Fernando Gomes reage à guerra na disciplina com antecipação do sistema que, confia, reduzirá erros de arbitragem e queixas dos clubes
Numa fase da época em que, com o campeonato ainda por decidir, são discutidas na praça pública eventuais alterações no Regulamento Disciplinar da Liga, a Federação Portuguesa de Futebol (FPF), liderada por Fernando Gomes, decidiu agir e antecipar em um ano a introdução do videoárbitro na principal competição: na próxima temporada, todos os 306 jogos das 34 jornadas da I Liga serão ajuizados com auxílio da tecnologia, numa solução centralizada na Cidade do Futebol, apurou O JOGO. É a partir dali, em Oeiras, na máxima comodidade de um sala com 35 metros quadrados de dimensão e dotada dos indispensáveis meios técnicos, que os árbitros no terreno vão receber ajuda nas quatro áreas de intervenção determinadas pelo International Football Association Board (ver quadro), havendo um delay máximo de 1,7 segundos entre a ação no campo e a transmissão televisiva (o máximo admissível são dois segundos).
Os custos de implementação do videoárbitro – que já vai funcionar na final da Taça de Portugal no dia 28 de maio – rondam os dois mil euros por partida, valor que, multiplicado por 306, perfaz uma despesa de 612 mil euros/época, devendo a mesma ascender a um milhão de euros se incluirmos na fatura a conceção do centro de monitorização. Em 2017/18, as verbas em causa vão ser integralmente suportadas pela FPF, que providencia os necessários ajustes orçamentais para financiar a resolução acelerada.
Com esta medida, o organismo cumpre uma das promessas eleitorais e pretende atacar aquela que considera ser a raiz de muitas querelas. Ao reduzir os erros de arbitragem, confia que contribuirá para a verdade desportiva e para a diminuição de críticas ao sector.
Dada a complexidade, a FPF não exclui a hipótese de nas primeiras jornadas o videoárbitro, nomeado pelo Conselho de Arbitragem, funcionar em unidades móveis junto aos estádios. Porém, é na centralização que trabalha e um dos próximos passos será promover reuniões com os clubes e viabilizar visitas técnicas para calibrar todas as exigências, entre as quais a localização do ecrã a que o árbitro de campo poderá recorrer.
Quanto às áreas de intervenção, o Internacional Football Association Board quer que os árbitros no terreno recebam ajuda em quatro pontos:
1. Lances de penálti: existência de contacto dentro da área, falta cometida dentro ou fora da área
2. Situações de expulsão: conduta antidesportiva que tenha escapado ao árbitro de campo
3. Situações de golo: se a bola ultrapassou a linha, se houve infração antes do golo, se este foi precedido de posição irregular.
4. Má identificação: árbitro admoestar o jogador errado.
(fonte ojogo.pt)