Não existe qualquer tipo de justificação possível para os atos que foram cometidos contra israelitas pelo Hamas. Nenhuma. O Rui Tavares explica isso muito bem e foi o que tinha dito logo numa das minhas primeiras intervenções sobre o tema neste tópico. O Hamas não luta pela causa Palestina, está a destrui-la, a única coisa que o Hamas pretende é perpetuação da violência. São compostos por fanáticos religiosos que não têm qualquer tipo de apreço pela vida, nem dos outros nem deles, nem dos próprios filhos.
Também acho que não existe justificação para Israel matar tantos civis com tanto bombardeamento. Os altos quadros do Hamas nem sequer em Gaza estão. São gajos com dinheiro que se estão a cagar para a populaça. O que acho justificável é que o desespero por viver naquelas condições e as sucessivas agressões de israel tenha levado aquela gente ao desespero a ponto de terem votado no Hamas e acharem que seria a sua salvação. É algo que consigo compreender, assim como compreendo as pessoas a viver em dificuldades ou que vejam no Chega uma solução para algo.
A questão da imigração tem que ser analisada de forma pragmática, sem recorrer a xenofobias, nem a políticas fofinhas. É evidente que Portugal precisa de imigrantes, mas também é evidente que uma imigração desenfreada, pouco controlada e sem capacidade para receber e integrar devidamente tanta gente vai trazer problemas com os quais nos vamos ter que debater. Eu há cerca de 1 ano fiz amizade com um casal marroquino, boa gente, vieram à procura de melhores condições de vida, tinham perdido um filho durante a gestação devido ao sistema de saúde precário de Marrocos. Ele é professor de Matemática, está a aprender português para conseguir exercer a profissão, para já tem trabalhado em restaurantes e agora arranjou um emprego com melhores horários. Está a esforçar-se para conseguirem melhorar a sua vida no país. Ajudei-os a arrendar casa e são pessoas excelentes, prestáveis, já me convidaram para jantar, estão perfeitamente integrados aqui na zona, as pessoas acolheram-nos bem. Como eles a maioria. Mas é evidente que no meio de muita gente vem sempre gente indesejável. E independentemente disso, se o país não tem capacidade de acolher estas pessoas e dar-lhes condições de vida minimamente decentes, não as conseguir integrar, é evidente que teremos um problema, porque a tendência é estas pessoas começarem a ser discriminadas, agruparem-se em bairros e guetos, radicalizarem-se, etc. França é um bom exemplo.
O problema é que hoje em dia parece que o bom senso desapareceu, muita gente nem percebe o que está a acontecer, mas quase se sente obrigada a se posicionar.
Também me parece que ninguém está muito preocupado em chegar a um entendimento. Israel não vai desaparecer e deixar o território, já não estamos em 1947. Portanto, colocar em cima da mesa soluções utópicas, só para quem não está interessado em que exista um entendimento. Limpeza étnica, expulsar os palestinianos, apartheid, discriminação, também não me parece que seja solução para nada. Sempre se colocaram entraves de um lado e de outro, muito também por influências externas, cultivaram-se utopias e raramente se deram passos concretos para a resolução de um problema que será cada vez mais difícil de resolver, para não dizer impossível.