Longe vão os tempos em que contava os minutos para ouvir falar o melhor presidente da história do futebol. A sua sagacidade, ironia, cultura e humor transformavam todas as suas intervenções em momentos imperdíveis e de gozo, especialmente quando do outro lado estavam invertebrados inenarráveis que fizeram e fazem carreira a destilar ódio ao Futebol Clube do Porto. Reduziu-os sempre, invariavelmente, à sua insignificância. Reduzia-os superiormente com a verdade, graças à sua memória e retórica prodigiosa, com classe, sem nunca se rebaixar ao nível rasteiro de quem odeia o FC Porto obsessivamente e tem púlpito diário para o fazer desde que tenho memória. Acima de tudo, reduziu-os com vitórias. Vitórias sobre vitórias. Época após época. Vitória após vitória. Moldou a minha juventude e deu-me momentos impares de felicidade extrema que pela força do avançar da minha idade serão irrepetíveis. Deu-me mais alegria em viver e será sempre um ídolo para mim. Foi muito mais que um Presidente de um clube de futebol, foi um símbolo de uma região e de quem se identificava com ele.
Em 2016 após um mandato repleto de negócios ruinosos e da progressiva delapidação competitiva da equipa de futebol fui pela primeira vez votar em eleições do clube. Nessa altura muitos dos problemas que hoje assombram o clube já eram, para os mais atentos, mais que uma evidência. Pinto da Costa, como era habitual, concorria sozinho. Depois de muito ponderar e com pesar, pertenci aos 21% que votou nulo - o boletim, plastificado e pré-preenchido, não permitia votos em branco e exigiu que na ausência de cabines de voto fosse riscado publicamente antes de ser colocado na urna. Depois de uma AG que antecedeu o acto eleitoral onde quem teve coragem de exprimir preocupação e pedir justificações sobre o então estado do clube foi insultado e apupado, foi a segunda vez que experienciei o pouco espirito democrático do clube. Mesmo assim, caso em 2016 houvesse outro candidato para além de Pinto da Costa dificilmente conseguiria votar nele, pese embora considerasse que o clube necessitava de alterações profundas na estrutura. Sem o desculpabilizar, na minha óptica quem estava verdadeiramente a mais no clube eram os Adelinos, Anteros e Alexandres. Nunca quem deu tanto ao FCP. Mantive subconscientemente esperança que o Presidente iria conseguir rodear-se de uma equipa competente que elevasse ainda mais o seu legado.
Oito anos depois é evidente que na altura já não tinha capacidade para o fazer. Durante estes anos e pela primeira vez na sua Presidência tornou-se figura secundária no clube, em prol de um treinador que impersonifica o portismo da melhor forma que sabe. Sérgio Conceição é o único treinador na sua Presidência cujo o mérito nos títulos conquistados é indiscutivelmente mais seu do que do Presidente e da famosa estrutura, entretanto evaporada no tempo. O Presidente que idolatrei é há anos uma sombra do que foi. Os ídolos também envelhecem. Tornou-se penoso ouvir ou ler as suas entrevistas. Passei a evita-las para não manchar a estima e a memória que tenho por ele. O líder histórico do clube é cada vez mais liderado e manietado por interesses externos em prejuízo do FCP e do seu próprio legado. Entristece-me que o momento mais alto que vivi enquanto portista nos últimos 10 anos tenha sido a AG de 13/11 onde milhares de sócios disseram presente e não permitiram que um bando de mafiosos tomasse de assalto o clube. Em 2020 não votei porque não considerei as alternativas validas. Em 2024 há finalmente alternativa competente. A campanha vergonhosa da Lista A e os actos inqualificáveis da actual administração tornam-na na única alternativa válida que permite um futuro ao FCP. Voto AVB sem expectativas de títulos a curto prazo mas com a certeza que estaremos muito mais próximos de os conquistar do que estaríamos com a equipa do Pinto da Costa. Voto AVB para que as gerações futuras tenham a possibilidade de viver as alegrias que Pinto da Costa me deu. Voto AVB e vai-me custar imenso conhecer um FCP sem Pinto da Costa.
Em 2016 após um mandato repleto de negócios ruinosos e da progressiva delapidação competitiva da equipa de futebol fui pela primeira vez votar em eleições do clube. Nessa altura muitos dos problemas que hoje assombram o clube já eram, para os mais atentos, mais que uma evidência. Pinto da Costa, como era habitual, concorria sozinho. Depois de muito ponderar e com pesar, pertenci aos 21% que votou nulo - o boletim, plastificado e pré-preenchido, não permitia votos em branco e exigiu que na ausência de cabines de voto fosse riscado publicamente antes de ser colocado na urna. Depois de uma AG que antecedeu o acto eleitoral onde quem teve coragem de exprimir preocupação e pedir justificações sobre o então estado do clube foi insultado e apupado, foi a segunda vez que experienciei o pouco espirito democrático do clube. Mesmo assim, caso em 2016 houvesse outro candidato para além de Pinto da Costa dificilmente conseguiria votar nele, pese embora considerasse que o clube necessitava de alterações profundas na estrutura. Sem o desculpabilizar, na minha óptica quem estava verdadeiramente a mais no clube eram os Adelinos, Anteros e Alexandres. Nunca quem deu tanto ao FCP. Mantive subconscientemente esperança que o Presidente iria conseguir rodear-se de uma equipa competente que elevasse ainda mais o seu legado.
Oito anos depois é evidente que na altura já não tinha capacidade para o fazer. Durante estes anos e pela primeira vez na sua Presidência tornou-se figura secundária no clube, em prol de um treinador que impersonifica o portismo da melhor forma que sabe. Sérgio Conceição é o único treinador na sua Presidência cujo o mérito nos títulos conquistados é indiscutivelmente mais seu do que do Presidente e da famosa estrutura, entretanto evaporada no tempo. O Presidente que idolatrei é há anos uma sombra do que foi. Os ídolos também envelhecem. Tornou-se penoso ouvir ou ler as suas entrevistas. Passei a evita-las para não manchar a estima e a memória que tenho por ele. O líder histórico do clube é cada vez mais liderado e manietado por interesses externos em prejuízo do FCP e do seu próprio legado. Entristece-me que o momento mais alto que vivi enquanto portista nos últimos 10 anos tenha sido a AG de 13/11 onde milhares de sócios disseram presente e não permitiram que um bando de mafiosos tomasse de assalto o clube. Em 2020 não votei porque não considerei as alternativas validas. Em 2024 há finalmente alternativa competente. A campanha vergonhosa da Lista A e os actos inqualificáveis da actual administração tornam-na na única alternativa válida que permite um futuro ao FCP. Voto AVB sem expectativas de títulos a curto prazo mas com a certeza que estaremos muito mais próximos de os conquistar do que estaríamos com a equipa do Pinto da Costa. Voto AVB para que as gerações futuras tenham a possibilidade de viver as alegrias que Pinto da Costa me deu. Voto AVB e vai-me custar imenso conhecer um FCP sem Pinto da Costa.