«O 'papão' do fair-play financeiro é uma arma de arremesso da lista do Sr. Villas-Boas»
Pinto da Costa atribui informações de que o FC Porto poderá estar em risco de intervenção da UEFA à lista concorrente pelas eleições dos dragões; assumiu nunca ter visto perfil de presidente em Villas-Boas e acusou alguns órgãos de Comunicação Social de apoiar o seu adversário
No mesmo dia em que o
FC Porto irá defrontar o
Casa Pia, pela 30.ª jornada, nas proximidades de Lisboa, mais concretamente em Rio Maior, horas antes da partida o presidente em funções e candidato a nova eleição ao fim de 42 anos de liderança na direção dos azuis e brancos, Jorge Nuno Pinto da Costa, realizou uma ação de campanha no Altis Grand Hotel, em Lisboa. Antes de entrar para uma sala na qual o aguardavam cerca de uma centena de associados do clube da Cidade Invicta, Pinto da Costa respondeu às questões da imprensa presente.
O FC Porto ficaria bem entregue a Villas-Boas? «Se achasse isso, votava nele e não me tinha candidatado»
Quando Vilas-Boas era treinador do FC Porto, alguma vez viu o atual concorrente como um possível futuro presidente?: «Não, porque nunca lhe vi características que não fossem para treinador e foi, com sucesso, um treinador com o qual gostei muito de ter connosco e que só nos deixou por vontade própria, quando o Chelsea bateu a cláusula e ele foi embora».
Villas-Boas revelou que a SAD do FC Porto não lhe respondeu sobre questões como o fair-play financeiro e alguns contratos: «Não tínhamos nada que responder, porque ele respondeu-nos como acionista e o código das sociedades diz que para terem direito a respostas, têm de ter 10% do capital e ele só tem 0,2%, portanto não tínhamos obrigação nenhuma de responder-lhe e optámos por não o fazer, porque sabíamos que tudo o que disséssemos iria vir para a praça pública e a vida do FC Porto é para ser discutida nas Assembleias-Gerais, tanto da SAD como do clube. E por isso não respondemos».
FC Porto está na final da Taça de Portugal e na Liga está aquém. A conquista da Taça pode atenuar a temporada? «Não é uma questão de atenuar ou não, a Taça de Portugal é a segunda prova mais importante do país e felizmente temos ganho muitas, vamos tentar ganhar mais uma. Será mais um troféu para o FC Porto e o 11.º da era Sérgio Conceição».
O que quis dizer na declaração na entrevista ao programa Alta Definição, sobre as consequências de não o elegerem, após 42 anos de presidência: «O que disse foi que quem votar, seja em quem for e quem seja que eleja, serão os responsáveis por aquilo que a lista vencedora vier a fazer e a situação em que o clube ficar».
Considera que, quem votará em si, estará a validar o trabalho realizado nos 42 anos de presidência? «As pessoas têm de acreditar e naturalmente que há muita gente que reconhece o trabalho que fizemos nestes 42 anos, não fui eu sozinho, foram as equipas que me acompanharam. Mas não estamos a votar nisso, votamos em projetos e o nosso é conhecido, vai ser a Academia que, desde já, vos comunico, que às 15.30 horas de segunda-feira será apresentado, no local, à Comunicação Social. É um projeto ambicioso que, se não ganhássemos, seria rasgado, como disse a outra campanha».
Resultados desportivos e a realidade de apenas lutar pelo terceiro lugar pode influenciar negativamente o resultado eleitoral? «Não, penso que não, porque toda a gente sabe que ninguém ganha sempre. O
FC Porto tem ganho mais que os outros, nós sozinhos vencemos mais que os outros dois juntos, por isso acho que não terá importância. Terá importância é que acreditem no projeto e já provámos que somos capazes de ganhar títulos e fazer grandes equipas».
Cenário de o fair-play financeiro voltar a afetar o FC Porto pode também influenciar a sua reeleição? «O fair-play financeiro, esse papão, é uma arma de arremesso da lista de do Sr. Villas-Boas que, naturalmente, com o patrocínio do Record e do Correio da Manhã, que tudo fazem para que eu não seja eleito, mas não vai ter influência nenhuma pois as pessoas sabem, pois já o afirmei, que já temos o documento da UEFA a dizer que está tudo em ordem e vamos poder entrar nas provas europeias como tem sido habitual».
Estas poderão ser eleições históricas para o FC Porto, até por apresentar uma lista concorrente forte. Pensa no cenário de não ser reeleito? «Prognósticos só no fim, como dizia o João Pinto. É evidente que ele (ndr: Vilas-Boas) tem grandes apoios, sobretudo na comunicação social. Quem abre, todos os dias, o Record e A BOLA, parece que são órgãos oficiais do Vilas-Boas, fazem tudo para que ele ganhe e eu perca. As redes sociais insultam toda a gente, mas como quem vai votar não é o Record ou o Correio da Manhã, nem as redes sociais, acredito que os sócios do FC Porto poderão escolher-me a mim».
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