Aqui vou-te citar.
lê um livro de Freitas do Amaral que explica parte disso.
e acrescento o que não vem nesse livro;
1º a guerra de Afonso Henriques foi feita em grande parte contra os condes galegos.
2º Castela e Leão nunca aceitariam isso por causa de Santiago de Compostela, nós tinhamos Braga e eles Santiago - naquela época contava e muito esses pormenores da cristandade. Abaixo de Coimbra havia um "mundo" a conquistar que era mouro. Os sucessores de Afonso Henriques em menos de 60 anos conquistaram tudo até ao Algarve. Os Espanhóis (ou melhor castelhanos e afins) demoraram cerca de 400 anos a conquistar a parte sul da península (cordoba e granada foram inexpugnáveis durante centenas de anos).
Ainda sobre a Galiza; Afonso Henriques chegou a ter Vigo e Tui na sua posse mas teve que ceder para conseguir o essencial: a independência de Portugal. E nesta época a opinião do Papa em Roma era determinante.
Galiza foi sempre uma utopia; a única coisa que nos une, ainda, é a lingua mas apesar de todos os esforços de muitos galegos o castelhano é a lingua deles e pouca gente fala galego. E há outra coisa; Galiza do Norte (foi sempre pró castelhana), Galiza do Sul não e não é por acaso mas em tom jocoso que muitos galegos chamam aos vigueses "portugueses". Para finalizar; Franco era de Ferrol (extremo norte da Galiza) e muito pior que muitos castelhanos - Salazar foi um cabrão mas honra lhe seja feita; desconfiou sempre de Franco e apesar da amizade aparente teve sempre receio que Franco anexasse Portugal (e chegou a ser um objetivo dele e teria sido pior que os Filipes que esses ao menos sempre separaram as águas; Reis de Espanha e Portugal - nunca nos anexaram totalmente).
Estive a ler o teu comentário com mais atenção.
Relativo aos reinos medievais ibéricos e do facto de Castela e Leão não aceitarem .
Segundo algumas fontes até de galegos de revisionismo histórico e que na minha opinião são bastante credíveis.
O grande reino peninsular cristão além da marca espanhola de Aragão não era leão, nem as Astúrias. Mas sim o reino da Galiza. Ou seja era o reino da Galiza que era o grande reino com estruturas políticas históricas da península ibérica ocidental. Sendo Aragão na marca espanhola a leste.
Faz sentido porque a Galiza e o Norte de Portugal herdaram uma estrutura política dinástica vinda do reino Suevo e anteriormente da Gallecia romana. Ou seja, reinos e limitações territoriais que mantiveram as mesmas fronteiras durante quase um milénio. E que foi interrompida pelas invasões muçulmanas que a Norte do Douro nunca conseguiram uma ocupação duradoura e pacífica.
Aliás estás correntes de revisionismo histórico colocam em causa a própria narrativa histórica oficial espanhola. Ou seja indicam que foram nobres galegos que conquistaram parte das Astúrias aos mouros e não o inverso. Colocam o reino da Galiza no centro do grande reino cristão da época basicamente quase que afirmam que o reino de Castela ( era um condado muito pequeno) e leão eram o reino da Galiza e que a narrativa histórica espanhola do século XIX alterou um pouco a importância essencial que o reino galego teve.
Portanto não sei até que ponto Castela e leão poderiam influenciar ou determinar o percurso histórico do reino galego.
Conheço essa posição e investigação de Freitas do Amaral e do filho do Freitas do Amaral, Diogo Amaral. Porém nunca li.
Mas nas fontes que procuro acho que a divisão do condado portucalense do reino da Galiza e não de leão foi uma vontade de dom Afonso Henriques emancipar-se e ter Poder. Um acontecimento histórico que dividiu uma organização territorial com mais de 1000 anos que veio da era romana com a Gallaecia onde Braga era a capital até ao reino Suevo onde Braga também era a capital. É interessante verificar que durante mil anos a Galiza e o norte de Portugal mantiveram quase intactas as mesmas fronteiras e tipologia de organização territorial subdividida entre conventus bracarense, conventus lucense e conventus asturiano . Está organização territorial prevaleceu durante séculos e séculos.
Eu acho mesmo que Portugal como conhecemos hoje foi um acaso, fruto de uma emancipação de um condado. Mas um feliz acaso.
Desculpem o off-topic. Mas acabei por reflectir sobre esta questão