Claro que temos jogadores mais fantasistas mas o papel que lhe é entregue também conta.... não só a qualidade individual que têm.
Lembro que, no ano passado, chegamos a jogar boa parte da época com o Corona (que é o melhor jogador da liga - tecnicamente) a defesa direito.
O processo defensivo das equipas do SC é fraco. Tem sido assim sempre e, na minha opinião, é um dos problemas dele. Não sofremos muitos golos porque, verdade seja dita, jogamos numa liga onde somos muito melhores do que 99% das equipa.... mas muito melhores mesmo. Mas se formos a rever os jogos que fizemos nos últimos anos percebemos que permitimos que muitas equipas nos criem dificuldades defensivas... Muito mais dificuldades do que era suposto, tendo em conta a diferença de qualidade. E quando chegamos a patamares de competição europeia em que somos colocados frente a frente com equipa de alta capacidade (ou até média alta como o Bayer Leverkusen) sofremos imenso e temos muitas dificuldades defensivamente.
Claro que o processo defensivo que, continuo a dizer, na minha opinião, sempre foi fraco, acaba por ser compensado muitas vezes pela qualidade individual dos jogadores dos jogadores que tens e pela diferença que eles podem fazer. Quando tens uma defesa com Ricardo, com Telles, com Felipe, ou quando tens um Militão ou um Pepe esses problemas do processo acabam muitas vezes disfarçados pela qualidade individual destes jogadores. Este ano, estamos a notar mais o problema porque, perdermos o Telles, perdemos o Danilo que tinha influência no papel que desempenhava e o Manafá é o que se sabe. Se a tudo isto juntarmos a ausência forçada do Pepe nos últimos jogos a coisa complica-se muito mais.
Depois há outro problema que é a incapacidade do SC para fazer a equipa controlar os jogos com a bola e sem que dê total iniciativa aos adversários. Já assistimos a isto vezes sem conta em jogos que estamos a ganhar e que, não só não somos capazes de matar como não somos capazes de controlar. Quando o tentamos, a coisa é de tal forma mal feita que acabamos por entregar o jogo ao adversário e ficar à mercê do que eles possam fazer. Por vezes, apesar do sofrimentos as coisas até acabam por nem correr mal (lembro-me do jogo com o Paços no ano passado por exemplo), mas corremos sempre sérios riscos de nos lixarmos (como aconteceu em Alvalade este ano). Não temos essa capacidade porque a equipa não está devidamente trabalhada para isso, não consegue esconder a bola do adversário e manter o jogo do nosso lado, fazendo dele o que quer. Essa incapacidade não só nos desprotege em termos defensivos e nos coloca em risco eminente, como também nos impossibilita, por exemplo, de fazer o tão famoso "descanso com bola" que, em épocas desgastantes como esta que vivemos agora, pode ser tão importante.