O treinador do FC Porto não minimizou as dificuldades enfrentadas na partida, mas enfatizou a justiça do resultado; destacou que Samu Omorodion ainda está a adaptar-se e defendeu Otávio.
Após assegurar a vitória contra o V. Guimarães, Vítor Bruno comentou o jogo e elucidou as razões que levaram os azuis a enfrentarem dificuldades na criação durante a primeira parte. Entre os elogios a Samu Omorodion, o treinador portista defendeu Otávio e assegurou que a atenção do FC Porto está agora voltada para o Bodo-Glimt na Liga Europa.
Duas partes distintas em termos de emoção na partida?
«O plano era desgastar a organização defensiva do Vitória. Uma equipa que tinha sofrido apenas dois golos em jogos anteriores, o que demonstra a sua capacidade defensiva. Tivemos que encontrar caminhos e perceber onde podíamos explorar espaços, especialmente nas costas da primeira linha de pressão para condicionar a linha de médios do Vitória, e creio que conseguimos fazê-lo bem, mas faltaram espaços nos 25 metros do campo. Na segunda parte, a situação foi diferente. Discutimos no balneário como poderíamos atacar a última linha com passes em profundidade, uma vez que os primeiros 60 metros estavam lá, mas o campo tem 100 e precisávamos de desorganizar a linha defensiva adversária. Conseguimos. Marcámos três golos, a vitória é justa, sem dúvida, mas são apenas três pontos e nada mais do que isso.»
– O que é que Samu [Omorodion] pode contribuir para a época do FC Porto?
«O Samu ainda está a conhecer os seus colegas. Na primeira parte, a sua linguagem corporal não foi a melhor, o que demonstra que ainda está a encontrar a melhor forma de se integrar, mas o seu desempenho ainda melhorará. Ele tem seguido um percurso baseado na sustentabilidade diária, no conhecer os colegas e num clube diferente. A forma como ele capta espaços é importante para o perfil de um avançado do FC Porto. Temos outros tipos de avançados que se podem adaptar ao plano de jogo. Como digo: estou muito satisfeito com os quatro, é um orgulho ver do que são capazes diariamente e como podem elevar o seu nível. Na segunda parte, isso foi um exemplo e Samu foi decisivo, mas os outros também podem fazê-lo. Na parte defensiva, todos são dependentes do compromisso com a equipa.»
– A entrada de Eustáquio, o que acrescentou à equipa?
«Todos são cruciais. Não o digo apenas para ser simpático, mas com sinceridade e haverá espaço para todos. O Stefan [Eustáquio] é muito importante, assim como o Vasquinho [Vasco Sousa], o Marco [Grujić], o Franco [André Franco], o Varela [Alan Varela] e o Nico [González]. Temos de analisar estrategicamente o adversário e potenciar o que queremos para o jogo. Ele teve uma atuação muito disciplinada e, por vezes, é difícil ter uma resposta tão boa após um período sem jogar, como ele teve. Eles sabem que conto com todos. Ao analisar o adversário, é importante perceber o que cada um pode oferecer de melhor e esse é o meu desafio diário. Compreender o contexto e o momento. O Stefan já me conhece há muito tempo, sentiu-se à vontade e deu uma boa resposta.»
– Otávio não constou da ficha de jogo. Foi uma forma de proteger o jogador?
«Sei que vão surgir especulações, não se trata apenas de proteção, mas de afastar o jogador do olho do furacão. Fazer com que ele se desliga de alvos que podem cair sobre ele – e, na minha opinião, sem razão – por vezes é necessário afastar-se da cena e, quando estiver mais sereno, voltar a jogar, porque confio muito nele.»
– O que se pode esperar do FC Porto na Noruega para a estreia na Liga Europa?
«Esperamos ser muito sérios. Abordar o treino de forma muito séria já a partir de amanhã e concentrar-nos no jogo de quarta-feira. O objetivo é não desvalorizar a equipa do Bodo/Glimt, que muitos podem não conhecer, mas que tem um percurso notável em casa nas competições europeias. O ambiente será difícil, mas já estamos habituados a ambientes desafiadores como o que enfrentámos aqui. Conseguimos desassociar-nos dele e agora é apenas pensar em quarta-feira.»