Pinto da Costa recordou a altura em que decidiu contratar André Villas-Boas para ser treinador principal do FC Porto. Em depoimento ao ‘Ironias do Destino’, do Porto Canal, o presidente azul e branco relembrou o “risco” que foi adquirir um técnico ultra jovem.
No entanto, os primeiros momentos de 2010/2011 foram logo muito prometedores, com o triunfo na Supertaça frente ao Benfica.
“O Benfica tinha ganho o campeonato a que nós chamamos o campeonato do túnel. Esse foi o campeonato do túnel, como este [2020/21] há de ficar como o campeonato do Hugo Miguel e do António Nobre. O Benfica constituiu uma equipa forte, liderada pelo Jesus, que então estava no auge da sua carreira. Tinham uma equipa fortíssima. Nós fomos contratar um jovem, que eu conhecia bem desde quase de menino, porque acompanhava o FC Porto no tempo do Bobby Robson, e o Robson achava-lhe muita graça, quando ele era jovem. Fomos buscar o Villas-Boas, foi considerado uma jogada de risco, porque ele nunca tinha estado assim num clube de nível, mas eu acreditava nele”, começou por contar Pinto da Costa, em declarações ao jornal “O JOGO”, continuando:
“Fizemos uma equipa boa e lembro-me que o primeiro jogo que tivemos foi a Supertaça. Na ida para o estádio, em Aveiro, a ideia geral era a de que o Benfica ia ganhar facilmente, ia golear. Surpreendentemente, o FC Porto fez um grande jogo, ganhou 2-0, com golos do Rolando e do Falcao. Aí foi muito importante, as pessoas começaram a pensar ‘afinal o miúdo está a fazer alguma coisa’. Deu uma embalagem à equipa. De descrença passou a haver uma grande fé, não digo confiança”, relembrou o presidente dos dragões, antes de incidir na goleada de 5-0 que vergou o Benfica:
“Mais tarde, passados uns meses, ainda em 2010, tivemos aquele célebre jogo com o Benfica aqui para o campeonato em que ganhámos 5-0. No futebol não há vinganças, foi o mostrar a capacidade de reverter as coisas, de que quando nos dão como mortos nós não estamos e sabemos sair das situações mais difíceis. Essa vitória de 5-0, com uma exibição espetacular, fez as pessoas pensar que afinal de contas este FC Porto não é um FC Porto para andar aqui a fazer companhia ao grande campeão, que seria o Benfica”, regozijou Pinto da Costa.
Para além das vitórias frente ao grande rival, o triunfo na Liga Europa não passou despercebido. “De jogo em jogo melhorámos, tínhamos bons jogadores, o Falcao a fazer golos de toda a maneira. O que é certo é que ganhámos o campeonato, ganhámos a Taça e conquistámos, pela sétima vez, um torneio internacional, em Dublin, com uma vitória sobre o Braga. Deu-me muito alegria porque, primeiro, a tal equipa que ia ser bombo de festa tinha ganho tudo, segundo, porque foi a primeira vez que houve uma final europeia portuguesa, o que me dava uma grande satisfação. Se ganhasse o Braga, pelo menos tinha ganho uma equipa portuguesa. Foi um jogo muito disputado, houve bom ambiente, uma jornada muito bonita.