Esta manhã é notícia que que Paulo Gonçalves, diretor do departamento jurídico do Benfica e braço direito de Luís Filipe Vieira, foi detido pela Polícia Judiciária sob suspeita de, em nome da SAD do clube, ter subornado três funcionários judiciais para lhe fornecerem peças processuais do chamado 'caso dos mails' – em que o Benfica e os seus dirigentes são investigados, no DIAP de Lisboa, por corrupção desportiva, num alegado esquema com árbitros e observadores dos mesmos.
Terá sido esta a forma encontrada pelo Benfica para tentarem acompanhar a par e passo tudo o que estava a ser feito pela Justiça – e ao mesmo tempo anteciparem eventuais operações da PJ. A PJ chegou a encontrar documentos processuais, que estão em segredo de justiça, nas instalações do clube, aquando da realização de buscas à SAD dos encarnados. Além disso, os oficiais de justiça também terão passado a Paulo Gonçalves documentos de processos em que são visados dirigentes do Sporting e do FC Porto.
Os funcionários dos tribunais de Guimarães e de Fafe, um dos quais está também detido pela Unidade de Combate à Corrupção da PJ, entraram no sistema CITIUS – base de dados da justiça – com passwords e códigos de acesso deles e abusivamente em nome magistrados do Ministério Público, tendo acedido centenas de vezes a processos judiciais como os casos dos mails e dos vouchers, entre outros.
Um empresário de futebol é outro dos suspeitos na operação lançada esta terça feira pela Polícia Judiciária que, além das detenções, está a realizar buscas em casas particulares, no Benfica e nos tribunais de Guimarães e Fafe, onde trabalha outro dos suspeitos: Júlio Loureiro, funcionário judicial, já identificado no chamado “casos dos emails”, depois de ter sido público que enviou para o assessor jurídico do Benfica uma notificação do Tribunal de Guimarães para uma audição do treinador Rui Vitória.
A Judiciária colocou no terreno cerca de 50 inspectores na operação que começou às primeiras horas da manhã.