Faz hoje 30 anos que Vítor Baía se estreou na baliza do FC Porto, na altura o guarda-redes português tinha apenas 18 anos. Tudo aconteceu num jogo contra o Vitória de Guimarães, na cidade berço. Ao jornal 'O Jogo', a lenda da baliza portista contou como foi a primeira experiência nos relvados.
“É um orgulho e uma sensação de missão cumprida. Foram 17 anos de dedicação e entrega total ao FC Porto, conciliados com 27 títulos, o que dá mais de um título por ano, que me enchem de orgulho. Ao mesmo tempo sinto-me grato por ter jogado no clube e por me terem dado a possibilidade de fazer parte da história do FC Porto”, começou por dizer Baía.
Mas, a estreia do jovem de 18 anos não foi de todo planeada. “Lembro-me de todo aquele rebuliço em torno do Jozef [Mlynarczyk], que se tinha lesionado. Estávamos os dois convocados e o Zé Beto tinha um processo disciplinar. Todos os contactos com ele foram mal sucedidos, não o encontravam”, conta Vítor, que foi 'empurrado' para a baliza dos 'dragões' naquela noite.
“Apesar de verem em mim um potencial extraordinário, não deixava de ser um miúdo de 18 anos, ainda por cima num estádio como o do Vitória de Guimarães, com um daqueles ambientes complicados. A cara dos meus colegas da defesa era quase de pânico, mas era um pânico que compreendi. Felizmente, o jogo correu-me bem”, conclui.
Naquela noite, o apito final fixou o empate a uma bola no marcador, mas mesmo assim, Vítor Baía admite ter saído satisfeito. Depois da estreia voltou a sentar-se no banco de suplentes. A titularidade surgiu apenas com a chegada de Artur Jorge ao clube.
Em toda a carreira, só representou outro clube além do FC Porto, o Barcelona, nas temporadas de 1996/1997 e 1997/1998. Rapidamente voltou à Invicta para voltar a defender a baliza dos 'azuis e brancos'. Fez 54 jogos pelos atuais campeões espanhóis, 566 pelo FC Porto e 80 pela seleção nacional – um total de 700 jogos na carreira.
Deixou para trás as balizas em 2007, aos 37 anos, mas deixou também uma marca no futebol português. “Consigo sentir isso na cidade e no país, porque felizmente é transversal ao portismo. Também há um reconhecimento internacional que sinto pelos convitos que me são feitos. Mostra-me que aquilo que foi atingido também é valorizado por outras lendas do futebol mundial”, refere.
11 de setembro de 1988: o dia em que Vítor Baía deu o primeiro passo daquela que seria uma das carreiras mais prestigiadas num guarda-redes português.