecer a superfície do futebol. Ali, nos estádios, as claques são muitas vezes decisivas. Numa assembleia geral, não podem ser. Nem necessárias, nem decisivas, nem presentes. Naquele sítio, não há maneira de uma claque ter um papel legítimo, e, se o tiver, não há maneira de defender a direcção de um clube que o permita. Chegou o momento sacramental nos mitológicos 40 anos de Pinto da Costa. A única maneira que o presidente do FC Porto tem de os respeitar é garantir aos sócios que, no dia 20, poderão discutir com o máximo de liberdade um clube demasiado grande para ser apenas Pinto da Costa. Quanto mais apenas Fernando Madureira.
ACABOU-SEEEEEEEEEEEEEEEEEE...
VEM AÍ MUDANÇA CAROS PORTISTAS!!!!!!!!!!!!
Macaco sai da claque...novas informações
E o Saul não escapa também...
As imagens comprovam andou à batatada...