Covid-19

Treinador de Bancada

Tribuna Presidencial
16 Março 2012
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  • Dezembro/19
  • André Villas-Boas
  • Bobby Robson
  • João Pinto
A morgue infelizmente tem estado cheia, e não eram pessoas afetadas pelo Covid, tem-se negligenciado outras condições, nomeadamente problemas cardíacos... Enfim.
Porque não há recursos nem pessoal para todos os casos, o que deixa os médicos num terrível dilema, quem priorizo?
 

Tony_Gomes9

Arquibancada
25 Julho 2020
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Uma pergunta de um autêntico leigo:

A vacina será a solução?
Eu digo isso porque há vacina para a gripe e, no entanto, todos os anos há surtos e pessoas que mesmo depois de tomarem a vacina ficam infectados.

Bem sei que há vacinas para doenças que nos são administradas e são 100% eficazes (tétano ou varíola, por exemplo). Contudo, a vacina da gripe está longe, muito longe, de atingir valores de eficácia satisfatórios e ainda mais longe de extinguir o vírus.

Não acham que a "cura" para o Covid não passará mais pelo tratamento?
Depende do que considerares ser o principal outcome negativo do COVID-19: o efeito que tem em cada doente infetado, como doença em si mesmo, ou o efeito que tem numa comunidade com uma percentagem alta de infetados, como doença de saude publica.

Neste momento, a comunidade médica é relativamente consensual em definir como o principal efeito negativo do vírus a sua facilidade de contágio e transmissão que leva a uma massificação dos números de doentes infetados e a uma consequente sobrecarga dos serviços de saúde.
Para já, nao existem dados suficientes para quantificar as represálias em alguém que tenha sido infetado, portanto a abordagem no tratamento personalizado de um doente não é tao prioritária como a abordagem no tratamento global de saude publica de uma comunidade.

Mesmo que tenhas uma "cura" 100% eficaz, se essa exigir 3 dias de internamento e milhares de euros em medicação/cuidados, não tens neste momento capacidade para a administrar com eficácia a todos os necessitados se uma percentagem significativa da população estiver infetada. Mesmo sabendo da mortalidade baixa do vírus, que TANTAS vezes é repetida em paginas de desinformação, incluindo aqui, isso acaba por ser irrelevante no grande esquema das coisas. Vou inventar números, mas suponhamos que 5% dos infetados precisam de internamento, 1% de UCI. Se o vírus afetar 1/3 da população, tamos a falar de um universo de 4milhoes sensivelmente, estamos a falar de 200mil internados e 40mil em UCI. Podes ter a cura prontinha prontinha a administrar, mas há logística para lidar com isto?

Sabendo nós dessas percentagens baixas de necessidade de internamentos, as medidas com mais efeito neste momento passarão então prioritariamente pela diminuição no numero de infetados: vacinas ou, à falta de melhor, isolamentos/confinamentos. É o que é, não ha outra hipótese.
Mesmo que a vacina tenha apenas 75% de eficácia, ja reduzia estes números de forma tal que era possível lidar com isto nas nossas instituições sem grandes represálias na saude publica.

Conclusão, neste momento a vacina é a única forma que tens de garantir um regresso à "normalidade". Ou então o vírus, por si só, vai-se mudando e perdendo capacidade de replicação e consequentemente de transmissão/infeção, mas isso nao parece estar perto de acontecer.
 

AdrianSmith

Tribuna
9 Junho 2019
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Há mensagens que custam a entrar.

A perigosidade deste vírus não é tanto na sua mortalidade, mas na forma como se propaga rapidamente e entope os hospitais e deixa os serviços de saúde mergulhados no pleno caos.

Se isso não é perigo para um dos baluartes de uma democracia (a saúde pública) então o que é?

É que com esse entupimento vem uma série de constrangimentos que irá matar pessoas com danos colaterais por todo o planeta. Não há profissionais de saúde e camas e recursos para todos. Portanto não é histeria, é impedir que a bola de neve cresça mais.
Eu não desvalorizo a doença.

Provavelmente histeria não é um bom adjetivo, mas refiro-me a alguns casos concretos,‘nomeadamente à CS e a alguns agentes políticos.


Sei bem que o problema está em grande parte no sobrecarregar dos hospitais e serviços de saúde. Sei das consequências indiretas noutras doenças, se bem que aqui também podemos culpar o “histerismo” e a forma como se desvalorizaram outras doenças em Março... e isso matou muita gente.

Mas também sei que o confinamento piorou a saúde de muita gente.
Mental e física.

Tenho casos de pessoas que pioraram condições de saúde por terem de ficar trancadas. Não faltam casos de doenças psicológicas. E já nem entro na questão económica...

Isto é demasiado complexo para se “escolher lados”. Mas que este “histerismo” (substituir por outro adjetivo) não ajuda, para mim é claro.


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cccmonteiro

"No futebol, o pior cego é o que só vê a bola."
3 Junho 2014
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Moimenta do Douro
O Prof Raoult defende desde o inicio o tratamento com hidroxicloroquina.

Diz ao entrevistador que pelo que sabe em Marselha onde trabalha têm o menor numero de obitos com Covid e que nao sabe como os outros fazem para ter um numero tao elevado. Depois pergunta ao jornalista "quer que lhe diga sr Morandini? Tenho uma grande experiencia disto, se voce para a semana estiver doente, vai-me telefonar" ao que o jornalista responde " sim, para responder honestamente, tenho de admitir que sim"

E remata "Eu sei, é sempre assim que as coisas se passam. Chama-se a isto credibilidade"
Não percebi. Está dizer que os dados são incorretos?

Ou que em Marselha todos os hospitais estão a seguir o protocolo que ele preconiza e que por isso o número de casos fatais é menor relativamente à população total da região?
 

bertobrb

Tribuna Presidencial
25 Maio 2019
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  • Alfredo Quintana
Porque não há recursos nem pessoal para todos os casos, o que deixa os médicos num terrível dilema, quem priorizo?
Nada disso. Immensas consultas de rotina que podem servir de diagnóstico para inumeros doenças trataveis foram adiadas ou simplesmente canceladas sob a justificção de evitar a propagação da doença, não por falta de recursos médicos.
Não há menos cardiologistas e oncologistas devido a mais casos de covid.
 
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John Wick

Tribuna
31 Outubro 2019
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  • Novembro/19
  • Deco
Os hospitais portugueses mesmo antes da pandemia já funcionavam sob uma imensa pressão. O que a pandemia provocou foi uma mobilização e centralização dos recursos para a covid-19. A verdade é que é um momento terrível para se estar doente com tudo o que não é covid-19. Há menos consultas, há menos rastreios, há menos diagnósticos, há menos recursos para outro tipo de doenças. Não é por acaso que Portugal tem vivido com excesso de mortalidade e apenas 20% do excesso de mortalidade é explicado pelos casos de covid-19.
Há pouco tempo tive um familiar internado com um pneumotorax, estavamos ainda no início de Agosto, esteve 3 semanas internado no Hospital Pedro Hispano à espera de vaga no Hospital São João para fazer uma cirurgia simples. No Hospital Pedro Hispano teve vários problemas devido à falta de cuidados, drenos mal colocados, o tubo colocado no pulmão várias vezes entupido. Encontrava-se na ala de ginecologia, juntamente com outros doentes com problemas diversos, os Hospitais têm grande parte das suas instalações reservadas para atender doentes de covid e muito menos espaço, enfermeiros em serviço para outras doenças.
Eu acho absolutamente inacreditável uma país com uma carga de impostos tão alta ter que passar por isto. Milhares de milhões de € gastos em resgates a bancos e à TAP, bastava parte desta despesa ser investida no Serviço Nacional de Saúde para não termos que passar por isto, mas não, há prioridades mais importantes para os nossos governantes.
 

deco macau

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29 Outubro 2014
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Os hospitais portugueses mesmo antes da pandemia já funcionavam sob uma imensa pressão. O que a pandemia provocou foi uma mobilização e centralização dos recursos para a covid-19. A verdade é que é um momento terrível para se estar doente com tudo o que não é covid-19. Há menos consultas, há menos rastreios, há menos diagnósticos, há menos recursos para outro tipo de doenças. Não é por acaso que Portugal tem vivido com excesso de mortalidade e apenas 20% do excesso de mortalidade é explicado pelos casos de covid-19.
Há pouco tempo tive um familiar internado com um pneumotorax, estavamos ainda no início de Agosto, esteve 3 semanas internado no Hospital Pedro Hispano à espera de vaga no Hospital São João para fazer uma cirurgia simples. No Hospital Pedro Hispano teve vários problemas devido à falta de cuidados, drenos mal colocados, o tubo colocado no pulmão várias vezes entupido. Encontrava-se na ala de ginecologia, juntamente com outros doentes com problemas diversos, os Hospitais têm grande parte das suas instalações reservadas para atender doentes de covid e muito menos espaço, enfermeiros em serviço para outras doenças.
Eu acho absolutamente inacreditável uma país com uma carga de impostos tão alta ter que passar por isto. Milhares de milhões de € gastos em resgates a bancos e à TAP, bastava parte desta despesa ser investida no Serviço Nacional de Saúde para não termos que passar por isto, mas não, há prioridades mais importantes para os nossos governantes.
https://
expresso.pt/coronavirus/2020-10-13-Covid-19.-Hospital-de-Sao-Joao-esta-quase-a-esgotar-a-capacidade-de-atendimento

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semilhas

Arquibancada
3 Agosto 2015
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Nada disso. Immensas consultas de rotina que podem servir de diagnóstico para inumeros doenças trataveis foram adiadas ou simplesmente canceladas sob a justificção de evitar a propagação da doença, não por falta de recursos médicos.
Não há menos cardiologistas e oncologistas devido a mais casos de covid.
Outra vez arroz? Está difícil perceber que agora demora mais a limpar entre consultas, dadas as novas regras de desinfecção? Que não se podem ter salas de espera cheias para diminuir o risco de propagação? Que a maior parte das consultas no SNS tinha sobreposição de 2-3 doentes por período? As consultas estão a funcionar como sempre deveriam ter funcionado, um doente por período e encerrou a lista. Habitaram-se todos a consultas a 300% e agora que foram reduzidos ao normal é que descobriram que os recursos estavam esticados.

5 meses depois, voltamos à HCQ, apesar de não ter vantagem demonstrada (inclusive com estudos que demonstram um aumento de mortalidade neste subgrupo). O Trump e o Bolsonaro publicitarem-na e ser aceite é simplesmente falta de critério (e marketing). Se o Ronaldo publicitar uma raça de araras vão todos encher as casas de gaiolas?
O Prof. Rauolt nesse vídeo indica que tem melhores resultados mas não os consegue justificar (e ainda tenho de rever o método de quantificação e comparação que utiliza). Isto é uma falácia à autoridade, em ciência as conclusões nunca podem ser suportadas no nome do divulgador.

"A minha tia teve COVID e melhorou com HCQ". Isto, só por si, vale 0. Também podia ter melhorado a tomar banho no Douro, a fazer omoletes ou a dançar o vira do Minho.
O "protocolo chinês" que defendia o uso de HCQ era aplicado principalmente a doentes graves em UCI. Água benta tinha a mesma evidência e menos riscos.

X médico/enfermeiro/farmacêutico recomendou/prescreveu HCQ/Batatas a murro/extrato de stevia. Se o fizeram, não fizeram com evidência suficiente. Se o fizeram, não se pode julgar a classe pela atitude de alguns. E não se pode utilizar como justificação científica (vide falácia à autoridade).

Peço desculpa por recorrer ao ridículo, mas se se interessarem mais por se informar em vez de propagandear idiotices, poderão fazer escolhas e atitudes informadas em vez de perderem tempo a tentar ter razão.

PS: se amanhã houver evidência científica de qualidade sobre a HCQ ou qualquer outro assunto, mesmo que contradiga os pontos anteriores, deve ser ajustada a prática em função disso. Boa ciência é aquela que é praticada com a evidência de melhor qualidade disponível, não aquela que vai de encontro aos nossos interesses/preconceitos.
 

bertobrb

Tribuna Presidencial
25 Maio 2019
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  • Alfredo Quintana
Outra vez arroz? Está difícil perceber que agora demora mais a limpar entre consultas, dadas as novas regras de desinfecção? Que não se podem ter salas de espera cheias para diminuir o risco de propagação? Que a maior parte das consultas no SNS tinha sobreposição de 2-3 doentes por período? As consultas estão a funcionar como sempre deveriam ter funcionado, um doente por período e encerrou a lista. Habitaram-se todos a consultas a 300% e agora que foram reduzidos ao normal é que descobriram que os recursos estavam esticados.

5 meses depois, voltamos à HCQ, apesar de não ter vantagem demonstrada (inclusive com estudos que demonstram um aumento de mortalidade neste subgrupo). O Trump e o Bolsonaro publicitarem-na e ser aceite é simplesmente falta de critério (e marketing). Se o Ronaldo publicitar uma raça de araras vão todos encher as casas de gaiolas?
O Prof. Rauolt nesse vídeo indica que tem melhores resultados mas não os consegue justificar (e ainda tenho de rever o método de quantificação e comparação que utiliza). Isto é uma falácia à autoridade, em ciência as conclusões nunca podem ser suportadas no nome do divulgador.

"A minha tia teve COVID e melhorou com HCQ". Isto, só por si, vale 0. Também podia ter melhorado a tomar banho no Douro, a fazer omoletes ou a dançar o vira do Minho.
O "protocolo chinês" que defendia o uso de HCQ era aplicado principalmente a doentes graves em UCI. Água benta tinha a mesma evidência e menos riscos.

X médico/enfermeiro/farmacêutico recomendou/prescreveu HCQ/Batatas a murro/extrato de stevia. Se o fizeram, não fizeram com evidência suficiente. Se o fizeram, não se pode julgar a classe pela atitude de alguns. E não se pode utilizar como justificação científica (vide falácia à autoridade).

Peço desculpa por recorrer ao ridículo, mas se se interessarem mais por se informar em vez de propagandear idiotices, poderão fazer escolhas e atitudes informadas em vez de perderem tempo a tentar ter razão.

PS: se amanhã houver evidência científica de qualidade sobre a HCQ ou qualquer outro assunto, mesmo que contradiga os pontos anteriores, deve ser ajustada a prática em função disso. Boa ciência é aquela que é praticada com a evidência de melhor qualidade disponível, não aquela que vai de encontro aos nossos interesses/preconceitos.
Então vamos todos fingir que não há consultas por telefone de doentes que deviam ser vistos presencialmente, e doenças que ficaram por diagnosticar. Outra vez arroz mesmo.
Em relação à HQC, não percebo nada disso, também falei dela.
 

bertobrb

Tribuna Presidencial
25 Maio 2019
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  • Alfredo Quintana
Porquê que o Luís e o Uribe estão em isolamento, mas não os jogadores da seleção?
Já agora, temos que nos preparar para ficar sem o Pepe. Pode não acontecer, mas ele no jantar da seleção estava sentado à beira dele, e ele deve ser dosque mais priva com ele.
 

semilhas

Arquibancada
3 Agosto 2015
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Então vamos todos fingir que não há consultas por telefone de doentes que deviam ser vistos presencialmente, e doenças que ficaram por diagnosticar. Outra vez arroz mesmo.
Em relação à HQC, não percebo nada disso, também falei dela.
Caro forista
Apesar de o ter citado, a minha resposta incluía um apanhado das últimas páginas e a parte da HCQ não lhe era dirigida.
Sobre a sua resposta:
- consultas por telefone
Os serviços e profissionais com disponibilidade para desempenhar as funções por telefone foram interpelados no início da pandemia. Posso afirmar que, salvo excepções, as patologias e especialidades principalmente dependentes do exame físico e anamnese continuam a ser observadas presencialmente, enquanto que as principalmente dependentes de exames complementares de diagnóstico foram desviadas para o telefone.
- doentes que deviam ser observados presencialmente
Faz este julgamento por experiência profissional? Tem conhecimento destas situações diretamente, por pares, ou indiretamente (p.ex, pelos media)? Se é profissional de saúde, conhece os meios próprios de denúncia. Dado que a maior parte das listas de utentes foram analisadas caso-a-caso para determinar a necessidade de observação direta, resta confiar no julgamento dos profissionais.
- doenças que ficaram por diagnosticar
Parece-me óbvio que a alocação de recursos para o COVID tenha este efeito. Só será solucionado com reforço dos recursos ou reafectação dos mesmos. Ignoramos a pandemia?
 
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