Estado demais nunca foi liberdade para o indivíduo. Seja estado demais em comunismo ou fascismo. Estado demais, por definição vai dizer-te como has-de viver em todos os parâmetros da tua vida. A IL bem, muito bem, foi contra a renacionalizacao da TAP de Lisboa. Todos pagamos dinheiro, muito dinheiro, ainda agora surgiu mais um prejuízo de 1,6 mil milhões. Aproxima-se uma temporada difícil e era tão fácil prever que esse dinheirao ia fazer tanta falta noutras coisas. Erros do passado feitos por um Beto que anda de Porsche se autodenomina socialista e que acha que a classe média não vai sentir falta do dinheiro em impostos que foi para a TAP de Lisboa.
O conceito de demasiado Estado é subjetivo. O comunismo, por exemplo, não admite Estado. Mas compreendo o que dizes, já que em Portugal, o PCP há muito esqueceu os princípios marxistas-leninistas que dizem defender e tornaram-se uma qualquer união sindical de luta entre estratos sociais, apoiando inversamente regimes externos que condenam a população à pobreza em prol de oligarquias.
Nesse aspeto, o comunismo e o liberalismo estão de mãos dadas, só defendem intervenientes diferentes como destino final a dar à propriedade.
Eu revejo-me mais na escola nórdica. A tal que diz só existirem duas coisas certas, a morte e os impostos. E tal como acontece lá, os impostos pagam-se, mas reconhece-se valor a esses, sendo isso uma coisa que falta no sul da Europa. O meu cenário político ideal não são decisões por ideologia, mas ponderadas tendo em conta o momento atual e consequências futuras dessas decisões. E faço um exercício básico em Portugal: se não perdessemos, para os vários níveis de corrupção, quase 30% do PIB todos os anos, quais seriam as condições de vida que o Estado poderia providenciar? Na vertente da corrupção, não são só os decisores políticos. Já discutimos isto antes aqui, é a cunha, o caruncho, o favorecimento no concurso, o dinheiro pelo lado e aquele que não passa fatura, é o desconto comercial e o SA a fazer de salário, a falta de fiscalização e aquela que recebe o envelope por debaixo da mesa, é o favorzinho e a mão que lava a outra. Os portugueses são peritos em aplicar diferentes níveis de corrupção no seu dia a dia, ao mesmo tempo que vociferam contra os tais políticos que roubam e desviam, exatamente porque são portugueses e cresceram com essa cultura.