Este sábado, cerca de 200 pessoas reuniram-se na Praça General Humberto Delgado, na cidade do Porto, para uma vigília em prol da libertação de Fernando Madureira, ex-líder dos Super Dragões. “Um preso político em Portugal, 50 anos após o 25 de abril”, lamentou Luís Artur Pereira, o organizador do evento.
A vigília em honra de Fernando Madureira tinha como intenção ser silenciosa, mas foram ouvidos cânticos de “Liberdade, Liberdade, Liberdade” e “Allez Macaco Allez”, em homenagem ao homem que dirigiu a principal claque do F. C. Porto nas últimas décadas e que se encontra preso desde janeiro, tendo sido acusado de 31 crimes, incluindo ofensa à integridade física e coação agravada.
“Fernando Madureira é um preso político em Portugal. Estas são palavras contundentes, pois é precisamente isso. Está acusado e não condenado – e vamos ver o que a instrução decide, pode ser que não vá a julgamento. Não se compreende o porquê da prisão preventiva”, esclareceu Luís Artur Pereira, vereador e ex-membro do Conselho Superior do F. C. Porto.
A vigília contou com a presença de cerca de 200 pessoas, incluindo a esposa de “Macaco”, Sandra Madureira, e as suas filhas. Para além da família, estavam presentes na Praça dos Aliados vários elementos proeminentes da claque do F. C. Porto, assim como o neto de Pinto da Costa e o músico Alberto Índio.
Os presentes levantaram vários cartazes em apoio a Fernando Madureira, clamando pela sua libertação: as mensagens “Vergonha”, “Justiça”, “A liberdade é um direito” e a célebre frase atribuída ao General Humberto Delgado “Não nos podem prender a todos” estavam em alguns dos estandartes. Foi exibida uma grande bandeira com uma imagem em destaque de Madureira, acompanhada por um dos lemas dos Super Dragões: “Só os mais fortes sobrevivem… Nós seremos eternos!!!”.
O organizador da vigília destacou que a intenção não foi exercer “pressão sobre a justiça”, mas sim trazer à luz a situação: “A nossa intenção é que as pessoas se apercebam deste caso político, inaceitável num Estado democrático, que eu ainda acredito que o meu país é.”
Atualmente, está a circular na Internet uma petição pública com o título “Liberdade ao Macaco”, que exige “Liberdade imediata para o 1.º preso político em Portugal do pós 25 de Abril”. Esta petição conta com 1776 assinaturas.