Parece-me que o corolário da insuficiência do trabalho durante o tempo de Sérgio Conceição como treinador ainda virá no seu legado.
Brahimi, Corona, Herrera, Danilo, Felipe, Marcano, Alex Telles, Óliver, Aboubakar, Casillas, Ricardo Pereira - em termos de aquisição de jogadores, todos estes são legado da atuação no mercado do Porto pré-Conceição (no que, imagino, os treinadores terão tido influência). E são os maiores valores do último Porto campeão.
Com Conceição, há só Militão e Luis Díaz - apesar de investimentos significativos nos últimos mercados. Militão já foi. Os últimos trunfos remanescentes do Porto pré-Conceição sairão neste mercado.
Quando tivermos que vender os jogadores que contratámos com "selo-Conceição", vamos descer de nível, em termos de receitas. Quando tivermos que jogar sustentados principalmente nos jogadores contratados com "selo-Conceição", vamos descer de nível, em termos desportivos.
Sobram os jovens da formação - porventura a melhor geração deste século - que, se continuarmos assim, vão ser vendidos sem ser nutridos.
Isto é um ciclo de declínio indesmentível. Façam bode expiatório do COVID, do FPF, mais tarde se calhar do treinador (que está longe de ser o principal culpado), se não mudarmos drasticamente de rumo a queda vai ser brutal.
Se, perante isto, não é "altura de entregar o leme a gente nova", gostava de ter visto um plano para fugirmos ao naufrágio...
