Putin é um líder nacionalista de tendência autocrática. E é sabido que o nacionalismo tanto se pode enquadrar à esquerda como à direita, é irrelevante. O que é relevante para um líder nacionalista é ter sobre controlo o poder económico e financeiro, assim como os partidos políticos e os meios de comunicação financiados por esse mesmo poder.Isso de esquerda e direita para o Putin é uma anedota, é um autoritário que simboliza a captura do aparelho de estado pelas antigas forças securitárias da URSS e estaria tão bem à frente de um partido fascista como de um comunista, assim como de outra qualquer ideologia desde que seja ele a mandar, e depois a ideologia em si torna-se completamente secundária e apenas serve fins propagandísticos.
Calhou que no contexto que ele chega ao poder, o espaço politico que o primeiro apoiava era uma espécie de centro direita politico russo, porque esse era depois da dissolução da URSS o espaço politico mais popular da europa de leste na década de 90 e ele transita directamente do governo do Yeltsin para o poder, mas desde aí já evoluiu para uma espécie de partido sem ideologia que representa o estado russo e tanto a extrema direita ou a extrema esquerda russa dão-se bem com ele, até o partido do Navalny que é o único que ainda faz alguma oposição vota em muitas das mesmas coisas que nós aqui criticamos no Putin.
Na Europa ocidental, onde todos os líderes políticos (de Merkel a Costa) são cooptados desde o liceu pelo poder financeiro globalista (Young global leaders" do Fórum Econ. Mundial, etc.), esta mentalidade nacionalista e autocrática é difícil de compreender e de aceitar. Daí que no Ocidente os apoiantes de Putin se encontrem nas franjas da extrema-esquerda ou da extrema-direita, que partilham a mesma desconfiança pelo parlamentarismo e pela democracia representativa.