FC Porto

Vítor Bruno na sala de imprensa: “Nunca serei um problema para o FC Porto”

O treinador ignora as críticas que surgiram nas bancadas, reconhecendo que o empate não é suficiente para alterar a fase que a equipa atravessa, mas acredita que o esforço irá trazer recompensas para os dragões no futuro.

Qual é a sua análise sobre este resultado?

Considero este resultado bastante injusto, tendo em conta a dedicação que os jogadores demonstraram, o esforço que colocaram em campo, a determinação que evidenciaram, nunca se encolhendo ou se deixando dominar pelo valor do adversário. Neste momento, estamos a ser penalizados por pequenos erros, que nos estão a custar bastante. Competimos com intensidade num campo difícil, frente a um adversário que se encontra em boa forma na Liga Europa. Agora, já estamos a olhar para o jogo de segunda-feira.

O senhor menciona que o futebol é cruel. Como se pode evitar isso? Houve protestos por parte dos adeptos no final do jogo…

Relativamente aos erros, é necessário que sejam corrigidos, essa é a conclusão. Temos a oportunidade de treinar para corrigir o que está a surgir, amadurecendo as situações que estamos a viver, para que possamos aprender e evitar a repetição desses erros. Essa é a nossa função, trazer para o treino os pequenos momentos que sentimos que estão a acontecer em jogo, para que a equipa se sinta confiante naqueles momentos e consiga responder de forma adequada. Quanto aos lenços brancos, isso não me preocupa. Já afirmei que a minha principal preocupação não é comigo, mas com o clube e com os jogadores que mereciam um resultado positivo, que mereciam estar a sorrir. Já disse anteriormente, se me deixasse deslumbrar com os elogios ou se me deixasse abater com as críticas, isso significaria que não saberia quem sou. Tenho plena consciência da minha identidade, do que faço, e nunca serei um problema para o FC Porto. Dedico-me de alma e coração ao clube, e reconheço que estamos a atravessar um momento difícil, um ciclo que nos está a custar. Acredito que este ciclo irá ser revertido.

O Pepê saiu em desvantagem, o Galeno saiu em desespero, e o Gonçalo Borges teve uma oportunidade clara, mas houve uma reação negativa dos adeptos. Que impacto pode isso ter?

 Sim, mas os jogadores são humanos, e sentem que estão a dar tudo e que, por cada pequeno erro, estão a ser penalizados. É natural que isso os afete. Agora, se o caminho é chorar ou cair, os jogadores não conseguem ser imunes ao que tem acontecido recentemente. O que mais aprecio é a forma como competimos, como fomos intensos, como nos entregamos ao jogo frente a um adversário forte que está a ter um ciclo de vitórias em casa na Liga Europa. A equipa nunca se encolheu, jogou com determinação e com a vontade de vencer, tendo demonstrado momentos em que, em situações mais adversas, nunca se deixou abater. É verdade que sofremos um empate, mas conseguimos reagir e marcar novamente, e mesmo após o 2-2, tivemos a oportunidade de marcar o 3-2. Se a equipa estivesse desmotivada e sem crença, não teria demonstrado a capacidade de reação que teve. Temos de nos agarrar a isso. O conceito de equipa, de apoiar o Galeno, não é apenas minha responsabilidade, é de todos, e isso deve ser o pilar do sucesso da equipa. Acredito nas sinergias, na forma como estamos organizados e como nos unimos em torno do mesmo objetivo. Neste momento, o que queremos é ultrapassar esta fase e revertê-la. Já tivemos um momento positivo, e agora estamos a atravessar um momento difícil, mas é necessário trabalhar, pois o sucesso, no dicionário, vem antes do trabalho, e temos de nos empenhar para ultrapassar este momento.