Após quase seis meses, qual é a sua avaliação sobre a mudança de liderança no FC Porto? “Da minha experiência, foi bastante positiva. Para o futebol português, também foi muito benéfica. Devo também mencionar que, no que diz respeito ao Sporting – e creio que esse é o nosso segredo – os valores são a base do nosso sucesso. A dignidade, a integridade e o desportivismo estão, para nós, acima de qualquer título ou conquista. É verdade que, na nossa história, o Sporting se desviou recentemente desses valores. No entanto, é também verdade que foi o Sporting que se encarregou de expelir e resolver esse problema. Não negamos essa fase, independentemente das conquistas e realizações que ocorreram, não fazemos elogios públicos a essa liderança, pois creio que deve haver alguma coerência moral. Ou seja, se eu defendo, adoto e divulgo que nós agimos de acordo com determinados valores e com transparência, não faz sentido elogiarmos publicamente quem representa o oposto de tudo isso.
Como foi possível persuadir os bancos a perdoar mais de 100 milhões de euros ao Sporting? “Foi um trabalho árduo e prolongado, e o mérito deve ser atribuído ao meu administrador, Francisco Salgado Zenha, e à sua equipa. Mas é importante salientar que isso só foi possível porque, no final, foi um bom negócio para todos. Sei que as pessoas podem perguntar, mas o que é que se considera um bom negócio? A verdade é que foi um bom negócio tanto para o Sporting como para os bancos. Se não o fosse, não teríamos realizado essa operação, disso não há qualquer dúvida.”