“Sobre Wendell só há coisas boas a dizer”, afirmou Hilbert ao “zerozero” em entrevista para falar sobre o antigo colega de equipa. Ambos fizeram parte do plantel do Bayer Leverkusen entre 2014 e 2017 e actuaram juntos em 50 partidas, no entanto, a sua proximidade excede bastante o terreno de jogo.
Hilbert era já um futebolista conceituado quando o então jovem brasileiro, de 21 anos, aterrou na Alemanha, em 2014, vindo do Grémio. O antigo lateral/médio, que está agora com 36 anos, acarinhou Wendell logo após a sua chegada e ficou bem impressionado com a rápida afirmação que registou na Liga Alemã. “Tendo em conta que chegou muito jovem do Brasil, Wendell acabou por se afirmar rapidamente na Bundesliga. Tornou-se basicamente titular de uma equipa muito boa, o Bayer Leverkusen, e provou toda a qualidade que tinha e que tem”, lembrou Hilbert . Para o antigo companheiro em terras germânicas, Wendell teve uma adaptação “extremamente boa” ao novo contexto. “Obviamente que no início precisas de um certo tempo para te adaptar, para começares a conviver, mas isso é com todos os que chegam a um novo país, a uma nova cultura. Eu próprio passei por isso quando me transferi para a Turquia. E o Brasil não é propriamente ao virar da esquina da Alemanha», afirmou.
A história do colega que lhe “salvou a vida” irrompeu no meio das memórias acerca da integração do brasileiro, sendo contada com grande emoção:
“Ele integrou-se muito rapidamente na equipa e, neste ponto, tenho de dizer muito claramente que o Wendell é uma pessoa inacreditavelmente boa, com um caráter muito, muito bom. É uma pessoa muito positiva, que está sempre a sorrir e transmitir muita energia positiva. Eu tive a sorte de privar com ele bem de perto quando estive na reabilitação após uma lesão. E ainda hoje digo que ele praticamente me salvou a vida nessa fase, para pôr as coisas nesses termos. Estava a passar pela minha quarta lesão naquela época e estava profundamente deprimido e o Wendell, com a sua atitude positiva, acabou por me ajudar muito no processo”.
O novo lateral-esquerdo do FC Porto quase não somou minutos, tendo mesmo assistido ao estatuto titular de Marcano (um central de raiz) a partir do banco. Nada que cause apreensão:
“Com o tempo, ele vai adaptar-se. Eu próprio tive o prazer de defrontar o FC Porto nas competições europeias e é uma equipa que espelha um pouco a mentalidade dos portugueses, pelo menos é a sensação que tenho; a emoção à flor da pele, muita entrega, entusiasmo e confiança. Foi assim que conheci os meus colegas portugueses”, relembra Hilbert, antes de acrescentar:
“Acredito que essas características acabam por beneficiar o Wendell, porque ao longo dos últimos sete anos ele absorveu muita da mentalidade alemã e é capaz de pôr em campo a dureza da Bundesliga; é um jogador capaz de se destacar também pelo lado mais combativo, por isso estou convencido que, com o tempo, ele se vai afirmar no FC Porto”, concluiu confiante.