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Títulos do “tri” sob suspeita de corrupção

A Polícia Judiciária está a investigar os presentes oferecidos a árbitros nas três últimas temporadas em que o Benfica se sagrou campeão nacional de futebol. A notícia é avançada esta segunda-feira pelo Jornal de Notícias, que afirma que “a investigação dá como assente a informação sobre o conjunto de presentes oferecidos ao longo daquelas três épocas a árbitros, assistentes, observadores e delegados da Liga de futebol intervenientes nos jogos da equipa principal e equipa B”.

A denúncia foi feita pelo presidente do Sporting, Bruno de Carvalho, a 5 de Outubro de 2015, no programa televisivo Prolongamento, na TVI24. Seguiu depois para a Procuradoria-Geral da República através da Federação Portuguesa de Futebol.

Sob investigação estão possíveis crimes de corrupção desportiva na forma activa e passiva. De acordo com o diário, todos os destinatários aceitaram os presentes.

As ofertas tinham o nome de “Kit Eusébio” e incluíam uma réplica de uma camisola do “Pantera Negra”, um convite para visitar o museu do Benfica e um voucher para refeições num restaurante em Lisboa. Em 2013/2014 os convites eram duplos. Na época seguinte, o clube duplicou a oferta e os kitspassaram a oferecer quatro convites. Na última época, 2015/2016, voltaram a ser duplos.

A 11 de Outubro, a PJ esteve nas instalações da SAD do Benfica, por ordem do Departamento de Investigação e Acção Penal do Ministério Público de Lisboa, numa busca de três horas para encontrar a “documentação que permitisse perceber quais os custos das prendas aos árbitros, assistentes, observadores e delegados”. De acordo com o JN, as autoridades “terão acabado por levar apenas cópias de vouchers relativos a cada época e um exemplar do ‘Kit Eusébio’”.

À data da denúncia feita no programa televisivo, o presidente do Sporting dizia que os vouchers davam “28 jantares por jogo, que podem orçar entre os 500 e os 600 euros. Só em jantares deve rondar os 140 mil euros por época, mais as camisolas e as próprias caixas”. 

Depois da busca da PJ, o Benfica garantiu que “foram instaurados diversos processos tanto na esfera disciplinar como na esfera criminal, visando quer o apuramento dos factos denunciados, quer a responsabilidade de quem de forma insidiosa tentou, e tenta, denegrir o bom-nome e imagem do Sport Lisboa e Benfica”.

O departamento financeiro do clube da Luz “comprometeu-se a compilar a informação e entregá-la posteriormente à PJ”, acrescenta esta segunda-feira o JN. Luís Filipe Vieira, presidente do Benfica, deverá ser ouvido “em breve” pela PJ, “previsivelmente na qualidade de testemunha”.

(fontes: Público, JN)