Futebol

Sérgio Conceição: “Tenho uma vontade muito grande de conquistar a Dobradinha”

Em jeito de antevisão, Sérgio Conceição deu uma entrevista à RTP relativamente à final da Taça de Portugal, que se disputa amanhã, às 20:45 em Coimbra.

Para o treinador do FC Porto, conquistar a Dobradinha seria uma enorme felicidade:
“Significa ganhar mais um título e seria uma felicidade, minha e dos meus jogadores, meter mais um título no museu do FC Porto, tão rico. Com tantos troféus importantes e é mais um título, no encerrar de uma época com a festa da Taça. Tenho uma vontade muito grande de a conquistar.”

Sérgio Conceição não esqueceu que teve que ficar em casa:
“É um momento difícil para toda a gente. Para nós, no desporto mais apaixonante do Mundo, é com alguma tristeza que entrámos num campo e vemos as bancadas vazias. É como ir a uma festa e não haver música, esse ambiente, essa atmosfera que normalmente é criada pelos adeptos. Depois, tudo aquilo que envolve a sociedade e o Mundo, devemos continuar a não facilitar. Isto ainda não acabou. Temos de ter todos os cuidados necessários para com este mal invisível. O que desejo é que todos nós, nas horas em que estamos em casa, a falar mal disto ou daquilo, olhemos para os nossos vizinhos, que podem precisar de alguma coisa. Não quero estar aqui armado em filósofo ou padre, não sou nada disso, mas é importante olharmos cada vez mais para os outros. E às vezes o outro está tão perto e com tanta dificuldade. “

Sobre o jogo em Coimbra:
“Quando passo por Coimbra paro para ver a minha família. Mas, quando entramos para um jogo entramos para uma batalha. E tudo aquilo que nos envolve e nos rodeia, abstraímo-nos um bocadinho. Quando passar por Coimbra e perto da minha aldeia vêm à minha cabeça pensamentos antigos, da minha infância e adolescência, mas não mais do que isso.”

Sérgio Conceição falou também sobre o seu trabalho e sua forma de liderança:
“Disse uma vez que é importante sermos justos dentro de um balneário, porque lidamos com os jogadores que têm os seus objetivos pessoais, todos eles querem jogar. Se um treinador não for genuíno/justo não consegue ter o grupo na mão. Consigo controlar a minha justiça para com os outros, dos outros para comigo já não consigo. Não durmo nem acordo a pensar nisso.”

Questionado sobre o histórico das finais entre o FC Porto e o Benfica:
“Isso não mexe nada comigo. Tudo aquilo que passou não mexe comigo. Não ligo muito a estatísticas, a situações positivas e negativas que aconteceram no passado. Isso nada a tem a ver com o momento atual, o momento de forma, a preparação do jogo, todos os jogos são diferentes uns dos outros. Não me preocupo com esse historial e se calhar é por isso que na minha carreira, mesmo nos clubes mais pequenos não se ganhava há muito tempo, foi-se ganhado. Foram-se matando os tais borregos. Não ligo a estatísticas, tanto sejam positivas para mim ou para a minha equipa. Estamos preocupados em preparar bem o jogo, sabendo que vamos ter um adversário muito competente, num peso de um clássico como é um FC Porto-Benfica. Isso é que é o mais importante.”

O FC Porto não tem sido feliz nos últimos jogos nos desempates em penalties. O treinador do FC Porto também abordou essa questão:
“Não me tira o sono. Outras coisas bem mais graves é que me podem tirar o sono. Isto é o meu trabalho. Nessas finais, nos 120 minutos fomos mais competentes do que o adversário, não só na final quando estava no Braga, mas no ano passado pelo FC Porto. Não fomos competentes nem tivemos a pontinha de sorte que normalmente os campeões precisam. A sorte faz parte da vida, mas é preciso procura-la. É preciso trabalhar para ela acontecer e surgir. Não estou minimamente preocupado com isso. São momentos importantes não só os penáltis finais, mas também no decorrer do jogo”

O treinador do FC Porto esteve já em duas finais da Taça de Portugal, não conquistando nenhuma. Questionado sobre essa situação, respondeu:
“Não olho para isso. Eu e os jogadores temos um sentimento muito forte, da forma que trabalhámos ao logo deste ano, tudo o que tem sido a determinação, dedicação e ambição… Não penso naquilo que perdi ou que já ganhei. Não quero falar do título conquistado este ano, porque não serve, não é mais ou menos motivador para este jogo ter ganho algo antes. O que tem de nos motivar é um título que temos para ganhar. É o trabalho e a preparação que fazemos diariamente para esse mesmo jogo.”

Outra das situações que tem marcado a atualidade do FC Porto são as lesões de Uribe e Luis Díaz:
“É muito difícil. Estamos em conjunto, falo de equipa técnica, equipa médica e os jogadores, a tentar dar o máximo para que isso aconteça. Vamos ver. Obviamente que gostava de toda a gente à disposição. O Uribe é a situação mais complicada. Naquilo que é o plano de jogo é sempre uma ausência, o Matheus tem características diferentes, pode jogar em algumas posições. Joga no meio-campo, onde tem de haver uma complementaridade, vamos procurar ser o mais equilibrados possível. Temos de encontrar uma solução, se ele não recuperar.”

Questionado sobre a aposta dos jovens jogadores do FC Porto para o onze titular:
“Não olho para a experiência nem para a juventude, olho para a qualidade e competência. Para aquilo que o jogador me pode dar no momento. Tenha 17 anos ou 37. Para mim o importante é aquilo que fazem diariamente no relvado, fora do relvado no Olival e também em casa, pois estamos atentos a tudo. Todos os que estão disponíveis podem ser titulares, Agora há um percurso que eles têm, é importante que o cumpram porque é muito bonito falar de juventude, principalmente quem mostrou qualidade nos últimos anos na formação com conquista de títulos. Mas o futebol de alto nível é outra coisa, mas quando entram neste balneário a idade deixa de fazer sentido.”

Especificamente sobre Fábio Vieira: “Depende, se me está a falar dos próximos anos, ou se me está a falar do jogo da final. Pode ser, aliás fez um jogo a titular recentemente e esteve bastante bem, como o Tomás já o foi, como o Romário iniciou a época a titular.”

E relativamente a Diogo Costa: “Vamos ver, normalmente tenho por hábito falar primeiro com os jogadores, independentemente dessa curiosidade, vou dar sempre primeiro a equipa aos jogadores.”