No parque de estacionamento do estádio, já depois do Chelsea ter derrotado o Man. City com um golo de Kai Havertz, Proença cruzou-se com os governantes e enquanto apresentava os habituais cumprimentos ouviu um comentário desagradável de Brandão Rodrigues sobre a carta que que os clubes profissionais enviaram ao ministério há sensivelmente dois meses (22 de março), reclamando apoios para o sector, e que entendem não ter recebido qualquer resposta clara por parte do Governo.
O remoque do ministro foi uma referência à posição pública do líder da Liga, assumida na passada segunda-feira, prometendo convocar os clubes para "tomarem uma posição clara e objetiva em função do que tem sido a discriminação em relação" ao futebol.
Pelas informações que recolhemos, o dirigente máximo do futebol profissional indignou-se e verberou o comportamento do ministro frisando estar "há seis anos à espera que o futebol seja tratado com dignidade". Fonte da Liga, confrontada pelo nosso jornal, admitiu após um contacto inicial que Pedro Proença efetivamente trocou palavras com Brandão Rodrigues mas sem adiantar mais pormenores a respeito do incidente.
Entre outras frases que terão sido ditas, é certo que Proença frisou, grosso modo, que "depois do que aconteceu no Dragão nunca mais pode haver nenhum evento desportivo, em estádio ou pavilhão, sem público em Portugal", acusando ainda ser "uma vergonha" a forma como o futebol tem sido tratado pelo detentor da pasta da Educação, isto enquanto João Paulo Rebelo procurava acalmar os ânimos que chegaram a estar exaltados.
Certo é que pelo menos parte das reclamações que ecoaram pelo parque de estacionamento do Dragão já tinham sido sublinhadas novamente por Pedro Proença, pouco tempo após o final do encontro, na sua página de Facebook. Uma mensagem que, segundo garantia da mesma fonte da Liga, foi pensada e publicada antes do bate-boca com o integrante do Governo de António Costa.
"Foram mais de 14 mil pessoas esta noite no Estádio do Dragão, mais de 14 mil pessoas a vibrar e a colorir as bancadas. Depois de um acontecimento como este, ninguém irá compreender que haja em Portugal, a partir de hoje, um único evento desportivo sem público. Por isso, temos a certeza que depois de hoje os adeptos voltarão ao lugar onde pertencem! Também acreditamos que depois de hoje, depois dos benefícios fiscais dados à UEFA, o tratamento para com o Futebol Profissional mudará. Com certeza que agora o Governo responderá positivamente às exigências que temos vindo a fazer para baixar os custos através de novos enquadramentos fiscais. Depois deste incentivo dado à UEFA, estamos certos que terão a mesma atenção para com o Futebol Profissional Português", sublinhou Proença ainda durante a noite nas redes sociais.
Atitude do ministro da Educação indignou o presidente da Liga após a final da Champions
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