O técnico do FC Porto, Vítor Bruno, fez uma advertência esta terça-feira sobre as qualidades do Bodo/Glimt, oponente de quarta-feira na primeira jornada da fase de grupos da Liga Europa, na Noruega, desconsiderando a questão de se o FC Porto é o favorito a conquistar a competição, afirmando que um clube como este “tem sempre a ambição de vencer troféus”.
“Se analisarmos o adversário, pelo que realmente representa, é um sério aviso o que têm feito em casa recentemente. Nos últimos oito encontros, venceram todos. Nos últimos 30 jogos, em competições europeias, conquistaram 24. É uma estatística que deve nos manter alerta. Queremos entrar com força, começar a vencer, este formato de competição exige que estejamos a um nível de excelência em praticamente todos os jogos. É uma competição curta, apesar de ter oito jogos, é curta, e qualquer deslize na fase inicial pode comprometer os nossos objetivos a longo prazo”, começou por dizer, em conferência de imprensa, minimizando as dificuldades que o relvado sintético e o frio possam representar para a equipa.
“Quanto ao relvado, penso que este tipo de adversidades deve ser encarado como uma oportunidade para evidenciar o nosso carácter mais corajoso e competitivo. Lembro que há 36 anos, o FC Porto conquistou uma Taça Intercontinental num estádio coberto de neve, devemos ver isso como uma fonte de inspiração. Queremos atacar a competição de forma responsável, com compromisso e ambição. Estamos na corrida para vencer o jogo”, referiu, admitindo a possibilidade de alterações na equipa inicial em relação ao triunfo por 3-0 em Guimarães, mas não uma “revolução” na equipa titular.
“A necessidade de fazer rotações nesta fase da época não me parece ser o caso, eventualmente amanhã isso poderá acontecer. Não haverá uma revolução na equipa inicial, mas é provável que ocorram algumas alterações”, antecipou.
O guarda-redes Diogo Costa afirmou esta semana que o FC Porto pode “vencer a Liga Europa” e, ao partir para a Noruega, o presidente André Villas-Boas sublinhou que “o limite é vencer”, dada a história do FC Porto na Liga Europa. No entanto, Vítor Bruno foi mais cauteloso ao abordar a questão.
“Sinceramente, não sei como abordar esta questão. O peso institucional do FC Porto exige que olhemos sempre para o clube com uma enorme vontade de adicionar troféus ao museu do FC Porto. A partir daí, não temos muitos caminhos alternativos. É verdade que o FC Porto conquistou a competição duas vezes neste milénio, e isso funciona quase como uma fonte de inspiração para nós. Talvez possamos até pedir conselhos ao nosso presidente, que foi a última pessoa a conquistá-la. Mas é um caminho muito difícil, e acho que é um grande erro começar a projetar o futuro e esquecer o que está por vir amanhã. Esse é o primeiro passo para o fracasso, e não queremos isso; queremos estar de pé, firmes, fortes, coesos, com o foco exclusivo no jogo de amanhã. É evidente que um clube como o FC Porto sempre ambiciona vencer troféus. Qualquer desafio é feito para ser conquistado, a Liga Europa é uma competição exigente, e devemos avançar passo a passo. Depois, o que acontecer será uma consequência do nosso trabalho diário”, respondeu, também abordando as qualidades do adversário, que já fez história na Europa nos últimos anos.
“Venceram 6-1 [à Roma, na época 2021/22] e, na mesma época, venceram novamente por 2-1. O Bodo tem uma forma de jogar peculiar, que reflete a qualidade e o valor do seu plantel; é uma equipa que ataca de uma forma e defende de outra, tem a capacidade de se adaptar ao longo do jogo, e isso diz muito sobre o trabalho da equipa técnica. São jogadores competentes, e se lhes dermos espaço, corremos o risco de nos fazerem mal. É claro que teremos as nossas oportunidades de atacar o adversário, identificando o que consideramos os seus pontos mais fracos. Estes já foram identificados, mas será um erro deixar o jogo fluir, permitindo que o Bodo jogue ao seu gosto. Se não formos a equipa organizada, disciplinada e intensa que temos sido, isso poderá representar um aumento de dificuldade para nós. Temos de ser fiéis ao que estamos a construir internamente, com respeito pelo adversário, sendo humildes, mas com a ambição de vencer”, sublinhou, minimizando também o que será o seu primeiro jogo como treinador principal nas competições da UEFA.
“Quanto à minha estreia, é um marco, será o que tiver de ser, não me preocupo muito com métricas, dados, números; não é algo que me interesse. Ficarei satisfeito, não por mim, mas porque a vitória se traduz em três pontos na jornada do FC Porto”, concluiu.